Capítulo XXI

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POV Brianna.

Caos. Está aí algo inspirador. Se eu perdi o juízo? Claro que não. O caos é mesmo uma fonte de inspiração. O amor — sim, ele de novo — caótico, por exemplo, inspira poemas, livros, letras de música, filmes etc. Viver um amor assim — caótico e explosivo — parece até sorte, e não um castigo. Mas chega um ponto em que é preciso saltar desse trem em movimento, e não é nada fácil. O amor materno enfrenta qualquer caos; o amor de irmã é capaz de criar um caos para proteger quem se ama. O caos, na minha opinião, é o paradoxo mais fácil de se entender: por mais trágico que seja, é lindo.

— Meu nome é Brianna Klein.

— Fale mais alto, por favor — uma voz masculina soou do outro lado do vidro, o que me fez respirar fundo.

— Meu nome é Brianna Klein, e esta é a minha rendição incondicional.

POV Lauren.​

— Ei, você não pode levar isso! — Normani toma o frasco da mão de um dos agentes.

​— Acabamos de processar esse material. — tento dialogar com o chefe da operação.

​— Sim, e o seu transplante foi marcado. A medula será enviada para o Dr. Frank.

​— Quem é Dr. Frank? — indago.

​— Seu novo médico.

​— Eu tenho um novo médico?

​— A Dra. Cabello não te contou? São ordens da Megan.

Minhas pernas já estavam se cansando de tanto andar por aquele instituto. Sentei e observei Ally e Norman conversando com eles.

— Ninguém conhece essa doença como Camila. Nós precisamos dela.

— Temos todos os prontuários, Dra. Brooker. Lauren receberá o melhor tratamento.

— Ela tinha o melhor tratamento! — Normani altera o tom de voz.

— Isto não é um debate. Se quiser continuar no programa, Dra. Kordei...

Vejo meu laptop apitar com o nome de Camila na tela.

"Depende de você!", dizia o e-mail, e com ele, anexos com o nome de Megan.

— Mani, diga ao Dr. Frank que estou feliz por trabalhar com ele — observo a expressão confusa das meninas e a cara de satisfação do agente — Posso fazer alguma coisa por Brianna? Não quero que ninguém se machuque — eu estava tentando manter a paciência enquanto aquele agente ficava me ignorando — Já que não posso ver a Brianna, posso ver a Charlotte? Ela é só uma criança. Seria um gesto legal da parte de vocês, e assim podemos ter uma cooperação mútua.

— Verei o que posso fazer — ele acena com a cabeça e sai do laboratório, levando todos os outros agentes com ele.

— Ótimo. Obrigada.

— O que você está aprontando? — Ally pergunta após se aproximar.

​— Ainda não sei.

​— Lauren, deveríamos ir embora — Mani diz cautelosamente.

​— É, eu sei. Mas estão planejando algo para Brianna. Camila me mandou o itinerário de Megan — aponto para o laptop.

​— Então sabemos onde ela vai estar?

​— Sim, e saberemos onde a Brianna vai estar também, Allycat.

​— Espera... — Ally se afastou para me analisar — Essa cara... Você tem um plano?

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