2ª parte

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Olhei em direção do quarto dos meus pais, apareceu uma mancha enorme de sangue a sair pela porta do quarto. Tornei a olhor para a fente com um aperto no peito, avó, desfeita, sangrando, feridas por todo o corpo, sem um olho, sem uma mão, sem vários dedos dos pés. A mancha de sangue percorreu até aos meu pés.

Gritos.

Ouvia gritos. Tinha medo ao mesmo tempo estava confusa. A minha avó estava a desfazer-se aos meus olhos. Seria realidade? Estaria maluca? Precisava de um médico.

Vi um movimento leve da minha avó com a mão que restava, apontava com o dedo indicador para o chão. Desviei o olhar para o chão. O chão estava repleto de sangue, sentia os pés ensopados de sange, levantei um pé e sangue escorria. Pousei o pé.

Gritos.

Dei um pulo de susto olhando para o quarto, aqueles gritos pareciam lembrar um filme de terror. A minha avó continuava a apontar para o chão. Com o olhar segui a indicação do dedo dela. Apontava para um bocado de jornal antigo trazido pela corrente de sangue. Peguei no jornal. Não continha sangue.

"Lê!" ordenou a minha avó.

Senti a minha vida a andar para trás quando a minha avó mandou ler. O que ela quer de mim? Quer matar-me?

"Lê!" repetiu.

Estava estupefata a olhar para ela. Abanei a cabeça de sim. Comecei a ler o título. "Mulher morta encontrada em mau estado." referia-se à minha avó. Li o lead que se encontrada mais em baixo. "Mulher de nome Maria Teresa encontrada morta numa berma..." sim, confirmava que era a minha avó "... junto ao monte ao caminho do monte herdado pelo pai recém-falecido a 2km de casa..." tudo batia certo com o que a minha mãe me contara.

Gritos. Cada vez mais altos.

Mais uma vez sentia o medo a passar nas veias. 

Arrepio na espinha.

Continuei a ler. 

Descobrindo a VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora