Born To You

13 - Você voltou?

— Pa.. Papai? — olhei incrédula.

— Callegari? — Justin seguiu o meu olhar para ele.

— Olá filha. Justin. — ele acenou com a cabeça formalmente. — E essas pessoas, quem são?

— São meus amigos. — Justin apressou-se em dizer.

— Ah.. — ele analisou a situação, olhou Dakota suja e para mim. — Espero que esteja tudo bem.

— Eles já estão de saída. — afirmou Justin.

— Catherine, venha cá. Quero que me dê as boas vindas. — ele sorriu e deu as costas, saindo da cozinha.

     Olhei para Justin e saí atrás dele. Ainda não estava preparada para chegada de papai, apesar de tanta espera. E ele chegou assim, tão de repente, quase por um dia depois que fui resgatada. Imagine o que poderia ter acontecido se ele tivesse chegado e eu ainda estivesse presa no cassino do Drake!  — pensei entrando no escritório logo atrás dele.
— Catherine... — ele sorriu abrindo os braços para um abraço.

— Papai... — caminhei lentamente indo em direção à ele. — Você acha que viria e tudo estaria resolvido? Papai, eu estive tão sozinha por tanto tempo.

   Ele empalideceu com as minhas palavras, parecia enxergar meu desapontamento.
— Catherine, eu estive muito ocupado..

— Você sempre esteve ocupado demais para mim! — a minha voz tremulou. — Você sempre esteve distante demais! Como pôde me tirar do colégio sem nem sequer estar aqui para me receber?

— Você precisa entender o meu lado, Catherine. — ele sentou-se me olhando. — Muita coisa mudou nos últimos anos.

— Sim papai, muita coisa mudou. Inclusive eu.

— Eu sei, Catherine. Eu sei disso.

— E que história é essa de colocar esse garoto no meu pé? Você acha que eu sou um bicho que deve viver vigiado e acorrentado a você?

— Eu não quero discutir com você, Catherine. — ele disse secamente.

— Você nunca quer nada que seja relacionado a mim, papai.

— Chega, Catherine. Suba para o seu quarto e me deixe em paz.

    Eu apenas dei as costas e saí. Quando abri a porta lá estava o Justin, a espera para poder entrar. Seus olhos encontraram os meus que estavam completamente molhados.
— Cathy? — disse ele tocando meu braço.

— Me deixa em paz. — sussurrei continuando a caminhar.

Justin narrando:

   Mandei que os outros fossem para os carros me aguardarem lá e segui para o escritório do Callegari, que com certeza depois de falar com a Cathy iria querer falar comigo. Quando eu cheguei próximo a porta vi ela chorando ao sair. Tentei falar com ela mas parecia tão magoada que continuou a caminhar sem olhar para trás. Entrei no escritório e lá estava ele com a cara de indiferença mesmo depois da filha ter saído aos prantos de lá.
— E aí. — falei sentando na cadeira a sua frente.

— Como ela tem se comportado? — ele inclinou-se para frente.

— Não é fácil lidar. — suspirei. — Ela é impulsiva, teimosa e muito corajosa. Ela fugiu algumas vezes.

— Desconfia de alguma coisa? — ele acendeu um cigarro para ele.

— Temo que sim. — coloquei as mãos sobre a mesa. — Você não pode manter ela aqui por muito tempo. Daqui a pouco irão descobrir.