Capítulo 9

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Fechei a porta do banheiro e procurei a janela mais acessível. Subi em cima da pia e consegui passar pela fresta da janela. Olhei para baixo, não era muito alto para pular, mas ainda estava com o tornozelo se recuperando do último acidente. Eu tirei a faixa assim que fomos pousar o avião porque já não estava doendo tanto, os remédios fizeram efeito, e minha cabeça doía bem mais. Procurei outra alternativa e acabei vendo uma escada de incêndio. Se eu tentasse descer por ela as câmeras me pegariam e eu estava é morta. Péssima ideia. Olhei para o outro lado e logo abaixo tinha aqueles carrinhos que levam toalhas da equipe de natação, estacionado logo abaixo de mim. O corredor estava vazio, felizmente. Desencostei meu corpo da janela com as mãos grudadas na janela e os pés fincados á parede. Com um impulso e um cálculo mental de como cair dentro do carrinho sem quebrar meu pescoço, pulei segurando um grito. Bingo! Cai dentro do cesto que felizmente estava cheio de toalhas limpas.

Respirei fundo e reprimi uma vontade de comemorar. Afinal, quem disse que Sophie Brondy não consegue pular de prédios? Quer dizer... é, vocês entenderam. Mas como mamãe sempre dizia 'nunca comemore as coisas com antecedência Sophie', ela mais uma vez tinha razão. Alguém pode me explicar da onde vem esse dom premonitório das mães? Se ela diz que vai chover, chove, ela acerta mais que a moça do tempo na minha opnião. Se ela diz para levar o casaco porque vai fazer frio, aceite o casaco com prazer porque a geada vai vir, com certeza. Se ela não te deixa ir a algum lugar e você fica p. da vida por causa disso, respire e vá ler um livro porque certeza que vai dar merda no role. Então é simples assim e dessa vez não foi diferente.

No momento em que fui por os pés para fora daquele carrinho, escutei passos, soube que não ia dar tempo, então o que eu fiz? Me enfiei de novo dentro do carrinho, jogando todas as toalhas para cima de mim, me afundando e me escondendo o máximo possível. Era só esperar a pessoa passar e pronto, estava no papo. Um assovio tranquilo começou e fiquei aguardando até que ele sumisse, mas ele permaneceu ali bem acima da minha cabeça. Ótimo. Quanto tempo a pessoa ia ficar ali? Era meu horário de almoço! Qual é!

Então para me ajudar, meu estômago roncou e o carrinho começou a se movimentar. Graças a Deus eu não tinha labirintite porque estar em um lugar que se move e você não vê nadinha, faz o estômago de qualquer um revirar. Comecei a ficar tensa. Aonde aquele ser, quem quer fosse ele, estava me levando? As rodinhas do carrinho faziam aquele barulho irritante por causa da ferrugem talvez e um arrepio me percorria a espinha. Anos carregando toalhas molhadas ou não da equipe de natação para lá e para cá, dava nisso. Peraí. NATAÇÃO? Um alarme soou na minha cabeça. Merda, merda, merda. Comecei a rezar para que o carrinho fosse parar em outro lugar, um armário de limpeza, ou coisa do tipo, tudo, menos vestiário. Socorro, meu deus!

O carrinho parou de andar e eu ouvi alguém dizer:

- As toalhas limpas estão aqui – falou uma voz feminina, batendo em uma porta, talvez.

Não ouve resposta e o carrinho andou de novo, ouvi uma porta sendo aberta, mas não tive certeza. Ai, como era péssimo não ver nada! O carrinho parou novamente. Acho que entramos no armário de limpeza, o cheiro de cloro estava bem forte, então supus que fosse. Quem que estivesse guiando o carrinho, abandonou-o e saiu assoviando. Fiquei quieta encolhida até não escutar mais nada. Esperei mais um minuto para ter certeza e me levantei correndo para sair logo dali.

- GRAÇAS Á... – não consegui terminar de agradecer. Lógico, Sophie, nunca agradeça antes, só dá merda agradecer antes.

Senti minhas bochechas queimarem. Um garoto loiro, com um corpo atlético me encarava de olhos arregalados vestindo apenas uma sunga vermelha. Sexy. Foco, Sophie, FOCO! Foi aí que me dei conta de que estava dentro do vestiário.

Doce Sophie (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora