✨ Capítulo 5

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Jay: Tá calado Simon, às vezes só dizes merda mesmo foda-se. Achas mesmo que eu quero saber da Smith para alguma coisa? -pergunta como se a resposta fosse óbvia-

Simon: Acho mas não o admites -diz decidido-

Jay: Dessa tua boca só sai merda foda-se. É óbvio que não. Só gosto de gozar com ela, nunca tem reação -diz e ri-se lembrando-se de algumas das vergonhas que a tinha feito passar-

Simon: Um dia isso vai dar merda -diz negando com a cabeça-

Jay: És sempre tão negativo, tem calma -diz indiferente-

Simon: Tu é que sabes. Depois não venhas reclamar que fizeste merda e blá blá blá -diz sério-

Jay: Até parece

Simon: Que ideia -diz irónico-

Jay: Vai-te foder -diz chateado-

Simon: Vai tu -diz calmo-

Jay: Às vezes consegues irritar fogo -diz tentando acalmar-se-

Simon: Ouvir as verdades custa -diz a sorrir- Mas um dia eu vou poder dizer "Eu avisei-te" -diz a gozar com ele-

Jay: -não lhe responde e muda o assunto enquanto ambos davam voltas à escola e a meio do caminho encontram o grupo das populares- Momsen, preciso de falar contigo -diz sério-

Kat: O que se passa? -pergunta e todas calam-se ouvindo curiosas-

Jay: Quero falar em privado, não preciso de cuscas a ouvir -diz com uma expressão séria e a voz muito séria-

Kat: Ok -diz e vai até ele e o Simon-

Jay: Se voltas a bater na Alison ou lhe fazes algo eu juro que vais ter de te haver comigo Katherine. Passas-te dos limites -diz baixo as muito ameaçador-

Kat: Outro que está do lado da baleia -diz indiferente-

Jay: Uma coisa é gozar com ela, outra é ser covarde ao ponto de lhe bater e saberes que ela não se vai defender. És covarde mas espero que sejas inteligente ao ponto de te afastares da Smith -diz ameaçador-

Kat: Senão fazes o que Jay? -pergunta com ar de gozo mas por dentro estava a morrer de medo do que ele e o Simon poderiam fazer-

Jay: Só te estou a avisar. Se fores inteligente pode ser que eu não tenha de me meter no assunto, odeio ocupar o meu tempo com merdas desnecessárias. Katherine não me queiras ver fodido -diz e vira-lhe as costas e sai juntamente com o Simon deixando a Kat ali sozinha a olhar para o nada-

O resto do dia passa calmamente, a Ali não teve mais nenhum problema. Para ser o primeiro dia tinha sido muito pior do que o que ela esperava, tinha sido ainda pior do que o ano passado. Agora as dúvidas rondavam-na "devia ter desistido enquanto podia", "eu não devia estar aqui sequer", "eu não mereço estar viva", ... Esses eram as dúvidas e os pensamentos que mais rondavam pela cabeça dela nessa noite. Talvez um dia tudo acabasse, mas esse dia ainda não tinha chegado. Ela ainda se perguntava que mal tinha feito para ter tanto azar na vida, mas o que vale é que ela já estava habituada a sofrer.

Enquanto isso a Kat pensava numa maneira de ter a atenção dos populares, desta vez pelo modo positivo. Mas antes a Kat teria de se vingar da Ali, graças a ela tinha sido ameaçada pelo Jay e pelo Simon, agora seria difícil fazer com que eles gostassem dela mas ela conseguiria. E não era a Ali que se iria meter no caminho dela, ela estava decidida a ser a mais popular, custasse o que custasse, ela queria ser a melhor. Era a vez dela de ser a número 1 e ela não iria deitar isso a perder por causa duma miúda como a Ali, nem pensar, ela passaria por cima de tudo e todos, fosse como fosse. Teria de eliminar qualquer pessoa que se metesse no caminho dela. Começaria pela Ali, se ela pensava que a vida dela era má a Kat iria fazer questão de piorar tudo isso.

Nessa noite o Jay tinha-se deitado ao mesmo tempo que o Simon, ambos eram colegas de quarto, mas nessa noite não fizeram nada apenas se deitaram calados a olhar para cima a pensar, nada disso era normal neles, no entanto pensavam coisas diferentes ou nem tão diferentes assim.

O Jay estava deitado a pensar em como o dia tinha começado e em como tinha acabado. Sinceramente ele já nem percebia o que ele próprio fazia, já não sabia se gostava do que fazia ou não. Pensava no que tinha feito, sujar a Ali tinha parecido engraçado mas depois pareceu... secante. A brincadeira que a Kat fez, tinha parecido insignificante no momento e até mesmo engraçada mas agora parecia estúpido e infantil, muito infantil. Agora relembrava-se do olhar da Ali ao ouvir isso e fazia-lhe impressão pensar que nunca tinha lhe tinha dado a atenção suficiente para a encarar o suficiente para saber que ela saia magoada a cada pequena coisa que era dita.

Depois relembrou-se do momento em que a fez cair no meio do corredor pedindo ajuda a um colega, o empurrão que ele lhe deu a seguir foi ainda mais cruel, algo que ele não tinha percebido antes, e o video a que tinha assistido umas 15 vezes era humilhante, a cara de magoada e envergonhada dela dava dor mas o pior foi que quando ele pediu para ela se pôr de joelhos ela estava disposta a fazê-lo, tudo isso era mau de pensar. Pesava-lhe na consciência, mas depois pensou no momento em que lhe subiu a cara para ela o encarar e ficou furioso pelo lábio rebentado mas agora que pensava nisso não estava furioso, agora parava a sua mente nesse momento e analisava bem a miúda que ele tinha passado 1 ano a insultar. Uns olhos azuis muito claros que qualquer uma matava para ter e qualquer um amava olhar, bochechas coradas e cheinhas, dando-lhe um aspeto fofo, os lábios vermelhos chamativos e até sedutores na ocasião correta, nariz pequeno e fofo, pele morena e macia, pormenores que por mais de 1 ano lhe passaram despercebidos. Até os olhos dela, seria impossível de pensar que ele tinha deixado escapar tal coisa. Acabou por dormir com a cara dela na mente mas não foi a melhor delas, não foi um sorriso e sim uma cara que demonstrava medo, receio talvez ele merece-se esse olhar ou talvez não.

O Simon pensava no quanto as pessoas à volta dele tinham mudado. Pessoas que ele pensava serem simpáticas e honestas agora já nem as reconhecia. Num só dia viu uma simples rapariga de 19 anos a passar no mínimo 4 momentos humilhantes e angustiantes. Uma rapariga que não parecia fazer mal a ninguém, que estava sempre no seu canto, com o seu grupo de amigos, era apenas uma menina no meio de lobos e piranhas. Ele pensava no quão forte ela era, ele nunca conseguiria sobreviver a um dia assim, seria impossível mas no entanto ela fazia isso como se nada fosse. Todos os dias a via, sempre desanimada, triste, parecia que tinha nascido para ser triste. Nunca a tinha visto feliz, um simples sorriso, uma risada, nada. E ela merecia ser feliz mas parecia que ninguém lhe dava essa hipótese. O momento em que viu a Kat a bater-lhe surpreendeu-o mas quando ouviu os comprimidos que a Ali tomava apenas aos 19 anos notava-se que o problema já era do passado, ele desejava que melhorasse mas no fundo sabia que só iria piorar. No meio de tantos pensamentos acaba por adormecer com a consciência tranquila, ele tinha tentado ajudar ao contrário de muitos outros.

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