Amigos, ou não?

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Dan:

Aquele Esquisito ridículo estragou o clima com a Amanda, quem ele acha que é pra me empurrar daquele jeito?

Enfim, como não tinha a achado, liguei o carro e fui embora, no caminho, a encontrei indo para casa à pé, e sozinha.

Parei o carro do seu lado e ela virou o rosto, e fez uma expressão de desapontada.

- Quer uma carona? - Perguntei.

- Não. - Disse ela friamente. - Já estou quase chegando. - Olhou para frente e começou a andar.

- Aquele Esquisito estragou tudo! - Exclamei. Ela parou e olhou para mim.

- Ele não é esquisito. - Me encarou. - Você estava me machucando, não gostei daquilo. - Começou a andar, e dessa vez, mais rápido.

- Amanda, me desculpa. - Disse contra a minha vontade. - É que eu gostei muito de você. - Sorri. - Da próxima vez, eu me controlo. Prometo. - Então ela virou a cabeça.

- Ok, mas só mais uma chance! - Ela entrou no carro e ela me mostrou onde morava.

- Não vai acreditar, - Disse enquanto ela olhou para mim. - Minha casa é do lado da sua. - Apontei para o sobrado enorme.

- Então isso quer dizer que somos vizinhos? Legal! - Deu um pequeno sorriso. Parei em frente a sua casa e saímos do carro.

- Até amanhã, vizinha. - Falei e acenei.

- Até amanhã. - Falou já na porta de casa. - Ah, e obrigada. - Acenou e entrou.

Mandy:

Finalmente, tinha chegado em casa. Ficava sozinha em casa até umas 5 da tarde. Coloquei minha mochila no chão e me joguei no sofá.

Hoje o dia foi, bem, neutro. Mas também, foi meu primeiro dia de aula. Não precisava chegar fazendo todo mundo ser meu amigo, ou gostar de mim. Ser eu mesma é essencial.

No começo, achei que o Daniel era legal, mas depois ele começou a ficar manipulador, agressivo, e isso me assustou um pouco. Vou começar a observá-lo melhor.

O Nichollas é bem tímido, mas é muito legal, e tinha olhos lindos. Ainda bem que ele tinha empurrado Daniel, só consegui sair por causa dele.

Meus pulsos não estavam mais doendo, mas estavam vermelhos do mesmo jeito que antes. Fui no banheiro e os coloquei debaixo da água gelada da pia, não senti muito frio. Peguei a mochila e subi para o meu quarto, fiz a lição de casa e acabei lá pras 2 horas.

Estava ansiosa para quarta feira, não via a hora de entrar para o clube do coral. Para me sentir mais confortável, coloquei uma roupa mais folgada e tirei as botas. Desci e esquentei uma refeição congelada que mamãe deixou na geladeira, comi enquanto olhava as mensagens do celular, operadora, operadora, operadora... Ah, mensagem da mamãe: "Não coma muito, daqui a pouco chego aí com o papai e vamos sair pra comer em algum lugar, ok? Bj". "Ok", respondi e guardei metade da comida.

Coloquei a mesma roupa de antes e coloquei uma bolsa média preta, coloquei o celular, carteira e prendedor de cabelo, não ia precisar de muita coisa.

Esperei sentada no sofá da sala, batia os pés levemente enquanto ouvia o barulho do ponteiro do relógio. Texas era muito quente, o que pra mim não era bom, ainda bem que dentro de casa é fresco. No mesmo segundo, ouvi uma buzina e olhei pela janela, o carro da mamãe. Abri a porta e ajeitei o cabelo.

- Vão entrar? - Perguntei segurando a maçaneta.

- Não. - Respondeu meu pai.

- Tá bom. - Tranquei a porta e entrei no banco de trás do carro. - Pra onde vamos?

- Vamos visitar o melhor restaurante do Texas! Ou pelo menos dizem ser. - Disse ela.

- Hum. - Assenti com a cabeça. - É longe?

