~no final da tarde do mesmo dia~
#Ni
Eu estava bem preocupada com essa falta de notícia da Manu, já tentei falar com ela várias vezes e até agora nada, ela nem foi pra escola, pedi pra Talita ligar na casa dela, pra saber se tinha acontecido alguma coisa, mas nem a Talita tinha me dado retorno, decidi então ligar pra ela, eu estava muito preocupada sem saber nada da Manu. Será que os pais dela, levaram ela embora? Coisas ruins começaram a se passar na minha cabeça, eu já estava ficando aflita, então liguei pra Talita:
- Alô? Ni?
- Talitaaa!! Porque você não me ligou pra falar alguma coisa? Eu to muito preocupada com a Manu, me fala alguma coisa!!
- Calma, não te liguei porque ninguém me atende na casa dela, liguei no residencial e nada, só chama, acho que não tem ninguém em casa, eu falei com uma amiga que mora ali perto pra saber se ela viu alguma coisa, mas ela ainda não me respondeu, espera um minuto ela falou comigo no whats, deixa eu olhar.
- Tá, olha e me fala alguma coisa por favor!
- Ni. - eu senti a voz da Talita nervosa.
- Fala logo, Talita!
- A minha amiga falou, que hoje pela manhã uma ambulância saiu da casa da Manu..
- O que? Ambulância? Como assim? O que aconteceu? Foi alguma coisa com a mãe dela?
- Acho que não, pois foi a Manu quem saiu na maca, a mãe dela estava bem nervosa e ela desacordada, minha amiga falou que foi tudo muito rápido e que ninguém sabe o que aconteceu.
- O que? Com a Manu? - eu comecei à pensar nas coisas que Manu tinha me falado esses dias, ela tava se despedindo de mim o tempo todo, porque eu não me toquei? Eu havia ficado em silêncio, parecia está em transe.
- Ni?? Ni?? Você ta ai? Ta tudo bem?
- To aqui sim, mas não to bem, eu vou na casa dela, eu preciso saber qual hospital ela está..
- Provavelmente no hospital que o pai dela trabalha.
- Verdade, to indo pra lá, bjs.
Eu parecia não está em mim, não sabia o que tinha acontecido eu só queria a minha Manu comigo, eu não parava de chorar, peguei um táxi e fui direto pro hospital, já tinha escurecido, eu estava desesperada, não sabia o que fazer, entrei no hospital, perguntei sobre Manu na recepção, mas não pude saber de nada, pois não era da família e o hospital era muito rígido quanto a isso, eu então vi um médico, fui em direção a ele e quando cheguei perto, falei sem nem saber quem era:
- O Senhor atendeu alguma paciente chamada Manuela? Eu preciso saber se ela está bem!? - quando ele se virou, percebi que era o pai de Manu, ele me olhou com muita raiva e se quer me respondeu, me deu as costas e foi até a recepção, não deu 1 minuto e um segurança me falou que eu não podia ficar ali, se não tivesse parente no hospital, eu tive que sair, eu fiquei com muita raiva, eu já estava na porta do hospital o pai de Manu veio em minha direção e falou:
- Se a minha filha morrer, a culpa é sua e você vai pagar por isso!
- O que aconteceu com ela? Como ela está? - ele virou as costas e foi embora.
Eu fiquei assustada, preocupada e sem saber o que fazer, sentei quase que na porta do hospital, fiquei ali, de cabeça baixa e chorando, eu não sabia nem o que tinha acontecido com ela, nem como ela estava, eu não sabia de nada, só sabia que ela poderia morrer e eu não podia fazer nada. Fui até uma banca, comprei cigarro eu iria fraquejar mas não conseguia ter forças, fiquei na frente do hospital fumando e chorando, começou a chover muito, fiquei próximo a banca, mas estava chovendo muito forte, era impossível eu não me molhar, já eram quase 11 da noite, meu pai ligou e disse que iria me buscar, eu não parava de chorar, só pensava em Manu. Meia hora e meu pai chegou, eu não queria ir, mas eu estava molhada, com cheiro de cigarro e cheia de olheiras. Meu pai praticamente me arrastou pro carro, reclamou porque eu fumei, então eu chorando, comecei a falar:
- Pai, você já imaginou quando a Mamãe morrer? Já imaginou o quanto isso vai doer?
- Ni, porque ta falando isso minha filha?
- Eu to com medo, medo que a Manu morra, eu não sei como ela ta, o pai dela falou que ela pode morrer, eu amo ela de verdade, eu nunca senti isso por ninguém, eu to com muito medo, pai. - eu comecei a chorar ainda mais e abracei meu pai com muita força, ele percebeu o quanto eu estava mal.
- Não vai acontecer nada com ela, ela vai ficar bem, eu tenho certeza disso e os pais dela,vão perceber o quanto vocês se amam e o quanto esse amor não faz mal a ninguém, pelo contrário só faz bem à vocês duas.
Eu fiquei um pouco aliviada com as palavras do meu pai, chegamos em casa e ele me fez tomar um banho quente, tomei um comprimido e me deitei, meu pai ficou comigo até que eu dormisse, minha mãe chegou depois, me deu um beijo e ficou um pouco no quarto comigo, eu acordei umas duas vezes assustada, sonhando com Manu, eu não conseguia parar de pensar nela, o dia amanhaceu, era pouco mais das 7 da manhã, não tinha aula, me levantei, desci e ouvi umas vozes na sala, olhei da escada mesmo e era a mãe de Manu, ela estava com uma cara péssima parecia ter chorado a noite toda, ela disse que queria falar comigo, meu coração estava acelerado, eu fiquei com muito medo do que pudesse ser.
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Minha lésbica vida
Roman d'amourHistória das descobertas de uma adolescente lésbica.