3ª parte

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(...) encontrava-se completamente nua, desfeita. O assassino, segundo a autopsia, teria violentamente agredido-a e violado, não só como também apareceu sem o olho direito, amputado da mão direita e de alguns dedos dos pés. (...)"

Tudo o que li era tudo o que estava a acontecer aos meus olhos. Olhei para a minha avó de boca aberta, a tremer.

"Continua."

Assenti com a cabeça.

Continuei.

Gritos.

Arrepio na espinha.

" (...) Segundo a investigação, naquele monte foram encontrados vários corpos também totalmente desfeitos, nenhum deles foi identificado ou reclamado. (...) 

Parei aterrorizada.

"Continua."

"(...) O monte não tem boas histórias, já no tempo do avô paterno de Maria Teresa haveria ter-se encontrado três cabeças de mulheres ao qual o corpo nunca chegara a ser encontrado (...)" Arrepiei-me "(...) várias histórias contadas pela população local que as três cabeças foram amputadas lá junto a uma mini capela e que as vítimas gritaram até à morte (...)" Mais gritos "(...) e que o assassino para não ser descoberto, preferiu e resolvera levar os três corpos para outro local e deixar as cabeças no local para simbolizar que só ele (homens) teria o direito de pensar e ser chefe de tudo e as mulheres serem escravas dele (...)" Fiquei assustada "(...) e segundo mais histórias à noite ouve-se gritos das três mulheres e som de facas afiar somente para afugentar quem passa por lá mas isso não passa de um mito. Até ao dia em que quatro amigos motoqueiros queriam chegar mais rápido possível à freguesia do lado em plena noite, decidiram ir pelo atalho desse monte. Percorreram meio caminho e as motos pesadas que eles dirigiam deixaram de funcionar, uma a uma, tentaram pegar a moto e mesmo assim não davam, o grupo afirma que após de as motos deixarem de funcionar viram a capela com a luz acesa ainda pensaram em ir lá mas do nado ouvem gritos e o tal famoso som das facas a serem afiadas. Os gritos cada vez aumentavam mais e com medo fugiram no sentido oposto e esqueceram o atalho, as motos eram pesadas de mais e o caminho era liso e felicitava o andamento com elas de lado a correr, segundo eles quando iam quase a chegar à estrada as motos começaram a funcionar. Estranho, não? E sem pensar duas vezes colocaram-se em cima e foram ter à posto da guarda mais próximo. No posto contaram tudo o que viram e ouviram ao policia que se encontrava ainda em serviço mas o policia não acreditou e mandou-os interna-los no hospital local a pensar que o problema já eram as drogas. Hoje os quatro amigos encontram-se em casa e tem contado esta história a toda a gente que conhecem (...)".

Afastei o jornal dos meus olhos. Dirigi o meu olhar para o chão, reparei e senti que o nível do sangue aumentou.

Gritos.

Olhei para a minha avó assustada.

Descobrindo a VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora