Capítulo 08

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Acordei no dia seguinte radiante. Mandei uma mensagem de texto para o Rei dizendo:

"Bom dia, Rei".

Fiquei alguns minutos na cama esperando uma resposta, como vi que ele não respondeu. Me levantei e fui escovar meus dentes. Fui até a cozinha bem devagar e sonolento, só não me preocupei muito com o barulho pois morávamos no primeiro andar do prédio. Percebi que minha mãe não havia acordado, então, fui na geladeira e fiz dois sanduíches de queijo e presunto pra mim. Meu celular toca o barulho de mensagem. Era o Rei.

"Bom dia, meu amor! Nada melhor do que acordar e ler um bom dia seu. Te amo, Rei"

Meu coração acelerou quando eu li aquela mensagem. O Rei havia me chamado de "amor". Eu era apaixonado pelo o Rei, mas quando caiu a ficha que tínhamos ficado, eu senti uma angústia no meu peito que eu não sabia explicar. Respondi sua mensagem.

"E espero que tenha sobrado mais amor pra hoje." – escrevi.

Depois que enviei, comi os sanduíches acompanhados de um suco e quanto terminei fui tomar banho. Não demorei muito no banho e fui para meu quarto colocar meu uniforme. Como ás sextas-feiras tinha aula de Educação Física vesti bermuda e camiseta. Minha mãe não demorou a acordar, mas voltou a dormir logo depois que descobriu que eu já tinha tomado café. Meu pai chegou e eu já estava pronto sentado no sofá.

- Deixa só eu tomar um banho e mudar de roupa, filho. – pede meu pai.

- Tudo bem, pai! – respondi - Não se apresse.

Coloquei meus fones e comecei a ouvir música em meu celular. Escolhi a playlist "Heavy Metal". Deitei no sofá apoiando minha cabeça na almofada e fechei os olhos. Quando abri meus olhos, meu pai estava me chamando e eu já estava babando no sofá. Fui rapidamente no banheiro limpar meu rosto e fui pro carro.

- Você está bem, meu filho? – perguntou meu pai – Dormiu bem?

- Dormi sim, não sei por que estou assim. – respondi – Deve ser sono atrasado. – continuei.

Meu pai dirigia em silêncio e concentrado. Eu também gostava de ficar calado quando estava no carro. Apenas ouvia minhas músicas. A minha playlist já tinha acabado desde o meio do trajeto e quando cheguei na escola eu já estava escutando música pop.

- Tchau, pai! – me despedi beijando seu rosto.

- Tchau, filho! – meu pai me responde sorrindo.

Quando eu entrei na escola eu avistei Rei entrado na sala, mas eu não quis vê-lo. Apenas fiquei sentado no pátio ouvindo música. Mesmo com o volume alto, eu não estava mais prestando atenção na música, eu comecei a pensar no meu pai.

Como meu velho é fantástico!

Meu pai era um homem fantástico e vivia com um sorriso no rosto. Eu comecei a me preocupar. Sempre que eu penso muito me preocupo bastante, minha mente começa a inventar problemas. Mas eu achei o meu pai reagir muito estranho por tudo que ele estava passando. Aline estava no hospital, ele ficava com ela sempre, faltava ao emprego. Mas mesmo depois de tudo isso, ele estava com um sorriso no rosto. Eu comecei a imaginar que meu pai estava me escondendo alguma coisa.

- Mas o quê será? – pensei alto.

Em meio aos meus pensamentos, eis que surge Rei em minha frente. Ele deve ter visto os fones de ouvido e não disse nada. Não vi seus lábios se mexendo. Apenas sentou na minha frente no pátio e sorriu. Parecíamos duas crianças, um olhando nos olhos do outro, sentados no chão.

- Bom dia! – disse tirando os fones do ouvido e desligando o reprodutor de música do celular.

- Eu pensei que já tinha recebido meu bom dia mais cedo. – ele mostrou seu celular pra mim – Estava esperando receber um beijo.

As Viagens da Minha Vida (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora