Capítulo 4

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Entrando no aeroporto que por sinal era pequeno, me dei conta de que não sabia onde estava. Olhei ao redor vendo passageiros lotando bancos, assustados olhando a tempestade que caía através do vidro, que por sinal, rodeava todo o local, nos dando uma visão ampla do que acontecia lá fora.

Um trovão mais parecido com um estrondo fez com que as luzes do aeroporto falhassem, mas graças á Deus não apagaram. Pelo amor! Não era hora para faltar energia. As placas escritas em inglês e espanhol não indicavam certamente em que lugar do mundo nós estávamos, porque eram línguas mundiais.

Com os olhos cansados e depois do meu corpo esfriar, voltei a sentir o latejar no meu tornozelo esquerdo e quando fui andar novamente me retraí com a pontada que senti. Então, fui mancando até o banheiro que, por sorte, estava vazio.

Olhei-me no espelho vendo um reflexo cansado e um cabelo despenteado. Abri a torneira e peguei água fazendo concha com as mãos para lavar o rosto. Em seguida abri minha bolsa e peguei uma escova, desembaraçando aquele ninho que antes eu chamava de cabelo. Belisquei minhas bochechas já que estava mais pálida que um vampiro. E por último, tirei minhas sapatilhas sentando na beirada da pia para dar uma olhada no meu tornozelo esquerdo.

Primeiro: Lembrei-me de usar apenas tênis na próxima viagem. Já que eram mais confortáveis e seguros. Segundo: SEMPRE tentar evitar assentos próximos á saídas de emergência. Terceiro: Comprar mais de uma passagem para ficar livre de companhias surpresas ou desagradáveis. Quarto: Não ir, NUNCA, em hipótese nenhuma, em banheiros de avião.

Tentei alongar meu tornozelo para ver se melhorava, mas, doía muito. Depois de vários tipos de testes emocionais desde que embarcara, chorei. Assustada com tudo o que estava acontecendo, não sabendo onde estava e para ajudar, com o tornozelo machucado.

Ouvi a porta do banheiro se abrir e como deixa, saí de cima da pia com cuidado calçando minhas sapatilhas e me virei rápido para o espelho. Uma mulher entrou e dei aleluia por ela não ter olhado em minha direção e ter seguido direto para a cabine do banheiro. Sem dúvida estava apertada.

Olhei-me no espelho e percebi que ainda estava branca demais, procurei um batom na bolsa e quando fui passá-lo lembrei dos lábios de Philip nos meus e congelei. Ninguém nunca tinha me beijado daquele jeito antes. Fiquei paralisada lembrando-me dos seus braços me envolvendo e eu perdi a noção de onde eu estava. Balancei a cabeça afugentando as memórias. Ele é maluco, Sophie! Ele te conhece a menos de 24 horas e conseguiu irritá-la por uma vida inteira!

Guardei o batom, arrumei minha bolsa e saí mancando do banheiro. Ao sair, dei de cara com Izabella que quando me viu, sorriu, mas ao perceber que eu estava mancando fez uma cara preocupada.

- O que aconteceu? Machucou? – perguntou ela.

- Isso é resultado do que aconteceu naquele banheiro. – disse apontando para o meu pé.

- Um dos resultados – ela disse rindo e ao ver que fiquei vermelha igual a um pimentão continuou – estou brincando.

Ri sem graça.

- Mas enfim, onde é que tá doendo?

Ergui um pouco minha calça jeans e mostrei meu tornozelo já inchado.

- Temos que ir a enfermaria dar uma olhada – disse ela enlaçando o braço no meu me conduzindo. Graças a Deus não caminhamos muito, apesar de minha lerdeza ter nos enrolado um pouco.

Doce Sophie (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora