6ª parte

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Estava com medo. Tinha uma mistura de sentimentos, não sei o que se passava. 

"Oh, oh, oh sweet child o' mine oh, oh, oh, oh sweet love of mine..."

Tocava a minha música favorita como fundo, vinha do meu quarto. Deixei o meu pai e entrei no meu quarto, não podia acreditar no que via. Confusão. Encontrava-me a dormir na cama, o meu telemóvel vibrava com o a música ainda em sintonia, despertava. Suava. Sentia o suor a escorrer da minha testa. 

Olhei para o meu corpo outra vez.

Gritos.

Senti falta de ar, abri os olhos e dei por mi já deitada na cama. Levantei-me rápido com medo. Suava. Olhei para todo o lado e o meu despertador continuava com o refrão da música. O mesmo refrão , a mesma parte de quando me vi deitada na cama, ou seja, fora do meu corpo. O que se passa comigo? 

Levantei-me apressada abri a janela. Rua cheia de carros como o normal. Não havia gritos. Abri a porta do quarto, não havia sangue. Corri para o quarto dos meus pais, nada, tudo igual. Os meus pais continuavam de férias. 

"Deve ter sido um pesadelo!" falei para mim mesma para me acalmar. Mas tinha um sentimento que não era.

Fiz o meu habitual dia-a-dia. Tomei banho, estava a suar. Pensava cada vez mais no sonho. Fechei os olhos e senti a água morna a escorrer pela minha cabeça abaixo, que bom. Ouvi um barulhos estranho. Abri os olhos assustada. Vi uma mão cheia de sangue à minha frente no outro lado da cabine do chuveiro. Encostei-me à parede e conti o grito fechei os olhos e tornei abrir. Não havia mão e nem sangue.

"Está na hora de parar de ver filmes de terror antes de dormir!" murmurei.

Saí do chuveiro a correr, limpei-me e vesti e fui para a escola. Estava em época de aulas. Senti medo ao sair de casa. Mesmo assim enfrentei o medo. Parei por um café no caminho para a escola para comer algo. Cheguei ao balcão.

"Bom dia, o que vai desejar?" perguntava a menina. 

Olhei para o espelho que havia atrás dela. Assustei-me. Vi um homem sem rosto a passar devagar de um lado para o outro sem pernas, apenas voava. 

Virei-me para trás com medo e não vi homem sem rosto nenhum. O café só tinha um casal numa ponta a comer.

"Está tudo bem menina?" perguntou novamente a menina.

Sorri fingindo que não se passava nada e olhei para a vitrina. 

"Bom dia está tudo bem. Só queria um compal de pêssego e pode ser este croissant com fiambre se faz favor." a menina fez o meu pedido. 

Entregou-me em mão e pediu um valor do dinheiro aonde eu ouvi a voz dela mudou para um tom mais grosso. Parecia estar possuída. A cara dela desfigurou e notei mesmo que ela não era ela mas sim o demónio que a possuís. Fechei os olhos e tornei abrir. Já voltou a ser ela.

"Desculpe?" fiz de conta que não tinha percebido o preço na primeira vez.

Ela repetiu e dei-lhe o dinheiro e esperei pelo troco. Ao colocar o troco na minha palma, os dedos finos dela em contato com a minha pele tive um visão maléfica dela. Tirei a mão bastante rápido. 

"Obrigada!" disse guardando o troco e pegando o meu lanche.

"Obrigado nós."

Começo a ter medo. 

Será que ainda estou num pesadelo.

Vejo coisas nos lugares errados e que nem sequer são num mundo real. Preciso de um médico.

Descobrindo a VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora