10 - Nunca vá para a piscina com o seu crush impossível

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Sempre falam que alegria de pobre dura pouco, mas a minha não durou nem o mínimo para ser chamada de pouco. Lá estávamos todos juntos. O "todos juntos" que deveria ser seria somente eu e Henrique. Porém, de alguma forma lá encontrava-se Guilherme e Clarissa. Olhei para o céu esperando que São Pedro ficasse com pena de mim e lançasse dos céus lágrimas suficientes para fazer todo mundo voltar para casa. Eu estava com o meu biquíni – que encontrei no meio das trevas em meu guarda-roupa – e com um short. Clarissa apareceu com aquela sua pose de sou linda e maravilhosa. Eu fiz de tudo para não olhar para ela e me comparar. Eu sabia qual era o tipo de menina que Henrique gostava. E eu não me encaixava na descrição de Miss. Guilherme estava com uma bermuda preta e a toda hora olhava para mim. Como eu quem havia feito a besteira na noite passada disse um oi para ele.

E bom Henrique... Bom, quando você está gostando de seu melhor amigo parece que ele de alguma forma fica mais bonito. Ainda não consegui descrevê-lo da melhor forma, pois sei que neste momento o meu julgamento estará sendo nublado pelo meu sentimento. Ele estava com a sua bermuda vermelha e eu tinha quase certeza de que ele parecia um Deus Grego. Olhei para os lados e balancei a cabeça. Mas ele ainda estava lá refletindo a luz do sol com o corpo dele. E não sei se isso é possível, mas estava tocando uma música digna de um Deus. Ele estava vindo em minha direção lentamente. Ainda bem que não estava babando nem nada do tipo. Tinha que olhar para ele como se estivesse olhando para um cachorro mijando em um poste, para manter as aparências. Ele vinha e a música ficava mais rápida.

- Legal essa música, né? – Ele diz quando chega perto de mim.

Oi? Ele podia ler os meus pensamentos? Arregalo os olhos para ele. Como ele conseguia fazer isso?

- A música, Ló! – Ele aponta para os autofalantes que tinha perto da piscina. – É legal.

Eu olho para ele e respiro profundamente de alívio. Ele ainda não sabia ler mentes, o que era uma pena, pois ler mentes deve ser algo bem maneiro, e um alívio, pois ler minha mente naquele momento definitivamente nos colocaria em uma situação estranha.

- Ah, é! Bem legal ela, né? – Eu respondo olhando para ele com cara de culpada.

Ele sai do meu lado e pula na água novamente – só que dessa vez mais perto de Clarissa. Os dois ficam lá de namorico enquanto eu vou para a escada e desço para a água. Não estava no clima de me jogar na piscina. Essa atitude é para quando a pessoa está feliz, e eu estava realmente incomodada com tudo aquilo. A água estava muito fria e eu faço o que todo mundo faz quando entra na piscina e tem que se aquecer: começo a nadar cachorrinho para lugar nenhum.

- Ló! – Henrique me chama. – Venha pra cá.

- Estou indo! – Vou da maneira mais lenta possível.

Guilherme também estava indo. E o Sol estava rachando os meus miolos. Praguejei por São Pedro achar que eu não era digna de sua chuva.

- Oi. – Digo quando estamos todos infelizmente juntos. – Está bem fria a água.

- Que nada. A gente só precisa se aquecer – Guilherme diz olhando pra mim. E eu realmente queria estar em casa. – Sabe nadar? – Tinha certeza que ele estava perguntando isso por ter me visto nadando cachorrinho.

- Sim.

- Ótimo, a gente pode nadar um pouco. – Eu sabia que ele queria deixar Henrique sozinho com Clarissa. Mas eu não queria ficar sozinha com ele.

- É! – Digo animada. – Vamos fazer uma competição. Eu e Henrique contra você – Guilherme – e Clarissa!

Por tudo que era mais sagrado eles aceitaram a proposta e quando Guilherme perguntou o motivo de eu não ser do time dele eu disse que o critério foi feito pelo tempo que cada pessoa conhecia a outra. Pelo menos uma coisa iria ser legal. Depois disso eu teria que suportar o resto do dia.

Como Deixar de Amar o Seu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora