Capítulo 12

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Ficamos sentados dentro da sala olhando um para a cara do outro naquele silêncio constrangedor pelo que pareceu horas. Não sei o que deu em mim, mas me levantei e fiquei andando pela sala, nervosa. O meu lábio inferior estava quase machucado de tanto que eu o mordia. O que a vida tinha contra mim? Será que eu estava sendo punida por não ter beijado apenas um garoto na minha vida? Qual era o problema? Será que é porque nunca amei um garoto ? Já fiz algum chorar que eu não to sabendo? Fiz alguém sofrer? Me livram daquela cidade fofoqueira para que eu pague meus pecados no lugar que mais desejei viver durante toda a minha vida?

                 - Tem formiga na sua cadeira para você não conseguir ficar sentada? - debochou Philip sentado em cima de uma das mesas e me tirando dos meus pensamentos.

                 Me virei em sua direção.

                 - Será que você não consegue... tipo assim...me deixar um minutinho em paz? - perguntei e voltei a andar - Eu estou aqui por sua causa!

                 - Por minha causa? - perguntou indignado se levantando da carteira - eu que estou aqui por sua causa.

                 - Foi você que entrou no banheiro feminino!

                 - Eu fui tentar te ajudar!

                 - Me ajudar? Sério? Você não queria que eu estragasse a cara já feia da sua namoradinha - falei rindo, franzindo o nariz no final com nojo. Como ele pode beijar ela? Só de lembrar meu estomago já queria começar a revirar.

                 - Ela não é minha namorada - falou revirando os olhos como se estivesse falando com uma criança - ela é uma amiga.

                 - Ah ta - falei revirando os olhos de volta e cruzando os braços - Eu não sei aqui, mas de onde eu venho "amigos" - falei fazendo aspas no ar - não se beijam.

                 Ele deu de ombros.

                 - Por acaso você beija todas as suas amigas? - perguntei.

                 Ele me olhou pensativo.

                 - Podemos dizer que sim.

                 - Eu não sou sua amiga - falei de cara fechada. E tipo assim, seu cretino, você me beijou duas vezes.

                 - Não sei porque você ta se importando tanto, Brondy - falou se aproximando de mim, até me encurralar na parede. Como assim ele ta me chamando pelo meu sobrenome? Que merda - mas se não te conhecesse poderia arriscar que esse seu indignamento de onde eu venho tem nome. E sabe qual é?

                 - Qual? - perguntei engolindo grosso.                            

                 - Ciúmes - falou com um sorrisinho travesso. Eu me abaixei, escapando dele.

                 - Vai a merda - falei já do lado oposto, o mais distante que consegui ficar dele. Mas que droga! - Ciúmes? Eu? De você? Nunca mesmo.

                  Ele riu. O que me fez ficar com mais raiva.

                  - Mas você está certa, você não é minha amiga - fiquei encarando enquanto ele andava pela sala, grata por nenhum passo ser em minha direção, mas de repente ele parou e olhou para mim - e isso não foi um problema.

                  Imagens sobre beijos roubados circulavam minha mente e senti minhas bochechas queimarem. Ele como se estivesse lendo meus pensamentos deu um sorrisinho travesso. Olhei para os meus pés, como o meu ódio fora transformado em desejo tão rápido? Sophie Alice Brondy, respira, inspira, respira, inspira...

Doce Sophie (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora