Perception (Real #1)

Quando a Resposta Surpreende

Ayden Jones estava confiante. Desde os seus primeiros passos, ainda bebê, confiança em si mesmo era uma característica que ele exibia com clareza. Meses atrás, quando ele conheceu a sempre diferente Celeste, ele havia apenas considerado a garota como mais uma na multidão. Quando ele se aproximou de Ayvan e ganhou a sua confiança em tão pouco tempo, ele passou a ver que existia mais do que um par de óculos e atitudes fora do comum para definir aquele garota. Jovem, Ayden sabia interpretar os olhares de interesse vindo do sexo oposto. Celeste nunca foi capaz de esconder o quanto a aparência dele a deixava desconcertada. E então ele passou a vê-la como uma possível oportunidade. E então ele se deixou aproximar-se dela. A mania de empurrar os óculos que insistiam em escorregar por uma parte de seu nariz, a forma como ela pigarreia o tempo todo para tentar soar mais confiante. O sorriso amarelo quando ela está tentando ser simpática. E de repente, ele passou a vê-la como uma amiga. E foi dai que veio o sentimento de proteção. Quando ele se viu diante da opção deixá-la decidir ou protegê-la, ele se encheu de si e se deu o direito de interferir. E com a raiva dela, ele se viu pela primeira vez sendo aquele que tentava agradar. E quando ela finalmente o aceitou, mesmo que nem ele soubesse ao certo o por que de ele querer ser aceito por ela, ele se viu feliz. Por isso, quando Ayden Jones deu animadas batidas na porta do dormitório que Celeste dividia com Luna, ele estava confiante. 

"Ayden?" Luna perguntou assim que ela abriu a porta, e o sorriso de Ayden murchou um pouquinho ao perceber que não era Celeste ao recebê-lo. Luna abriu um sorriso irônico. "Nada feliz em me ver, heim garanhão, aposto que não sou eu a merecedora de um tão lindo sorriso, não é?"

"Não desdenhe Luna, nós dois sabemos que esse sorriso te deixa de pernas bambas." Ele disse dando seu próprio sorriso irônico como resposta. " Só que eu vim com a etiqueta errada. Na minha tem escrito AYDEN, e pra você tem duas letrinhas erradas ai." Ele disse e ela cerrou os olhos. "A Celeste está?" E então Luna fechou a porta na cara dele. 

Naquele momento, Ayden já não estava mais tão confiante assim. Talvez ele não devesse ter provocado Luna. Antes que ele pudesse bater novamente na porta para pedir a Luna que deixasse de ser tão amarga e o deixasse ver Celeste de uma vez, a porta voltou a se abrir. 

"Ayden! Me desculpe. A Luna tem sérios problemas de convivência social, caso você ainda não tenha notado." E então o sorriso no rosto dele se tornou quase brilhante outra vez. Uma Celeste sem óculos e de roupas desarrumadas o encarava com um sorriso sem graça no rosto. "Vem, você quer entrar?"

"Com a sociopata ai dentro? Você tem certeza que é seguro?" Ele perguntou quando viu Luna se mexer apressada dentro do pequeno dormitório. 

"Eu não te colocaria em perigo assim, tão deliberadamente!" Celeste deu risada e Luna passou por ela na porta, se colocando para fora do dormitório. "Ela está saindo." Celeste explicou quando Luna nem se quer lançou um olhar na direção de Ayden. 

"Saindo?" E então ele estava sorrindo largo outra vez. "Viu que eu estou aqui e sua presa está indefesa agora heim, caçadora?" Ele arqueou as sobrancelhas quando ela parou de andar por um momento. Devagar, ela se virou na direção dele. Com apenas um sorriso nos lábios, ela arqueou uma sobrancelha na direção de Ayden, como se o desafiasse a dizer mais alguma coisa. O silêncio no corredor durou o tempo necessário para Luna aumentar ainda mais o sorriso e dar as costas, deixando apenas o barulho de seus saltos batendo contra o piso enquanto ela se distanciava.

"Wow!Devo alertar meu irmão?" Ele perguntou se virando para Celeste que encarava com uma expressão divertida a cena se desenrolar à sua frente. 

"Acho que o Ayvan sabe muito bem como lidar com a Luna." Celeste deu de ombros e Ayden continuou pensativo por mais alguns segundos. Quando ele notou que a garota à sua frente, o motivo de ele ter se deslocado até ali o encarava curiosa, ele decidiu que era hora de agir.