Prólogo

18.6K 816 31
                                    

Sempre imaginei que meu novo lar seria um lugar maravilhoso. Aos 16 anos, minha família estava se mudando para o outro lado do oceano, Grécia! Quem diria? Brasileiros, vindos de Rondônia morando em uma linda e paradisíaca ilha grega? Totalmente possível.

Meu pai, Aristeu é natural de Atenas e em 1980 migrou com a família para o Brasil onde conheceu minha mãe dona Bibi e tiveram três lindas filhas: Mabel minha irmã mais velha, Laura irmã do meio e a caçula mais gata da família: eu.

Brincadeiras a parte, somos uma família comum que se ama muito, cresci cercada de amor, meus pais me ensinaram a me amar e me aceitar do jeito que eu sou. E cá estou eu, essa gordelicia maravilhosa.

Hoje é meu primeiro dia de aula e já estou perdida no corredor, a escola é gigante tenho certeza que essa sala se encontra no furico de Judas de tão longe! Passavam das oito horas da manhã e eu completamente atrasada logo no primeiro dia de aula.

Distraída com a arquitetura linda da escola acabo esbarrando em alguém, o tombo foi tão forte que as porcarias dos livros voaram longe. Ainda no chão encaro a sombra em cima de mim, e minha nossa senhora das gordinhas assanhadas! Que gato!

Olhos verdes, pele bronzeada, cabelos medianos e um rosto de galã adolescente das sete. Que coisa linda gente. É claro que eu não fiquei patetando, ou melhor, fiquei sim.

- Não vai me ajudar? Disse com sarcasmo. O gato não pode perceber que eu estava quase babando no mesmo

- Claro. O gato abriu um sorriso tão gostoso para mim que foi impossível não corresponder, estava na cara que ele era um cara simpático.

- A propósito, meu nome é Aléxis, você me parece um tanto... Perdida! Ele disse me ajudando a levantar do chão.

- Na verdade estou sim, eu sou novata aqui e ainda não encontrei minha sala. Poderia me ajudar, por favor? Ele me olhou de um jeito estranho, provavelmente percebendo que eu não era dali. Graças a deus meu pai sempre pegou no nosso pé para aprendermos sua língua natal, então não foi tão difícil nos encaixar.

- Posso ver seu horário moça?

- Rubi. Rubi Ferreira Helenides. Eu disse arrumando a minha farda que estava toda amassada com a queda, aliás, tenho que deixar claro que não gostei nadinha já que a mesma parecia figurino de pornô pobre. Uma saia de pregas (bem piegas eu sei), que em mim ficou curtíssima junto com uma camisa de manga cumprida e botões. Como deus me agraciou com dois melões ao invés de seios, os primeiros dois botões voaram com o impacto da queda, ou seja, se você procurar periguete no dicionário neste momento vai encontrar meu nome lá.

- Parece que você é da mesma classe que eu, se puder me acompanhar, eu posso te levar até lá. Ele disse me olhando dos pés a cabeça e se virando rumo a outro corredor. O tal do Aléxis era alto, com o corpo definido e rosto quadrado, devia ter mais de 17, eu acho. Tomara que ele não pegue cobiçando o corpo dele.

Chegando à sala de aula, uma senhora de cabelos grisalhos e sorriso singelo gentilmente me cumprimentou, era a Senhora Moira, professora da classe dos segundos anos. Logo procurei um lugar para sentar, todos pareciam me olhar como se eu fosse de outro planeta.

Curvas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora