"Continua"
Coloquei o jornal à minha frente e continuei a ler "(...) O monte conhecido como o monte das três cabeças foi alvo de várias histórias de terror associadas às três cabeças. Maria Teresa era uma cidadã bem disposta e simpática que os habitantes não reconhecem o motivo para a sua morte."
"Acabei!" - O artigo tinha acabado, estava rasgado, não havia índices da investigação. Olhei para a minha avó.
"Queres saber quem me matou?"
Medo. Arrepio.
Gritos. Mas desta vez ouvia também uma faca a ser afiada.
Arrepios percorreram a minha espinha.
Fechei os olhos e refleti naquilo que li e naquilo que a minha avó tinha perguntado. Abri os olhos.
"Sim, quero."
"Vai ao quarto dos teus pais."
Abanei a cabeça.
Vi a minha avó a ficar cada vez mais transparente até que desapareceu.
Fui em direção ao quarto dos meus pais, sentia os pés pesados, estavam ensopados de sangue, sentia o nível de sangue a descer.
Ao chegar à porta vi o meu pai a sair do quarto. Encostei-me à parede de costas com o ritmo cardíaco acelaradissímo, tinha uma dor no peito. Como é que o meu pai está cá se ele foi passar férias com a minha mãe a Sevilha? Voltou tão rápido. Passou por mim a uns milimetros e não deu por mim ali.
"Não tenhas medo, ele não te consegue ver!"
Ouvia a voz da minha avó assustada, encostei-me mais à parede, só sentia a pulsação do meu coração. Decidi entrar no quarto, arrisquei.
Não pode acreditar naquilo que os meus olhos viam. Vi a minha avó amarrada à cama com os olhos abertos. Estava morta. Fui em passo apresado até à cama e gritei "avó!", não podia fazer nada. Tinha as mãos com sangue. Havia sangue por todo o lado. Pisava sangue, pingava sangue. Sangue em todo o lado, em paredes, nos armários, no tecto. Sangue. Olhei para o corpo da minha avó e vi os maus tratos apresentados no jornal e que assisti lentamente em olho vivo à uns minutos atrás. Estava chocada. O meu pai entrou no quarto a murmurar algo, assustei-me, olhei logo para trás. Murmurava algo como "ainda bem que esta velha já foi". Esta velha? Esta velha é a minha avó, a mãe da tua esposa ao qual te casas-te e tiveste uma filha. Assassino. Algo mais ele murmurou pegando numa foto da minha mãe "daqui a uns anos és tu!" não reagi, não tive como reagir, olhei para a minha avó morta de boca aberta. Como é que ele foi capaz disto? Como? Não entendo. E vai matar a minha mãe.
Pousou a foto e foi ao pé da minha avó indo para o meu lado.
"Vamos para o tal famoso monte das três cabeças?" falou alto.
Levantou as mãos e tinha umas luvas de latéx. Esperto. Não deixará nenhuma impressão digital.
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Descobrindo a Verdade
ParanormaleAna, uma adolescente de 16 anos com poderes sobrenaturais que desconhece encara a realidade de uma forma diferente. Sendo que a avó dela vem à terra como espírito dar o conhecimento dos poderes sobrenaturais e de desvendar o mistério da morte da avó...