9º Capítulo

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20 minutos depois a polícia tinha finalmente chegado. Ainda em estado de choque, levantei-me do sofá onde estivera aninhada e abri a porta para dois detectives da polícia. Uma era baixo, robusto de olhos azuis-escuros e tez pálida, o outro era alto, delgado frágil de olhos cinzentos também caracterizado pela palidez. Fez-me lembrar de mim e da Annie. Eles apresentaram-se, o baixo chamava-se Smith e o seu companheiro, Hudson.

- Foste tu que fizeste a ligação?

Eu acenei positivamente com a cabeça.

- Como é que te chamas?

- Emily Rose Montgomery.

- E os teus pais? Estão em casa?

- Não. Eles são professores na Universidade. Tiveram que sair para uma reunião.

- Então estavas sozinha em casa?

Preferia não estar. Acenei positivamente com a cabeça.

- Podes descrever o acontecimento?

- Depois do jantar, eu arrumei a cozinha e decidi vestir o pijama, então subi para o meu quarto. Foi quando vi o meu quarto num estado lastimável. Ele virou-o de pantanas! – Disse levantando a voz como se fosse um pedido de ajuda.

- Reconheceste-o?

- Não, ele tinha a cara tapada com uma máscara.

- Altura? Peso? Alguma coisa que o distinguia? Por exemplo, mancava, ou alguma coisa?

- Ele tinha a mesma altura que o detective Smith quanto ao peso não tenho a certeza, acho que era normal para altura. E não consegui ver muito, as luzes estavam apagadas.

- E ele disse alguma coisa?

- Não.

O detective Hudson, que tinha ido dar uma vista de olhos por todo o andar de baixo gritou "está tudo limpo!". Ouvia-se o ranger das portas a abrir e a fechar.

- A porta estava a trancada ou destrancada quando chegaste a casa?

- Eu estive em casa a tarde toda. Acho que quando cheguei abri-a com as minhas chaves.

- Podemos agora verificar se esta tudo em ordem no andar de cima?

Eu acenei com a cabeça. Claro que não está nada no sítio. Nem o meu quarto nem a minha vida. Nada deste momento está em ordem, nada!

Chegamos ao andar de cima. O detective ordenou que eu abrisse a porta. Um calafrio percorreu-me o corpo à medida que a porta se abria. Para meu espanto tudo estava no seu devido lugar. A cama estava feita, as gavetas no sítio, a roupa no guarda-vestidos. O chão estava limpo, as cortinas penduradas perfeitamente sobre as janelas, tudo!

- Disseste que viste o intruso?

Eu fui entrando para dentro do meu quarto. Tudo estava normal. Mas à medida que entrava sentia-me insegura, desconfortável. Eu apontei para a janela onde tinha visto o intruso pela última vez.

- Quando eu entrei, ele saltou pela janela!

O detective dirigiu-se à janela e inspeccionou a altura desta.

- É bem alto! – Comentou. – Trancas-te a janela depois de ele saltar?

- Não, eu vi-o e depois fui a correr até ao telefone.

- Então alguém a deve ter trancado. – Disse olhando para mim com desconfiança.

- Acho que ele não poderia ter sobrevivido a uma queda destas. – Comentou o seu companheiro. – Teria sorte de se salvar apenas com um braço ou talvez uma perna partida.

Because Of You |H:S|Where stories live. Discover now