Capítulo 10

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     π Florence π

- Terminei. - diz Isabel e bate palmas.

Des do início ela não deixou eu me olhar no espelho por isso que virou a cadeira.

- Posso ver? - pergunto.

Ela não responde, vira a cadeira e abro meus olhos. Uau.

Estou linda, muito melhor do que nos últimos sete dias.

Meu cabelo não está muito curto, ela não cortou muito.

Tem cachos de várias formas e tamanhos, ela pegou algumas mechas da frente e prendeu para trás.

A maquiagem é preta mas tem brilho, muito aliás. Minhas bochechas estão rosas e meus lábios vermelhos, definitivamente adorei.

- Adorei. - digo e sorriu.

- Eu também. - diz e rir.

- Obrigada, Isabel, você fez milagre. - digo

- De nada, Flor. - diz e sorrir.

- Tchau. - digo e volto para a recepção pelo mesmo corredor.

Chegando lá, vejo Debbie a minha espera.

Ela está bonita, seu cabelo está preso em um coque bagunçado e a maquiagem é clara.

- Quanto deu? - pergunto.

- Duzentos e oitenta e cinco dólares. - diz e entrego o dinheiro.

Saio do salão acompanhada por Debbie e entramos no carro, agora só espero que não tenha engarrafamento já que são quase duas e meia da tarde.

- Está linda. - diz Debbie.

- Obrigada. - digo e sorriu.

- Se ele lhe visse agora, com certeza cairia ao seus pés. - diz e rir entrando na via expressa.

Meu sorriso se desfaz quando ela menciona ele.

- Por favor Debbie, não. - digo e olho pela janela.

- Você tem que encarar isso como adulta Flor! Você acha que vai conseguir esconder isso da mamãe a vida toda? - pergunta.

- Não, talvez. - digo e suspiro.

- Você não vai, Flor. - diz.

- Porque não? - elevo o tom da minha voz.

- Porque vou conta - lá! Não acho justo ela pensar que vocês ainda estão juntos se nem sequer estão se falando. - grita.

- É complicado. - digo.

- É complicado o que? Aceitar que ele não te quer mais e precisa ficar fantasiando? - grita.

- De novo não Debbie, não acredito no que acabou de dizer. - murmuro e lágrimas enchem meus olhos.

Agora não Florence, você é forte, agora não.

- Estou sendo realista! E você também deveria ser. - diz e passa a mão pelo cabelo.

- Ser realista dói. - murmuro para mim enquanto ela estaciona o carro na garagem.

Graças a deus, não iria aguentar sequer mais um segundo nesse carro.

Tento abrir a porta mas está trancada.

- Não terminamos. - diz.

- Terminamos sim. - digo destravando o carro e saindo.

Ela também sai do carro quando Ouço seus passos logo atrás de mim.

Abro a porta e subo as escadas com meu vestido nas mãos.

- Volta aqui Florence! - Ouço ela gritar da sala.

Ignoro. Preciso me arrumar e ficar bonita para o dia da Nona, ela precisa me ver feliz para ficar bem.

Despir - me, abro a caixa e pego o vestido, vestindo - o.

Olho - me no espelho e vejo que a calcinha está marcando, merda, vou ter que tira - lá.

Tiro a calcinha e vejo que está bem melhor.

Abro a mala e pego um salto branco, apesar do vestido cobrir os pés e o sapato, tenho que colocar algo apresentável mas o que eu queria mesmo era uma sapatilha.

Pego minha bolsa e coloco uma sapatilha na mesma, tenho certeza que não vou aguentar mais do que a cerimônia com esses saltos.

Saio do quarto e desço a escada. Debbie já está na sala a minha espera.

- Vamos. - digo sem olhar em sua cara.

Saio da casa e entro no carro, ela vem logo atrás e depois se junta a mim.

- Fl.. - Interrompo - a.

- Não Debbie. - digo e ela suspira.

E o trajeto até a igreja é assim, num completo silêncio.

(…)

- A senhora está linda, Nona. - digo para a senhorinha que está em minha frente.

Seu cabelo está solto e com pequenos cachos nas pontas, o vestido é branco e logo abaixo do joelho e os sapatos são razoavelmente altos.

-  Obrigada Flor. - diz e páramos um pouco antes da entrada.

A cerimônia já vai começar e a cada minuto que passa, o frio na barriga cresce.

- Será que devo desistir? Eu nunca devia ter concordado com isso, sou velha demais. - diz nervosa.

- Nona, você não vai desistir e o Heitor lhe ama! Agora vamos entrar nessa igreja de mãos dadas, e não se esqueça, pode contar comigo sempre. - digo e encosto minha testa na dela.

- Obrigada Flor. - diz.

- Eu só quero vê - lá feliz, agora me concede esse momento? - digo estendendo o braço e rindo e qua to limpo uma lágrima.

- Claro. - diz agarrando em meu braço.

Olho para ela numa forma de perguntar se quer entrar agora ou esperar mais um pouco e ela confirma com a cabeça.

Entramos na igreja assim e foi desse jeito até o final da cerimônia, eu do seu lado sem sair por nada.

E vai ser assim para sempre.

(…)

- Mia Rosalinda Summer, aceita Heitor Reynolds como seu futuro marido, para amar e respeitar, na saúde e na doença até que a morte vos separe? - pergunta o padre.

- Aceito. - diz e sorrir.

- Pelo poder divino a mim concedido, eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. - diz o padre.

Heitor encosta os lábios nos da Nona num selinho e todos da igreja se levantam e aplaudem.

Ela está feliz, e eu estou feliz por ela.

(…)

Pego outra trufa, está uma delícia! Não sei do que é mas que é gostosa, é.

Devo já ter comigo uma porção dela, perdir a conta na vigésima.

Eu estou com um grande frio na barriga, não sei explicar mas estou prevendo, aí vem bomba.

- Flor. - Ouço alguém chamar e viro - me.

- Oi Cam. - digo.

Des do último encontro, eu e Cameron não nos falamos.

- Desculpa por aquilo, eu estava fora de mim. - diz.

- Não tem problema. - digo.

O frio na minha barriga aumenta quando vejo uma figura ruiva ir falar com a Nona.

É ele. Edward está aqui.

- Vida, quando eu disse que não podia ficar pior, não era um desafio. - murmuro mentalmente.

Touch Me Like You DoOnde histórias criam vida. Descubra agora