s a f e h a v e n // nine
justin bieber
– Os paramédicos encontraram isso no bolso do casaco de Amber, quando chegaram lá. Eu sinto muito por ter esperado tanto tempo para lhe entregar, porém eu tenho um motivo.
Eu sei que você a amava com todo o coração e sei que nunca faria nada para machuca-la, eu sinto muito, honestamente, pelo o que aconteceu a você. Pelo o que aconteceu com nós.
Amber é - era - uma garota maravilhosa, extrovertida, inteligente e tinha muita sorte em ter você ao lado. Desculpe- me por estar te entregando isso depois de tanto tempo, eu precisava reunir coragem para entregar a única coisa - exceto as fotos - que pertenceram a ela. Mas isso era para você, e eu deveria ter-lhe entregado há muito tempo atrás.
Amber era minha irmã e era "obrigação" nossa viver um ao lado do outro por tantos anos, mas você foi por escolha, e eu respeito isso mais que tudo.
Amber te amava, e sei que você a amava muito mais.
Eu tenho um motivo para não ter lhe entregado essa carta Justin, um motivo por ter tido um ódio tão grande por você, um motivo que eu sei que você nunca descobrira se não ler essa carta.
Eu sinto muito por ninguém ter te contado isso antes, eu sinto muito por ter que fazer você sofrer novamente.
Alex.
Estava difícil respirar, ainda mais ter forças para ler aquela carta. Nunca, em toda a minha vida, achei que teria tanto medo de um papel. Com as mãos tremulas encho mais um copo com a Vodca que trouxe do bar noite passada.
Tomei a bebida em um gole só, sentindo-o queimar em minha garganta e desatei o barbante do envelope e parei por um instante retirando a caneta que estava colada com uma fita no lado de dentro. A caneta que eu lhe dei no dia em que nos conhecemos.
Parei para encher mais um copo com Vodca. Eu não era muito fã de bebidas alcóolicas mas, desde que o porteiro me entregou o envelope, noite passada, a bebida virou minha melhor amiga. O envelope era fino. Uma, duas páginas no máximo. O que quer que ela tenha escrito, não deveria ter sido muito longo.
Ao desdobrar o papel, vi a data: 13 de Novembro de 2013.
O dia do acidente.
Imaginei Amber sentada em seu quarto, escrevendo em sua escrivaninha em frente à janela que dava par ao parque, coberto pelo branco do inverno, escolhendo as palavras certas para escrever.
Observando o papel vi o que pensei serem marcas de lágrimas.
Provavelmente deveria ser apenas minha imaginação combinada com a bebida. Endireitei o papel e comecei a ler sob a luz tímida que entrava pela janela da sala.
– Querido Justin,
Você sabe que eu só escrevo algo quando se trata das lições que temos na escola. Mas isso é para você e por isso vou dar o meu melhor. Eu não sei o que dizer quando, no fundo, sei que tudo entre nós está acabado. Se eu fosse capaz de dizer tudo o que eu sinto por você, escreveria a mais bela carta de amor de todos os tempos...
Mas, você sabe que eu sou tímida e que, além do mais, não tenho toda essa intimidade com as palavras; especialmente na hora de demonstrar os meus sentimentos mais sinceros, mais puros e profundos...
