Estou a 10 minutos de aterrar na cidade de Nova Iorque.
Como eu odeio a aterragem, a sensação de os ouvidos completamente entupidos, uma ligeira pressão na cabeça, mas há um truque simples e rápido de fazer com tudo isto não aconteça. Mastigar uma chiclets.
Oiço o barulho das rodas do avião a fazer impacto com o chão. Olho para janela e vejo os grandes prédios pela qual a América é conhecida, principalmente Nova Iorque.
Enquanto ficava fascinada com grandes prédios, os passageiros já retiravam as suas malas de mão da parte cima. Eu infelizmente como não trago mala de mão tenho que ficar a espera que eles se despachem para sair.
Passado uns 5 minutos consigo sair do avião com a minha máquina fotográfica ao pescoço e a minha carteira na mão.
Ao entrar no aeroporto fico completamente boquiaberta pela sua grandeza. Dou por mim sem saber o lugar onde saiam as malas.
Encontro um funcionário e penso para mim que é a hora de por o meu inglês em prática.
-Bom dia, gostava de saber onde posso ir buscar as minhas malas.
-Qual é o número do seu voo, menina?
-A33!?- Eu não tinha a certeza de que aquele era o número do meu voo.
-Veio de onde? - Perguntou educadamente, o senhor que apresentava ter um 30 anos.
-Vim de Portugal. - O homem olhou para seu bloco de notas e depois voltou a olhar para mim.
-Você vai sempre em frente, até aquela mesa - apontou para uma mesa que deveria estar a uns 10 metros de nós - depois é só virar a esquerda após essa mesa.
-Ohh muito obrigada. - Olhei para o senhor de olhos postos em mim e que me sorria e dei um leve sorriso em forma de agradecimento.
-De nada que tenha uma boa estadia aqui, em Nova Iorque.
Olho para o meu relógio branco e dourado e esqueço-me de que os fusos de horários são diferentes aqui e não me valia a pena eu estar a verificar as horas por ele. Olho para cima e tento encontrar um relógio ou uma televisão que tenha horas, quando encontro a televisão que dizia as horas normais e as horas dos voos fico assustada, o meu voo atrasou-se quase 45 minutos e eu estava atrasada para ver a minha casa com a senhora de imobiliário e mais atrasada ainda para a reunião que marquei para arranjar trabalho.
Começo a correr até a mesinha e viro à esquerda, chego lá e ainda lá está 5 pessoas à espera das suas malas, vejo as minhas a passar e agarro-as com grande dificuldade por serem grandes e pesadas, começo a pensar como é que vou correr com duas as malas com metade do meu tamanho. Ando num passo apressado e chego a rua e vejo um táxi tento correr até lá mas quase tropeço então decido abrandar, o senhor que deveria ter uns 40 anos apercebesse que estava a ir ter com ele e vem me ajudar.
-É só isto menina? - agarrando nas minhas malas e pondo-as na bagageira.
-Sim é só, obrigada. - entro no táxi e chega-me um ligeiro cheiro a baunilha, logo a seguir o senhor entra e olha para mim pelo o espelho.
-Para onde menina?- apresso-me a tirar o meu telemóvel e abrir as notas, abro aquela que dizia a morada, mostro ao senhor e acrescento que estou atrasada que se pudesse andasse rápido.
Olho para o meu telemóvel e relembro-me de todos os momentos e as pessoas que conheci em Portugal. Os meus melhores amigos, a minha família, os meus colegas, o meu antigo trabalho. É horrível estar tantos quilómetros longe de todo o que nos criou, de tudo o que nós fizemos, de todas as pessoas que amamos, os lugares que nos fazíamos feliz. Vejo as fotografias que tenho no meu telemóvel e vejo a última foto que tirei com todas as pessoas que amava e foi no aeroporto. A visão fica turva, a minha bochecha fica molhada com a saudade que tenho, limpo a minha cara com parte de trás da minha mão.
-A emigração não é uma coisa fácil para uma menina da sua idade. Eu lembro que quando tive que deixar a minha família, a minha noiva grávida e os meus amigos lá, foi tão difícil que chorei durante semanas e na altura não havia skype. - disse o senhor com as lágrimas nos olhos.
Não lhe respondi porque sabia que me ia dar um ataque de choro se começasse a falar muito no assunto. Penso na frase que um antigo colega meu me disse "há sempre pessoas pior que nós". E é completamente verdade e, provavelmente, este homem tem uma vida pior que a minha neste momento.
Chegamos ao enorme prédio, onde vou passar a viver, saio do táxi e o homem ajuda me a tirar as malas agradeço-lhe mais uma vez e pago. Vou em direção à receção onde se encontrava uma senhora de 30 e tal anos, com uma saia preta justa até o joelho e uma camisola de ceda vermelha, tinha um bloco e revistas na mão e parecia um pouco chateada. Aproximo-me mais e vejo que isto não é um simples apartamento, parece-se mais com um hotel.
- Está atrasada.- olho para mim de forma irritada, pensei que quase de certeza não iria conseguir um apartamento aqui.
- Eu sei desculpe, o avião atrasou-se.- disse-lhe com a maior inocência do mundo.
- O apartamento que você queria já foi arrendado, só temos de momento um apartamento no ultimo andar é maior do que outro e é mais caro. Quer ir ver? - fiquei sem reação quando disse que não tinha o meu apartamento.
- Está bem posso ir ver, mas posso por as malas em algum lugar...?
- Leve consigo.- interrompeu-me brutalmente, seguindo para o elevador.
Subimos até o 25º andar e eu já começava a estar ansiosa. Chegamos ao andar e tinha duas portas, ela dirigiu-se para a porta da esquerda, abriu-a. Era, claramente um bom apartamento nem imagino o preço. Nem esperei para ver mais nada simplesmente virei-me para a mulher largando as minhas enormes malas no chão.
-Vou ficar com ele, já não tenho tempo para ver mais nenhum apartamento e estou atrasada para uma reunião. Já posso assinar? - Disse da forma mais seca que pude, infelizmente sou muito "amorosa" e frase ficou com um tom de amoroso.
Tratamos de tudo mesmo a porta de entrada do apartamento, ela deu me as chaves e avisou-me que tinha que pagar o primeiro mês o mais cedo possível ou senão retiravam-me o apartamento.
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Desculpem o atraso mas ando com a cabeça com mil uma coisas para fazer, espero que gostem do 1º capitulo, por favor votem e comentem.
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Reencontro
Romansa" Ele está a se comportar como um adolescente rebelde com montes de dinheiro e eu como uma adolescente apaixonada por ele."