1ª parte

729 8 0
                                    

Acordei sobressaltada. Ouvia gritos no quarto dos meus pais, estava sozinha em casa. Fiquei com medo, não sabia o que fazer e agir. Tentei ligar a luz do meu candeeiro, não dava, peguei no meu telemóvel, estava descarregado. Como? Se eu tinha o bateria no telemóvel cheia antes de adormecer? Não sei porque. 

Ouvia cada vez mais gritos no quarto dos meus pais.

Levantei-me, fui buscar uma lanterna dentro de uma gaveta do armário da roupa e vesti o meu robe e calcei as minhas pantufas. Abri a janela e a persiana, não havia carros lá fora, não havia, estranho, há sempre carros estacionados lá fora à noite. Estaria a sonhar?

Gritos.

Assustada fui abrir a porta do meu quarto com a lanterna apontada para a frente. Para meu espanto encontrei a minha avó materna que falecia antes de eu nascer, conhecia por fotos, ela olhou para mim com uns olhos grandes e azuis maravilhosos.

"Tens medo?"

Fiquei com a lanterna virada para ela, como ela era linda vestia um vestido azul turquesa até aos joelhos e calçava umas sandálias castanhas. Esfreguei os olhos a pensar que estaria a delirar. O medo percorreu através das minhas veias.

"Sim!" respondi entre dentes.

Gritos.

A luz do corredor acendeu-se por magia. Desliguei a lanterna e guardei no bolso do robe. 

Um fio de sangue passou aos meus pés, vindo do meu quarto. Olhei para trás assustada com medo, janela estava fechada mas não havia nada de paranormal.

"Não tenhas." respondeu.

Olhei para ela assustada.

Há minha frente, em plenos olhos vi-a à minha frente a ficar nua. Lembrei-me que ela tinha morrido muito jovem, 54 anos, era uma mulher linda, com três filhos e um deles era a minha mãe sendo a mais velha e eu seria a sua primeira neta, com uma vida de sonho, uma vida completa e morre de um momento para o outro encontrada nua e mal tratada numa berma de uma estrada junto ao monte herdado por ela aos meus pais. Nua. Começou a parecer manchas na pele dela de mal tratos.

"Avó!" chamei por ela levantando o meu braço esquerdo.

"Não tenhas medo." repetiu por uma segunda vez.

Gritos.

Descobrindo a VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora