❌Capítulo 11❌

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 "I will always protect you, my love."  

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Cora

Assim que ouvi as suas palavras sorri. Eu nem sabia o que pensar sobre tudo isto. Estes dois dias têm sido muito intensos para mim, muito mesmo. Todas as palavras, todas as histórias de Ashton, tudo o que partilhámos. É muita coisa para a minha cabeça. Olhei o moreno nos olhos sorrindo.

"Desculpa..."ele sussurrou-me, baixando o olhar.

"Ei" pousei a minha mão na sua face delicadamente "não peças desculpa Ash, tu disseste o que sentias okay? Sabes que me podes dizer tudo o que quiseres que eu nunca, mas nunca te vou julgar. Confia em mim Ashton." sorri-lhe, tentando reconfortar o rapaz que estava diante a minha pessoa.

Eu sabia que era isto que ele queria ouvir e que eu queria dizer.

"Como é que é possível uma pessoa tornar-se tanto para ti em tão pouco tempo?"ele disse-me com o seu magnífico sorriso na cara, que salientava, assim, as suas covinhas.

"Não me perguntes isso Ash, eu também estou com a mesma pergunta na cabeça"disse-lhe, também a sorrir.

***

Passaram-se quatro dias desde aquele Sábado fantástico, mesmo que chuvoso.

Se estou deprimida outra vez? A resposta é sim. Eu acho que estou cada vez pior. Aqueles dias com Ashton foram bons, e sim, nós ainda passamos tempo juntos mas com os testes é mais difícil. Não é que eu estude muito, mas ele quer ter boas médias desde o início para que a mãe não o meta de castigo ou o mude de escola outra vez. Pelo menos foi isso que ele me disse.

O meu irmão vem aos meus pensamentos agora. Ele vêm cá para a semana e cheira-me que nos vamos pegar, no mau sentido é claro. Ele nunca compreendeu o motivo da minha dor, ele nunca me entendeu mas também não tentou, ele só julgou, como quase toda a gente da minha familia.

Memórias da minha avó aparecem na minha mente agora e quando reparo, várias lágrimas escorrem pela minha cara pálida.


#Flashback On#

"Avó, Avó!" chamei-a tirando a atenção da televisão para mim "Avó, podemos fazer um bolo de chocolate? Aquele que nós fazemos sempre!"

Ela sorriu-me carinhosamente, pegou em mim ao colo indo assim para a cozinha. Eu adoro estar com a minha avó, pois para além de ela se importar comigo do que qualquer outra pessoa, ela dá-me muito carinho.

"Um bolo de chocolate cheioo de creme por cima e pepitas coloridas para nós, querida?"a minha avó materna questionou-me e eu logo tratei de assentir.

Ela sabia tudo o que eu queria. Ela é como uma mãe para mim

#Flashback Off#

Era essa a verdade, ela era como uma mãe para mim. E tiraram-na, injustamente, da minha vida. Quando a minha mãe não estava lá, a minha avó estava, e eu sabia que se precisasse de alguma coisa não podia contar com a minha mãe, mas sim com a minha avó. Lágrimas caiam pelo meu rosto como uma cascata numa montanha.

Num impulso, retirei a caixa azul escura, tão conhecida por mim. A caixa das lâminas. Abri-a e tirei uma lâmina, puxei a manga da minha blusa preta e encostei a lâmina à minha pele. Comecei a fazer pequenos cortes no pulso, na zona das veias passando para a parte de cima do meu braço. Já nem doía. Já não sentia nada...Podia fazer um cada vez mais fundo que outro, mas já não sentia nada...

Ashton

Estava à porta da casa de Cora. Queria mesmo vê-la, estar um pouco com ela a falar seja do que for. Quis também fazer-lhe uma surpresa e espero bem que ela esteja em casa. Bato três vezes à sua porta e passados uns trinta segundos, uma mulher loira, de olhos azuis com uma farda, abriu-me a porta.

"Olá, é amigo da menina Cora, certo?"ela sorriu-me simpaticamente.

A mulher aparentava ter uns trinta anos e supus ser a empregada ou coisa do género.

"Boa tarde"disse à senhora "sim sou, ela está em casa?"

Ela apenas me assentiu, abriu mais a porta permitindo assim a minha entrada e disse "ela está no quarto, menino"

Entrei e subi as escadas, indo até à porta do quarto de Cora. Bati à porta mas não obtive resposta.

Cora

Ouvi alguém a subir as escadas mas nem liguei, continuei a cortar cada espaço livre que tinha para o fazer, por vezes, passando a lâmina por cima de outro cortes e cicatrizes.

"Cora, é o Ashton"a pessoa falou do outro lado da porta e assim que o ouvi arregalei os olhos e paralisei. Ele está aqui e tu estás neste estado.

"Posso entrar princesa?"ele questionou mais uma vez.

"A-Ash e-eu"ainda paralisada, puxei as mangas da blusa para baixo e levantei-me limpando de seguida as lágrimas que escorriam pela minha cara. Guardei as lâminas na caixa e, nervosa, deixo-a cair no chão, provocando um grande estrondo pois tudo o que estava lá dentro, estava agora no chão do meu quarto.

Ashton entrou logo em seguida,olhando para mim e de seguida para todas as lâminas. 

"Eu não acredito que estiveste a matar borboletas Cora"ele sussurrou-me fechando os olhos por momentos.

Eu apenas assenti e as lágrimas tomaram os meus olhos. Ele veio até mim e abraçou-me com força. Inalei o seu cheiro profundamente, só precisava de sentir isto, só me precisava de sentir segura. Sinto sangue a correr pelos meus pulsos e de seguida, para o chão. Ashton reparou, pois olhou para os meus pulsos.

"Vamos"ele sussurrou-me e pego na minha mão, que estava agora repleta de sangue.

Ele guiou me para a casa de banho que tinha no meu quarto e sentou me na sanita, com o tampo fechado. Foi até ao meu armário e retirou de lá duas toalhas pretas, encheu o lavatório com água quente e mergulhou as toalhas na água. Ele parecia que sabia exactamente onde tudo estava, onde tudo pertencia, como se já estivesse estado aqui. Ajoelhou-se à minha frente e puxou as mangas da minha blusa para cima e olhou me nos olhos.

"Tu és tão linda, minha princesa, porque é que fazes isto?"

Baixei a cabeça, corando, não lhe respondendo. Ele passou uma das toalhas, bem espremida, pelo meu pulso, cheio de sangue.

"Tu deves tar farta das minhas histórias mas...queres ouvir outra?" o rapaz disse-me.

Your Bed [A.I]Onde histórias criam vida. Descubra agora