4º Capítulo

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Tudo o que me apareceu na mente era preto e branco, como nos filmes antigos. À minha frente uma árvore trespassada pelo meu carro. Movimentos automáticos levaram-me a tocar o meu corpo à procura de ferimentos. Nada me indicava sinal de sangue. Nada! Eu fisicamente estava bem. A minha percepção do acidente ainda não estava ligada às memórias. O que me conseguia lembrar era apenas a mensagem do individuo desconhecido. Sai para fora do carro, o que me levou a olhar para o carro. Tudo estava no sítio, menos o espelho retrovisor do lado direito, mas isso era consertável, ao contrário da verdade!

Pensei em ligar aos meus pais. Mas não podia, eles corriam perigo, eu não os queria por em perigo. O problema era apenas comigo. Peguei da minha bolsa, o meu telemóvel, abri a lista de contactos e procurei "Harry Styles". Eu sei que ele me poderia vir buscar sem fazer perguntas. Ele atendeu ao terceiro toque, como sempre.

- "Estou?" – Disse ele desconfiado.

- Estou, Harry? É a Emily, eu estou com um problema! – Disse eu por entre soluços.

- "Está tudo bem?"

- Eu acabei de ter um acidente, e não queria preocupar os meus pais, por favor, se não fosse urgente eu não estaria a ligar!

- "Porra, Emily! Estás bem? Diz-me apenas onde estás!" – Disse ele com uma voz aflita.

- Estou no quilómetro 8 a norte de Londres. – Eu estava a implorar-lhe, silenciosamente, que não demorasse.

- "Emily, ouve-me com atenção! Esse lugar é muito perigoso, mete-te dentro do carro e tranca as portas. Fá-lo, rápido, eu não demoro!"

Depois de 5 minutos de espera, Harry ainda não tinha chegado. Eu estava no carro, tal como ele me tinha dito para fazer. Ao longe vejo folhas de árvores, que estavam no chão, a levantar-se á medida que as pisadas dos indivíduos chegavam até mim. Tentei esconder-me nos lugares traseiros, mas um conseguiu prever os meus movimentos e avisou os restantes. Dirigiram-se ao local onde o meu carro estava. Já era de noite, então não consegui ver, com nitidez, as suas caras. Eles rodearam o carro. De repente o céu encheu-se de nuvens negras, prestes a soltar toda a água retida, tal como relâmpagos. Vi-os a olhar para cima, mas não estavam surpreendidos. Eles sorriam. Pensamentos cruzaram a minha mente. Deduzi que esta tempestade quase a chegar, era-lhes favorável. Não percebi porquê, ainda.

No fundo da estrada, consegui ver as luzes familiares de uma moto. O Harry tinha, finalmente, chegado. Estava à espera que o Harry chegasse furioso e acabasse com os rapazes que estavam a rodear o meu carro, mas pelo contrário. Harry cumprimentou-os educadamente. Ele fez um sinal para sair do carro. Eu fiz o que ele me pediu.

- Emily, não precisas de ter medo. – Disse ele sorrindo de orelha a orelha, como se estivesse a aproveitar o facto de eu estar fragilizada com medo.

- Mas, quem são eles? – Perguntei ansiosa pela resposta.

- São uns amigos, não te tens que preocupar. Eu pedi-lhes para virem ter contigo, pois estava a demorar mais que pensava.

- Bem, obrigado!? Acho eu! – Abracei o meu corpo devido ao frio que já se fazia. – Já é de noite, os meus pais já devem estar preocupados.

- Então vamos? – Harry perguntou-me.

- Sim, vamos, deixa-me só pegar na minha bolsa. – Já estava dentro do carro à procura da bolsa quando lhe disse isto.

- Mas, ainda é cedo boneca. Harry, tens aqui uma amiga bem bonita. Não acredito que a conseguiste arranjar lá na tua escolinha nova. – Exclamou entusiasticamente um dos amigos de Harry.

Because Of You |H:S|Where stories live. Discover now