Por Mattew
Bem longe, mas de uma forma irritante, eu ouvia a campainha atrapalhando meu sono. Eu sentia que tinha que me levantar da cama e atender a merda da porta mas meu corpo simplesmente se recusava a obedecer. Confundindo sonho e realidade, estiquei meu braço,encontrando o vazio ao meu lado. Resmunguei algo parecido com BecKy e logo a resposta veio numa voz atrevida e rouca.
– Continue dormindo, infeliz. Atenderei a porta.
Com muito esforço, abri apenas um olho e vi BecKy de pé, perfeitamente bem vestida com uma bata azul e calça preta. A roupa destacava bem o barrigão de sete meses. Prendeu os cabelos num coque frouxo, mas eu a segurei pelo braço.
– Deixe que eu mesmo atendo.
– Deixe que eu mesmo atendo...
Ela debochou, imitando minha voz.
– Está morto ai, Mattew. Isso porque o bebê nem nasceu ainda. Quero ver quando ele passar horas chorando...
– Nem vem com palhaçada que meu filho será comportado.
Falei, já me levantando da cama, ainda meio grogue. Isso que dá querer encher a cara. Sai com o Trevor no dia anterior enquanto BecKy e Megan saíam às compras. O vagabundo era ainda mais rápido que eu. Três meses de namoro e já estava noivo. Pelo menos não ia se casar primeiro que eu, já que nesse final de semana finalmente BecKy e eu nos uniríamos oficialmente.
– Se puxar ao pai...duvido. Agora me deixe atender a campainha. Tenho certeza que é Megan. Combinamos de sair hoje.
– Porra... de novo?
– Dessa vez o assunto é dela, Mattew. Eu apenas darei apoio moral.
Estreitei meus olhos, desconfiando daquele papo. O que aquela peste aprontaria agora?
A campainha berrou novamente ainda mais impaciente e eu revirei meus olhos. Deveria mesmo ter continuado morando em apartamento. Pelo menos assim teria o porteiro para barrar a entrada de qualquer engraçadinho. Ou então deveria colocar um muro enorme, ou alarme... sei lá. Qualquer coisa que impedisse esses loucos de chegarem tocando a campainha sem serem convidados.
– E eu vou fazer o que?
– Ah... Peter disse que espera por você hoje.
– Boa coisa não deve ser.
– Deixe de ser reclamão, Mattew. Por que não desprega essa bunda daí e vai tomar um banho?
– Vai me esperar?
– Claro que não. Sabe como sua irmã é.
– Então venha aqui.
Pedi, fazendo biquinho e logo ela estava ao meu lado. Abracei-a e enterrei meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro sempre delicioso.
– Espere só eu escovar meus dentes para beijá-la melhor.
– Deixe de frescura. Ja estou acostumada com seu bafo matinal.
– Bafo? Mas que desaforo...
Ignorando-me completamente, ela enlaçou meu pescoço e me beijou. A barriga a impedia de colar seu corpo ao meu, mas, ainda assim, esse mero contato fazia meu corpo arrepiar. Deslizei a mão até seu ventre, já sentindo nosso bebê se remexendo.
– Está inquieto porque sabe que vai sair com a Megan.
– Deixe de ser maldoso. Ficou assim a noite inteira.
– Sério? Não acha melhor ir ao médico?
A bandida rolou os olhos, balançando a cabeça. Atrevida. Eu ficava preocupado, obviamente. Passamos por muito estresse desde a festa onde anunciei meu noivado com BecKy. Primeiramente foi uma batalha com Felicity, até finalmente conseguir que me deixasse em paz. Ha meses eu não ouvia falar dela, felizmente. Ja a ordinária da canela seca me levou à justiça. Primeiro me acusando mais uma vez de assédio sexual. Não tinha provas, é claro. Depois me levou à justiça trabalhista. Felizmente eu sempre andei na linha quando o assunto era meus empregados. Nunca deixei de pagar um centavo do que era direito. E mais uma vez Hannah perdeu. Claro que nas duas situações eu sabia que não daria em nada. Mas era desgastante da mesma forma.
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Luxúria.com
RomanceMattew Brown, casado. Rebecca Hill solteira. Duas pessoas solitárias, carentes? Ou seus encontros virtuais eram puramente perversão e luxúria? Até que ponto sexo virtual seria uma traição? O desejo falaria mais alto a ponto de ultrapassar as barreir...