A Tempestade

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Capítulo 5

A Tempestade

Sétimo Dia:

          Era uma cena linda. Uma cena digna de um romance. Não... Não de um romance. Quem sabe talvez...

          Uma cena digna de uma tragédia de Shakespeare.

          Era uma tarde chuvosa, mesmo que não houvesse uma nuvem no céu. Talvez era uma tarde chuvosa somente para ela. Para a garota que ficou para trás. Para a garota pairando na calmaria.

          A sala de aula vazia iluminada pela luz do sol das três horas parecia muito mais bonita do que quando cheia de alunos. Uma simples idealização de tranquilidade.

          Tranquilidade.

          Do outro lado da janela os alunos praticavam exercícios físicos de forma que a garota já se sentia cansada somente de observá-los.

          Não...

          Ela já estava cansada muito tempo atrás. Um cansaço insuportável. Ela desejava descansar. Ah! Como desejava! Porém ainda não era chegada a hora. Não ainda.

          Onde está ele? Para onde ele foi?

          O garoto já tinha saído da sala quando ela chegara, o mesmo podia ser dito do professor que o acompanhava.

          O que aquele professor falara com ele? Seria tal homem um adversário para seu objetivo?

          Não importa.

          — Já não importa mais.

          Seus olhos eram da cor do céu, do mesmo céu que preenchia os dias da primavera. Seus cabelos eram como fios de ouro, um ouro puro e reluzente. Para muitos, sua aparência era como a de um anjo.

          — Errado.

Oitavo Dia:

          Amós estava no topo do pequeno tablado que os professores subiam para dar aulas em dias comuns. Ele parecia estar se divertindo com a situação, assim como Julia havia previsto.

          — Prontos para começarmos?

          Amós estava sentado perto da mesa do professor com uma Gendo Pose perfeita. Ele estava, ironicamente, sorrindo.

          — Eu não consigo entender pra que estamos fazendo isso, Amós.

          Aleksandr falou algo que muitas pessoas estavam pensando. Qual é o sentido de fazermos uma investigação quando já temos profissionais no caso?

          — Hehe... Você talvez não esteja compreendendo a situação muito bem. Nosso professor foi morto e por algum motivo somente os alunos de nossa classe foram confinados na escola. Consegue entender agora? Os únicos suspeitos existentes estão dentro de nossa classe.

          Os alunos começaram a discutir entre si, muitos estavam preocupados com a situação que, realmente, parecia um pouco pior do que eu temia, mas, ainda assim, já sabia que era um suspeito desde o início. Minha situação não mudou em nada com essa afirmação.

A Borboleta na TormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora