26 - Carl

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Narrado por Carl

Precisei subir para o meu quarto de forma bruta, não posso demostrar fraqueza mediante a rainha e sua família.

Afinal, eu sou o príncipe substituto e sobrinho do rei Robert! Fui preparado para todo tipo de diversidade e deixar seus sentimentos virem à tona é o primeiro passo para o fracasso.

Estamos no meio de uma guerra e sou o único soldado responsável pela segurança delas nesse momento. A rainha Elana não entende os riscos que está correndo, sendo assim cabe a mim cuidar delas.

Sei que a assustei agora a pouco quando tomei o celular de sua mão, mas ela é muito teimosa e suas atitudes sempre a colocam em perigo. Meu pai quase conseguiu matá-la porque ela foi displicente, meu tio havia dado ordem para que os melhores homens a mantivesse em segurança e o que ela faz? Acreditou em uma falsa mensagem de um professor e saiu à noite sozinha para uma rua deserta, no Brasil, aonde é ainda mais perigoso. Se ela conseguiu despistar homens treinados imagine a mim?

Quase não tenho dormido, devo admitir que ela escolheu um excelente refúgio. Não vejo ninguém transitando por aqui e Julie tem se responsabilizado pelas compras da casa e tudo o que se faz preciso, a rainha tem sorte de ter súditos tão fieis.

David e eu fomos criados juntos, como irmãos, e é assim que eu o considero. Sempre soube que um dia ele seria o meu rei e isso nunca me incomodou.

Meu pai nunca aceitou isso! Minha tia, mãe do David, era a herdeira do trono de Gales, mas meu pai sempre odiou essa posição. Ela era filha legitima, por isso a herdeira, contudo o meu pai se achava no direito por ser homem.

Ao contrário de outras monarquias, a nossa dá ao primogênito o direito do trono independente de ser homem ou mulher. Em outras o costume é do primeiro filho homem o direito e meu pai nunca aceitou que a nossa família considerasse homens e mulheres da mesma forma.

Ninguém nunca soube que o meu pai pensava desse jeito e devo dizer que tenho minhas dúvidas em relação a morte da minha tia, porém não quero entrar nesse assunto agora.

A rainha não sabe que o meu pai está morto! Mas eu tive a confirmação um pouco antes de liberta-las do castelo, se eu disser que não estou sofrendo por isso seria um mentiroso e isso é algo que eu não sou. O maior tesouro de um príncipe é a sua palavra, se ela não tem peso que méritos ele terá com o seu povo?

Perdi a minha mãe muito novo, nem me lembro de como ela era, minha tia me criou como seu filho, porém morreu quando eu era criança ainda. Tenho uma diferença de cinco anos do David, minha mãe faleceu quando eu ainda tinha um ano de uma doença que ninguém soube explicar e fui morar com a família do David porque meu pai não estava em condições psicológicas de me criar, isso é o que ele falava. Minha tia morreu quando eu estava com seis anos e eu a chamava de mãe, por isso eu jamais poderia trair o meu tio e o David.

David e eu sempre fomos muito apegados, estávamos sempre juntos, viajávamos juntos, íamos as mesmas festas e quando ele não estava no meu palácio eu estava no dele. Nós não frequentamos a faculdade, seguimos carreira militar, mas ele foi primeiro, por causa da idade.

A única viagem que eu não fui com ele foi a que ele conheceu a Lana. O tio Robert estava bravo conosco porque fomos a uma festa e depois resolvemos fazer uma festa particular, ele, eu e mais cinco meninas, muito lindas por sinal. O problema é que uma delas postou fotos na internet tendo relações com ele, nós dois rimos muito quando soubemos, afinal quem tinha que se envergonhar era ela, mas meu tio enlouqueceu e arrastou o David junto com ele para o Brasil, foi um tipo de castigo. Ele e eu separados, eu no meu palácio com o meu pai me importunando, pois ele dizia que eu não podia ter a imagem manchada como o David e ele no Brasil com o tio Robert grudado nele.

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