16º Capítulo

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- Não, Chris! Para por favor! Nós não devíamos... este beijo nunca podia ter acontecido! – Disse enquanto o afastava e limpava os meus lábios com a palma da mão.

- Não, Emily! Eu não quero parar de te beijar. Não sabes as saudades que eu tive de ti, de nós.

- Nunca existiu um "nós", nem nunca vai existir. Fomos bons amigos e eu gostaria que continuássemos assim!

- Emily, não percebes que eu sempre fui apaixonado por ti?

- Tu nunca foste apaixonado por mim! Tu foste apaixonado pela ideia de me teres! Eu não consegui perceber, até agora! Tu amavas a ideia de me veres sempre lá para te apoiar. Tu gostavas da ideia de me teres amarrada a uma trela.

- Não é bem assim!

- É sim, Chris. E mais tarde ou mais cedo vais perceber que sempre foi assim.

- Mas eramos tão felizes juntos! E quando me mudei, deixei uma parte de mim aqui, contigo.

- Uma parte de mim também se foi quando partiste. Mas agora, depois disto tudo, estou agradecida que ela se foi.

Uma voz no fundo avisou-nos para a sobremesa. Eu esquivei-me por entre os braços de Chris. Os meus olhos estavam pesados. Eu queria chorar rios e mares. Harry olhou-me nos olhos. Os dele estreitaram-se quando se apercebeu que alguma coisa estava mal.

- Foi uma noite muito agradável, mas eu preciso de me despedir. – Disse Harry levantando-se com a mão estendida para cumprimentar o meu pai.

- Mão, pai, eu esqueci-me completamente. O Harry e eu temos que fazer um trabalho com a Annie e como amanhã só temos aulas da parte da tarde, combinamos fazê-lo na casa dela. Vocês não se importam, pois não?

Harry olhou para mim com o cenho enrugado. Eu dei-lhe um pequeno sorriso suplicador.

- Mas agora, Emily? Já está a ficar tarde! – Alertou o meu pai.

- Eu sei, e também sei que avisei mesmo muito em cima da hora, mas é urgente. É para entregar amanhã. Precisamos os três de uma boa nota. Por favor?!

- Harry? Prometes que a trazes cedo? – Anuiu minha mãe.

- Está combinado. – Disse Harry pegando no meu e no seu casaco.

- Eu voltarei cedo. Boa noite. – Acrescentei depois de me esgueirar para o hall onde Harry já estava posicionado para sair da minha casa.

Já dentro do carro, Harry ligou o ar condicionado. Eu apenas coloquei o cinto e encarei o vazio na minha frente.

- Eu beijei o Chris! – Disse enquanto as lágrimas caiam como faíscas após ter baixado a cara.

Harry manteve-se em silêncio, mas eu senti um pequeno desânimo no seu corpo. Ele deixou as suas mãos que seguravam o volante caíssem e que logo de seguida moveram-se para o seu cabelo.

- Não vais dizer nada? – Interroguei-o.

- Eu estou apenas a tentar acalmar-me. A única coisa que eu consigo pensar agora é sair deste carro, entrar de novo em tua casa e partir-lhe osso por osso. – Explodiu enquanto colocava as mãos de novo no volante.

- A culpa não foi inteiramente dele. – Exclamei e depois baixou o tom da minha voz. – Eu por momentos também o quis beijar.

- E porque é que me estás a dizer isso? Logo a mim?

- Porque eu confio em ti!

- Mas não devias! – Gritou, batendo com a mão no volante.

Eu libertei todas as forças que me prendiam o choro. Então olhei para a minha casa. Eu abri a porta para sair, mas Harry impediu a minha mão e bateu com força a porta que já estava semiaberta. Eu olhei-o com os meus olhos bem abertos, de espanto.

Because Of You |H:S|Where stories live. Discover now