14 - O que você quer?

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O som estava alto, tinha gente espalhada por toda parte da casa. Desconhecidos, eram isso. Eu abri as portas da minha casa para um bando de jovens que eu nem sei de onde saíram. Caminhei pelo jardim esbarrando em alguns que pareciam drogados o suficiente para não se importarem, estava indo em busca de espaço, de ar para respirar sem que estivesse com a fumaça doce e ao mesmo tempo azeda de cigarros e maconha. Ah, Catherine, nada do que você faça preencherá essa falta de amor que você sente. — pensei sentando-me próximo a cerca viva do jardim. Lembrei de Helena me olhando horrorizada com as pessoas entrando e saindo da cozinha sem que ela pudesse fazer nada, depois disso subiu para o seu quarto, disse que não iria se responsabilizar por jovens inconsequentes como aqueles e qualquer dano a casa seria culpa minha. Coitada, pareceu tão desapontada comigo que chegou a me doer por dentro.
    Coloquei a garrafa de vodka ao meu lado e deitei-me na grama, apesar de não estar muito bêbada, podia sentir meu corpo um pouco descontrolado. Tentei afastar o som alto que invadia a mente e tentei relaxar. — Fracassada, é isso que você é. Você fracassa em tudo que faz, Catherine. — pensei sentindo uma lágrima escapar pelo canto do olho. Mas antes que eu pudesse me afogar em lágrimas ali mesmo, uma gritaria absurda se gerou próximo a piscina, levantei curiosa e corri para junto do aglomerado de pessoas até conseguir chegar ao centro dela. Lá estava Meredith em cima de uma mesa rebolando como uma doida.
— Meredith! — gritei.

— AMIGAAAAA! — sla sorriu titubeando para cair mas um cara a segurou. — Quase caí... — ela gargalhou.

— Meu Deus do céu, Meredith. O que você  tomou?

— É hora de ser felizzzzzz!

    Minha amiga estava altamente alcoolizada, ou drogada. Escondi o rosto entre as mãos por um instante e a gritaria começou novamente e quando olhei lá estava Cameron puxando Meredith pelo braço como uma criança. Pensei em me meter mas eles que se resolvam, eu já tinha outras coisas para resolver.
     Fui para a sala é lá havia um grupo de pessoas fumando, Hannah segurava um cigarro e me olhou sorrindo.
— Sua festa ta bombando, querida. — comentou ela.

— Parece que sim. — sorri forçado.

— E aí.. — ela se aproximou de mim. — Quer um? — ela me ofereceu o cigarro.

— Não. — bebi um gole da vodka que eu ainda tinha na  mão.

— Ta com medo? — ela riu. — Você nunca puxou um? Qual é, o que o Bieber ta te ensinando?

— Não enche o saco, Hannah. — passei meu punho em meus lábios enxugando a vodka. — Eu não preciso aprender nada com ele.

    Puxei o cigarro da mão dela e traguei-o como se fosse a última coisa que eu fosse fazer na minha vida. A fumaça desceu quente, preencheu um espaço dentro de mim, trazendo um êxtase de gosto estranho, desconhecido. Hannah sorriu observando a fumaça que eu liberei lentamente, depois começou a comemorar junto com os outros desconhecidos que assistiam a cena. Sorri também, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.
   Mas mais uma vez a gritaria começou, corremos para ver o que era e mais uma vez lá estava a minha querida amiga causando. Dessa vez Meredith estava tentando fazer um stripper em cima da mesma mesa. Cameron a olhava indignado, parecia estar tomado de ódio.
— Desce daí, Meredith! — ele gritou.

— Não vou descer porra! — ela cambaleou quase caindo. — ESSA É PRA VOCÊ AMIGA!

   Ela tirou a blusa sorrindo e Cameron a puxou pelo braço, ela gritou de dor e dessa vez eu iria me meter sim! Não ia deixar esse estúpido tocar na minha amiga desse jeito.
— Larga ela, Cameron! — gritei o empurrando e senti Hannah esbarrar atrás de mim o xingando.

— Catherine, não se mete! — ele arrastava Meredith em meio aos outros e eu o segui junto a Hannah.

— Você ta machucando ela porra. — peguei a Meredith a erguendo. — Acha que é certo?

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