Capítulo 20

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Paco estava totalmente louco. Talvez ele já fosse antes e eu nunca percebi. Não poderia me culpar por isso já que nunca tivemos nada mais do que um envolvimento casual. Esse comportamento doentio é típico de macho escroto, um comportamento que eu tenho nojo! Quando esses desgraçados vão parar de nos tratar como se fossemos objetos? Você é minha e bla bla bla. As vezes sinto uma inclinação sinistra de me livrar de boa parte dos homens da terra.

- Logo seremos apenas você e eu minha querida. O lunático me olhava com fome, em seus olhos eu estava nua e a sua mercê. Senti vontade de vomitar em cima dele, fala sério!

- Meu bem, antes de você por suas mãos imundas em cima de mim eu corto teu pinto!

- Olha ela é brava que gracinha! Paco se aproximou de mim, se aproveitando da minha situação de mulher amarrada, segurou meu rosto com firmeza e me beijou a força. Era tudo o que eu queria naquele momento.

Correspondi seu beijo até sentir que ele relaxou a postura, imediatamente cravei meus dentes em seus lábios impiedosamente. Mordi com tanta força que arranquei parte do seu lábio, cuspindo fora e rindo dos seus gritos desesperados de dor. Podia sentir o sangue escorrendo pelo meu pescoço e decote. Paco rosnou partindo com tudo em minha direção, a ultima coisa que vi foi seu punho se chocando contra o meu rosto.

Acordei em um quarto escuro, minha cabeça ainda confusa tentando se lembrar do que aconteceu. Aos poucos a memoria foi voltando e me desesperei ao constatar que estava apenas de calcinha jogada sobre um colchão velho e mofado. Minhas mãos continuavam amarradas fortemente, toquei minha virilha procurando um sinal de abuso, mas felizmente não tinha nada. Não podia dizer o mesmo do meu rosto que latejava muito, tinha certeza que meu olho esquerdo estava inchado. Senti as lagrimas chegando, mas as empurrei de volta. Rubi Ferreira Helenides jamais se lamentaria e sentiria pena de si mesma. Eu sou a porra de uma guerreira e me recuso a chorar feito uma menina assustada.

Pensei em uma estratégia para me livrar dessa situação, mas os fatos não estavam a meu favor. Primeiramente estou desarmada, ferida e amarrada. Segundo, não sei nem mesmo onde estou ou quantos dias fiquei fora do ar. Pensei em tantas possibilidades que quase fui à loucura. Quando fico nervosa

tenho um tic nervoso de mexer na orelha, sabe deus o porquê, mas foi graças a esse tic que me lembrei de algo muito importante. O rastreador!

Eu já sorria de felicidade quando a porta do quarto se abriu num estrondo e um paco assustador com parte do lábio faltando entrou no quarto fedorento.

-Rubi, Rubi. Chegou a hora da gente se acertar morena. Sabe que foi muito difícil resistir a esse corpo delicioso? Tive que me controlar para não começar a nossa festa com você desacordada, mas sou um cavalheiro e esperei você acordar. Eu gosto de ouvir seus gemidos sabia? Eu estava disposto a te dar uma vida de rainha, mas ai você fez isso comigo. Você deformou meu rosto baby e isso não posso perdoar. É por isso que depois que eu acabar com você vou te dar de presente aos meus homens. Eles vão se revezar em você até cansarem e então eu vou te matar e enviar sua cabeça para o seu amado Alex. Paco dizia tudo com tanta calma que me arrepiei inteira de medo. Parecia que eu estava presa a um filme de terror e não tinha como sair.

- Você pode tentar encostar em mim, mas não vai conseguir sem uma boa luta. Eu não tenho medo nenhum de morrer, mas te digo uma coisa antes de mim será você. Você que vai me implorar por misericórdia e eu não terei nenhuma. Terminei meu discurso de mulher fodona cuspindo em seus sapatos caros.

Paco sorriu e começou a se desfazer das roupas enquanto eu me desesperava por dentro sem demonstrar. Ele queria ver medo e desespero e eu não daria esse gostinho a ele. Fui salva por um de seus capangas que precisava falar com ele urgentemente. Paco o seguiu para fora do quarto e essa era a minha chance. Tentei me desamarrar sem sucesso, as cordas estavam muito apertadas e a única coisa afiada ao meu alcance eram minhas unhas que não serviriam para cortar a corda. Sem opção cerrei a mandíbula e fiquei minhas unhas nas palmas das mãos. Forcei ate causar uma perfuração sangrenta, queria gritar de dor, mas me mantive calada, respirei fundo e deixei o sangue melecar bem minhas mãos, assim que melequei o suficiente escorreguei minha mão para fora do aperto da corda rezando para que desse certo.

Assim que finalmente me libertei das cordas Paco voltou ao quarto. Posicionei minhas mãos para trás dando a impressão de ainda estar amarrada e esperei ele se aproximar, sabia que só teria uma chance de fugir.

- Agora somos só nos dois morena. Cuidei para que não fossemos mais interrompidos.

Permaneci de cabeça baixa fingindo derrota enquanto o desgraçado ficava nu a minha frente. Seu tamanho era intimidador, ele tirou sua arma e a colocou

em cima de uma cadeira no canto juntamente com as peças de roupas, a única coisa em suas mãos era o cinto que ele segurava ameaçador.

- Sabe morena, nesses anos de vida aprendi bastante coisas sobre as mulheres. Uma delas é que as mulheres adoram ser punidas, interessante não? Vou te ensinar como respeitar um homem como eu, quando eu terminar com você, vai implorar para que eu te foda.

Continuei sem falar nada e tremi ao sentir a primeira cintada na minha cocha. Recusei-me a gritar de dor e permaneci na mesma posição, eu só tinha uma chance. Ele me acertou mais duas vezes antes de avançar em mim enquanto ele passava sua língua nojenta nos meus seios, suas mãos se ocupavam em alisar minhas pernas e foi nesse momento que movimentei minhas mãos devagar e pressionei meus polegares contra seus olhos, segurei com forca e não soltei mesmo que ele usasse as mãos para me bater, usei minhas pernas como apoio e o segurei firme.

Suas mãos foram de encontro ao meu pescoço me fazendo perder o ar, usei as unhas e perfurei seus olhos fazendo o sangue jorrar, e ele afrouxar o aperto em meu pescoço. Enquanto ele se debatia no chão gritando de dor corri até a cadeira pegando a arma e mirei na porta esperando seus capangas aparecerem.

Paco mesmo cego tentou me atacar outra vez e eu não tive escolha a não ser atirar, mirei em seu joelho rezando fazer estrago suficiente para que ele nunca mais andasse outra vez. Atirei duas vezes ele caiu no chão agarrando o joelho e gritando muito. Meu corpo tremia, mas a adrenalina me deixava esperta. Tomei um susto com a porta sendo arrombada e quando me preparava para atirar ouvi a voz do Alexis chamar meu nome.

Finalmente eu estava a salvo.

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