- Não. - Meu pai disse enquanto fazia uma curva meio radical, quase não consegui me segurar.

Minutos depois, estacionamos no restaurante e entramos. Gostava muito de passar o tempo com eles...

Nick:

Não é só por que eu não sou do grupinho dele, que eu não seja alguém. Que cara chato!

Estava tomando uma latinha de Soda e pensando no dia de hoje, foi tudo normal, menos essa parte e a parte que eu caí e ela me ajudou a levantar, ela era tão legal. Como eu sou retardado, minha timidez e vergonha estragou tudo... Que droga! Ela parecia querer ser minha amiga.

Como ele é nova, pode estar fingindo ser alguém que não é, isso o tempo irá me mostrar. Mas não conto muito com isso pois o seu olhar é diferente, diz quem realmente ela é.

Eu só não quero que ela vire uma das garotas superficiais do Daniel, ela tem um jeito único, e o mais importante é que ela parece gostar de mim, o que é raridade! Enfim, não gosto muito de criar expectativas...

O dia estava ensolarado, muito ensolarado. Um dia comum no Texas. E como sempre, eu ficava bebendo refrigerante enquanto fazia o dever, e quando não tinha dever, jogava uns jogos de RPG no computador. Sair lá fora? Nem... Se bem que o quintal daqui é grande, mas com certeza não!

Minha mãe trabalha até a noite, então não a vejo muito. Meu pai vai pro trabalho antes de eu ir pra escola e volta um pouco depois de eu chegar. Falando nisso, ouço uma porta se destrancar.

- Cheguei! - Diz meu pai um pouco ofegante. - Vamos almoçar?

Saí do quarto e cumprimentei meu pai, ela era uma copia idêntica minha, olhos verdes, cabelos pretos, traços delicados e corpo esguio, só que um pouco mais alto e mais velho. Minha mãe é completamente diferente de mim, cabelos loiros e olhos castanhos, quando me vêem com ela, não fazem ideia que sou filho dela, era 5 anos mais nova que meu pai.

- Está calor hoje, né? - Disse olhando para sua camisa molhada.

- Calor é pouco! - Disse ele andando até a cozinha e eu o acompanhei. Ele pegou um frango frito na geladeira e colocou na panela que estava em cima do balcão da pia. Ligou o fogão e começou a fritar mais o frango. - Tudo bem comermos esse frango de ontem?

- Tudo. - Disse meio apavorado, meu pai não entende nada de cozinha! Ele é dono de um bar, o Caelan's Home (bem empolgante), mas só preparava bebidas. Seu amigo e funcionário que fazia os lanches e petiscos. - Pai, você não quer ajuda não?

- Está tudo tranquilo, filho. - Disse olhando para o frango que quase queimou. O retirou e colocou ele num prato.

Ele colocou o frango na mesa e fez um sinal para eu sentar. Me sentei e cortei um pedaço pequeno do frango, e sinceramente, estava quase queimado. Meu pai pegou um pedaço grande do frango, comeu em 3 garfadas e ainda pegou mais um pedaço.

- Estou vendo que tem alguém aqui com fome. - Disse.

- Não está com fome? - Perguntou arregalando os olhos.

- Não, estou satisfeito já. - Me levantei e levei o prato até a pia.

- Mas você nem comeu nada! - Exclamou ele.

- Comi um pedaço de frango. - Disse achando que era muito.

- Está bem, está bem... - Ele fez uma cara de que acreditou em mim, mentira. Levou seu prato até a pia e começou a lavar a louça. - Pelo menos pega um picolé. - Fiz que sim com a cabeça e peguei um entre vários picolés de creme com cobertura de chocolate.

- Vou ficar um pouco lá fora.

- Ok. - Disse ele guardando a louça.

Sentei no degrau da escada da porta da frente e quase fechei os olhos por causa do sol, realmente, hoje estava muito quente!

O Rebelde, O Esquisito e a A MocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora