Capítulo oito.

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Lágrimas involuntárias inundam meu rosto. Minhas mãos tremem em meu colo, eu olho rapidamente em volta do estacionamento. Ele tem que estar por aqui, porque ele sabe que eu estou aqui. Uma parte de mim grita para mim colocar a chave na ignição e ir para a casa, mas meu corpo não se move.

Eu me sinto congelada. Minhas respiração é superficial e rápida, não há espaço para ar em meus pulmões, pois eles estão cheios de terror. A luz bruxuleante no átrio da delegacia zomba de mim. Eu mal consigo segurar o celular que ainda liga para Hailee, mas vai direto para a caixa postal. Que tipo de jogo é esse?

Tomo uma profunda respiração e saio do carro. Uma brisa fresca envia arrepios em minha espinha, eu lentamente dou um passo para longe do carro. Vamos lá, eu sei que você está aqui fora. Meus olhos constantemente olham em todas as direções pelo garoto alto, mas está escuro demais para enxergar qualquer coisa.

Trêmula, eu ativo a lanterna de meu celular e a seguro em frente a mim. A cada passo lento, eu ouço vidro sendo triturado debaixo de mim. Eu olho para a delegacia e observo que a grande janela de vidro está quebrada. De repente, um alarme de carro dispara alguns passos longe de mim, me fazendo pular.

Eu giro meu corpo na direção do lugar, mas não há ninguém ali. Dou um passo em direção ao carro estridente quando outro carro ao lado aciona o alarme. Desta vez eu vejo uma figura escura ao longo dos carros. Meu coração martela contra meu peito enquanto meu pé pisa no vidro quebrado, me levando para mais perto da figura.

Na beira do estacionamento, ele para, e eu o alcanço em segundos. Eu direciono meu celular para seu rosto, fazendo com que as pequenas manchas de sangue em seu pescoço sejam visíveis.

"Mas que porra está acontecendo?" Eu grito, lágrimas escorrendo de meus olhos. O fato de eu estar fraca me deixa doente.

"Eu não queria ser preso, Tabitha." Ele diz calmamente.

"Onde está Hailee?"

"Eu não sei. Depois que ela fez tudo isso." Ele acena para a delegacia. "Eu a deixei fazer o que queria."

"Eu te odeio! Eu odeio tudo o que você está fazendo comigo! Você estava fazendo da minha vida um inferno e eu não sei porquê! Hailee também não merece isso. Eu quero te matar!" Eu grito, deixando minhas palavras saírem sem pensar.

"Vá em frente. Tente me matar." Ele ri e rola os olhos.

"Você é um doente! Você escapou de um hospício?"

"Querida, você é tão ignorante. Eu realmente pensei que você fosse entender agora. Especialmente pela sua avó." Ele cruza os braço em frente à seu peito e muda seu peso.

"O que minha avó tem a ver com isso?" Eu franzo minha testa. Minha vó não fala comigo a anos.

"Você não se lembra de todas as histórias que ela lhe contava e que você pensou que eram ridículas?" Ele pergunta e eu procuro em minhas lembranças por isso. Eu sempre achei que ela era um pouco estranha.

"Hum, eu me lembro dela me dizendo como ela se sentia fraca. Ela, hum, amava seus cachorros. Eu não sei! Uma vez ela me disse que expulsou milhares de demônios da casa dela." Eu jogo minhas mãos no ar.

"Interessante, não é?"

"O quê? Interessante como ela era louca?"

"Não. Sobre os demônios." Ele inclina a cabeça para trás, levantando uma sobrancelha, e eu noto um vislumbre de sua mandíbula apertando.

"Sem, ela me contou essa história umas trinta vezes, pelo menos. Eu não quero falar sobre minha vó com você! Me diz onde Hailee está!" Eu bufo em frustração.

dEVIL |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora