Born To You

7 - Primeiro Inferno.

— Vai mais devagar, Justin! — quase gritei agarrada ao sinto.
— Cathy, eu não posso.
— Então me explica o que ta acontecendo.
— Eu tô indo resgatar uma carga que roubaram da minha equipe. Pediram que fôssemos lá. Eu só tenho uma hora pra fazer esse resgate.
— E que droga de carga importante é essa?
— Longa história Cathy... — ele virou uma curva em alta velocidade. — Só me prometa que você vai ficar no carro. Que se acontecer alguma coisa você vai embora sem pensar duas vezes.
— Sem você? — arregalei os olhos.
— Sim! Sem mim. Eu me viro.
— Isso é loucura. Você ta me assustando.
— Olha o porta luvas. Caso precise, tem uma pistola dentro e um celular. Você pode ligar pros seguranças da sua casa.
— OK. — suspirei. — Mas o que pode acontecer lá?
— Não sei Cathy.
Ele voltou a dirigir e olhar pelo retrovisor, haviam mais dois carros atrás de nós. Ele sorriu. Eram os amigos dele.
   Depois de alguns quilômetros percorridos por uma estrada completamente deserta, nós paramos próximo à um posto de gasolina e um galpão enorme. Pareciam completamente vazios e abandonados. Justin me olhou sério e entregou a chave do carro.
— Já sabe né? Se acontecer qualquer coisa, se demorarmos muito lá dentro, você chama os seguranças e indica o lado sul da estrada de Hampton que está abandonada, OK?
— OK. — sussurrei.
  Então me olhou por um instante, parecia até preocupado. Mas não estava, eu sei que não.
    Ele estava com a sobrancelhas mais juntas quando saiu, os ombros rígidos e passos firmes. Sacou uma arma do cinto da calça e parou esperando os outros se juntarem a ele. Chris, Ryan e Alfredo caminhavam segurando armas e três maletas pretas, estavam tensos assim como Justin. Observei eles caminharem e sumirem por entre a grande porta do velho balcão. Agora eu estava definitivamente sozinha e com uma ideia absurda de sair do carro e seguir eles. Será uma burrice fazer isso? — refleti travando as portas do carro. Mas daqui a pouco cairá a noite, pelo que vejo esse balcão ta sem energia a muito tempo e será mais fácil pra mim sair do carro e entrar lá. Talvez não seja tão perigoso. — continuei tentando me encorajar de cometer aquela loucura.

Justin narrando:
  Chris, Ryan e Alfredo caminhavam juntos a mim, só que agora estávamos todos protegendo a guarda um do outro. A possibilidade daquilo ser uma emboscada era maior do que eu poderia imaginar. Não havia nenhum carro lá fora. Aquele filho da puta só podia estar no comando de alguém, ele jamais teria capacidade de roubar uma carga minha, ainda mais na minha região de domínio. Ele que me aguarde, esse tiro e mais essa não vai ficar barato. — pensei.
— Tem algo alí. — sussurrou Chris.
— Calma. — engatilhei a o revólver. — Roland Sullivan! Seu pau na roda! A gente já ta aqui. — tudo continuava em silêncio. — Para de brincar de esconde, Sullivan.
— Justin, tô achando que é roubada. — Alfredo me interrompeu.
— Roubada é perder nossa grana.
  Passos começaram a ressoar no salão do grande galpão, mas mal se identificava quem estava lá. A iluminação do lugar era a luz natural que se dava pelas brechas das tábuas que tampavam algumas pequenas janelas que haviam no alto da paredes. Conforme os passos iam aumentando e ficando mais próximos, os gatilhos de nossas armas iam cada uma sendo ativado. Era ele, Sullivan com a sua cara de mauricinho de merda segurando um pacote na mão.
— Trouxe o combinado, Bieber? — ele sorria.
— Sim. — continuei parado. — Cadê a carga?
— Quanta pressa cara. — ele riu.

  Aquele filho da puta estava começando a encher a paciência com a tentativa merda de ser irônico e fodão. Mais alguns minutos ali e eu iria meter o tiro bem no meio da cara de tapado dele.
— Vamo Sullivan, entrega nossa carga e já era.
— Calma. — ele sentou em um caixote velho. — Quanto você ganharia com essa carga?
— Não é da tua conta caralho. — Ryan rosnou.
— Claro que é. Vocês esperam que eu entregue sem ganhar o merecido.
— Mano tu vai tomar no cu.

  Quando Alfredo apontou a arma pra ele, sentimos os canos em nossas nucas. Aquilo era uma armação. Eles queriam nos pegar. Que porra! Soltamos nossas armas enquanto Sullivan ria da nossa cara. Ah cara, esse cuzão ta ferrado se eu sair daqui. — pensei enquanto éramos amarrados. Os capangas que estavam nos prendendo começaram a jogar gasolina e ele sumiu com os malotes de dinheiro. Que porra eu me meti!
— A gente se fodeu, Justin. — Alfredo disse.
— Não cara. Não começa. A gente não vai morrer man.
— A gente ta sem saída. — Ryan me interrompeu.
— Cala boca. Eu vim preparado seus idiotas — sussurrei. — Chaz, ta na escuta?
— Tô. — ele disse do outro lado da linha.
   Antes de sairmos Chaz e eu colocamos escutas um no outro, era caso precisassemos e era o primeiro teste do material. Eu achei besteira quando Chaz disse que havia comprado de um corrupto da polícia e que aquilo seria inútil nesse resgate de carga, mas veio bem a calhar agora.
— Chaz é furada cara. Fodeu tudo pra gente. — falei rapido aproveitando que estávamos sozinhos. — Traz a Dakota e mais caras pra resgatar a gente, vão tocar fogo nessa porra aqui cara.
   Passei as indicações para Chaz novamente e rezei pra que aqueles idiotas não matassem a gente e depois tocassem fogo. Acho que eles estavam esperando alguém ali, não sei bem. Mas a minha cabeça ainda girava pensando no que estava lá fora. Ela. Ela e ela. Aquela garota teimosa. Do jeito que ela é, seria bem capaz que estava aquilo tudo uma bobagem e já deveria ter saído do carro pra tentar ver o que tava rolando. Por favor fica no carro, Cathy. — implorei em pensamentos.
  O que ta acontecendo Justin? Você ta se importando com ela seu estúpido. Essa garota não deve e não vai significar nada, esqueça essa droga toda que você tem pensado a respeito dela. Não esquece o sentido disso tudo. O propósito não era esse. Eu sempre tô pouco me fodendo pra qualquer garota mas com a Catherine tem sido diferente, justo ela. Ela tem assombrado meus sonhos a anos mas não era dessa maneira, era de outra forma completamente diferente. Agora as coisas parecem estar saindo do meu controle, logo eu! Isso ta indo longe demais, eu tenho que acabar com isso o mais rápido possível. Foda-se a L.