Bitch e Jerk

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Sam dormia com cabeça apoiada na janela do Impala, a seu lado Dean dirigia olhando fixamente para frente, ele sentia os olhos pesarem cada vez mais. Depois de três noites sem dormir isso não era bem uma surpresa.

Estava prestes a acordar o irmão, mas ao olhar para seu rosto não teve coragem. Sam também precisava dormir, precisava do sono bem mais  que ele. Era uma das primeiras vezes que o via dormir assim, tranquilo desde que Jessica morrera.
Havia uma placa na estrada que indicava a existência de uma cidade a 800 metros, o nome da cidade estava apagado, só se viam as três últimas letras RED.

Dean seguiu na direção que a placa indicava desviando-se da pista principal, sabia que se não parasse logo acabaria dormindo no volante, e se fosse para estacionar, preferia fazê-lo em um lugar em que pudesse comer um grande pedaço de torta na manhã seguinte.

A cidade era pequena, não havia prédios, ou se havia, não era possivel vê-los. A maioria das casas tinha aparência antiga, assim como a maioria dos estabelecimentos comerciais. A única coisa na cidade que parecia ter menos de 50 anos era uma lanchonete do BIGGERSON'S.

Dean estacionou em um beco, onde dificilmente seriam encontrados. Antes de recostar-se para dormir olhou mais uma vez para o rosto do irmão, Sam tinha 23 anos agora, mas Dean ainda via nele o garoto de 10 do qual tomava conta quando seu pai saía para caçar. Ele sorriu ao lembrar do irmão criança, em seguida encostou a cabeça no vidro do carro e dormiu também.

— Não... Não... Por favor... Não...

Essas foram as primeiras palavras que Sam ouviu ao acordar. Em um primeiro momento ainda mais adormecido que acordado ele pensou que havia alguém em perigo, mas então, percebeu que era a voz de Dean, o rapaz estava dormindo e falava durante o sono, seu rosto encharcado de suor.

— Não... Não – Continuou o rapaz em seu sono inquieto.

— Dean – Chamou Sam, mas este não acordou. Sam o sacudiu pelos ombros – Dean acorda – Dessa vez o rapaz abriu os olhos, parecia assustado, seu rosto muito pálido – Você está bem?

— Sammy... – Murmurou Dean, como se tivesse dificuldade em perceber que estivera sonhando – É... Eu estou bem, claro que estou bem. Por que não estaria?

— Porque você estava falando enquanto dormia... De novo – respondeu Sam – Quando você vai me contar que pesadelo é esse hein?

— Pesadelo? Eu não tenho pesadelos – Negou Dean

— A quem você quer enganar, Dean? Faz oito meses que eu ouço você falar enquanto dorme.

— Você está confundindo as coisas, Sam. Quem tem tido pesadelos nesses oito meses é você.

— Claro que tenho tido pesadelos, vi minha namorada queimar no teto. Seria estranho se eu não tivesse. O fato é que sempre quando acordo por causa dos meus pesadelos vejo você falar dormindo. É a mamãe, não é? Ver a Jess morrer fez você se lembrar dela.

— Não sei do que você está falando...

— Dean...

— Tá bem, tá bem. Eu estava sonhando que a Paris Hilton estava me agarrando.

— Essa é a melhor desculpa que pode inventar? Por que isso te deixaria com medo? Você é o maior tarado da face da terra.

— O problema é que a Paris Hilton estava com o seu rosto – Brincou Dean

— Idiota – Foi a resposta de Sam, mas não conseguiu evitar sorrir

— Agora que já foi tudo esclarecido,  vamos tomar café?

— Isso me faz lembrar – Sam apontou com o polegar para o vidro do seu lado – Onde estamos?

— Não faço ideia.

— E por que você veio pra cá?

— Só porque depois do metamorfo não achei uma boa ideia parar para dormir na estrada.

— E por que não me acordou? Eu poderia ter dirigido enquanto você dormia.

— Eu não ia deixar você dirigir meu carro com sono.

— Com ou sem sono eu dirijo melhor do que você – Respondeu Sam – E não pense que fazendo piadas e mudando de assunto vai me fazer esquecer esses seus pesadelos.

— Eu não vou te contar meus sonhos Dr Freud, eles são eróticos demais, te deixariam excitado. – Dean deu um soco no ombro do irmão – Bom, então, vamos tomar café.

Antes que Sam dissesse qualquer coisa, Dean já havia ligado o rádio, ENTER SADMAN do Metallica começou a tocar, enquanto ele dirigia a procura de um lugar para comerem.
Ele parou minutos depois em frente a um estabelecimento antigo, a pintura estava descascada, mas a placa parecia razoavelmente nova.

— "Armagedon"? – Sam franziu a testa – Você nos trouxe a um café chamado Armagedon?

— É o único lugar por aqui. Eu até queria parar no BIGGERSON'S, mas você não quis.

— Eles tem câmeras lá, câmeras ligadas àquele sistema de reconhecimento facial. Se reconhecessem você, estaríamos ferrados.

— Eu estou morto, lembra? – Disse Dean

— E isso só chamaria mais a atenção dos policiais – Respondeu Sam exasperado – Descuidado assim como você nunca foi preso?

— São o meu charme e meu carisma incomparáveis

— Claro que são – Zombou Sam saindo do carro.

— Eu senti um ar de ironia na sua voz?

—Vamos tomar café – Riu Sam sem responder e Dean o seguiu ainda questionando o tom irônico do irmão.

Sei que não tem muita ação por enquanto mas prometo que as coisas vão ficar mais animadas. Só quero dar uma boa introdução. Então se você começou a ler isso continue mais alguns capítulos se puder. Se for uma porcaria fiquem a vontade para me dizer.

A Primeira Morte Do CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora