neon

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Louis sentiu as mãos de Harry puxarem sua cintura no meio de toda aquela multidão pintada em neon, e a música alta e forte soando pela boate o fazendo mexer os quadris. Harry estava, finalmente, em uma boate em que ele não estava no pole dance com roupas curtas, mas na pista bebendo e dançando, grudado a Louis. O mais novo parecia estar se divertindo até alguns momentos atrás, mas agora ele estava chorando, com os braços ao redor do pescoço de Harry, soluçando alto. Era por isso que ele não gostava de quando Louis usava drogas muito fortes, ele sempre acabava com uma crise de depressão.

Ele tentou animá-lo o máximo que pôde, mas quando viu que Louis estava tremendo, ele sabia que era melhor tirá-lo do meio de toda aquela gente, ou Deus sabe lá o que podia acontecer.

- Vamos tirar você daqui, sim? - Harry falou para ele, que não respondeu. Louis foi levantado no colo, com as pernas ao redor dos quadris de Harry, e suas mãos foram parar em seus ouvidos para bloquear todo aquele som, com sua cabeça no ombro do mais velho.

Harry pedia licença a cada pessoa que aparecia em seu caminho, a empurrando para abrir passagem, procurando pela saída.

- Desculpe, sabe onde a saída é? - Ele perguntou para uma garota que estava com cara de tédio quando Louis começou a chorar mais alto em seu ombro, e seu coração começou a acelerar contra a pele de Harry. A garota apontou para o lado esquerdo da boate, e Harry assentiu. - Obrigado.

Ele andou o mais rápido que conseguiu até a saída, empurrando mais pessoas, e os seguranças não iriam deixá-lo sair, mas quando viram Louis foram obrigados a ceder, abrindo passagem para Harry e o permitindo sair.

- Pronto. - Harry colocou seu garoto no chão, e ele o olhou por alguns segundos, antes de sair correndo do maior. - Louis!

Ele correu atrás de Louis, os tênis dois sujando a rua de neon, enquanto seus rostos e corpos estavam pintados com a tinta fluorescente.

- Lou!

Louis ainda chorava, correndo com todas as forças, até alcançar uma passarela de pedestres. Ele a subiu, parando no meio dela e olhando para a mureta de proteção. Harry arfou quando ele subiu ali, ficando em pé naquele muro fino.

- L-Louis... - Ele falou com cautela, diminuindo os passos.

- Qual o sentido da vida para mim, Harry? - Louis gritou. - A vida não tem mais sentido!

O vento fazia seus cabelos sujos de tinta esvoaçarem, e ele se virou de costas para Harry e olhou para baixo, vendo os carros na avenida. Ele voltou a soluçar, e abriu os braços.

- Qual o sentido disso tudo?

- Louis... - Harry começou a arrastar os pés, com medo de que qualquer movimento pudesse fazer o garoto se jogar. Ele estava drogado, esse era o pior de tudo.

- Eu não aguento mais isso! - Louis gritou para o alto, fazendo sua voz ecoar. - Essas vozes e mais vozes na minha cabeça, me fazendo surtar, me fazendo chegar ao meu limite. Quantas vezes eu pude me matar, Harry? Eu podia ter enfiado uma bala na minha cabeça, cortado uma linha vertical no meu pulso, tomado uma caixa de remédios... Eu podia estar morto!

Harry não respondeu. Se ele respondesse, Louis iria perceber que ele estava muito mais próximo do que ele imaginava, e poderia se assustar e cair.

- Vamos todos morrer algum dia. Por que prolongar a dor? Eu vou morrer, você vai morrer... - Ele olhou para a avenida outra vez. - Vocês vão morrer! Eu só quero acabar com isso logo.

E, quando Harry estava perto o suficiente dele, o agarrou pela cintura, o puxando de volta para a passarela. Ele se jogou atrás de Louis enquanto caíam no chão, para que ele batesse a cabeça em seu peito e não no concreto.

Louis reclamou alto e tentou se soltar de Harry, esperneando.

- Uuuurgh! - Ele gritou. - Me deixe morrer!

- Chega. - Harry o virou, o fazendo ficar de costas no chão e subindo em cima dele, o beijando com vontade, o fazendo se derreter e se acalmar.

night life ;; l.s. auOnde histórias criam vida. Descubra agora