Capítulo 10 - Qual é a cor?

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Flashback Sam


  Sam se contraiu quando ouviu os passos na escada e logo se escondeu embaixo da mesa que se encontrava na cozinha. O barulho do salto tocando o chão de madeira ficava mais alto e logo pode os ver, observava o manto preto da Freira que se arrastava no chão, vasculhando de um lado para o outro, que por fim sem sucesso, desistiu saindo da cozinha e descendo a escada. Ele esperou até que os barulhos cessassem, então saiu se colocando em pé confiante que naquela noite poderia ver as estrelas novamente.

  Ele caminhava sorrateiramente até a sacada, onde se pois deitado no chão frio, as estrelas cintilavam no céu deixando o garoto fascinado, há quanto tempo não via as estrelas?

Vinte dias ou um mês?

  Não se lembrava, o tempo do castigo que a Freira Dorothea o havia deixado após mais uma de suas travessuras, Sam havia colocado acidentalmente fogo no casebre que se encontrava as ferramentas do Orfanato. A chama acendida no fósforo havia o deixado instigado, qual era a verdadeira cor da chama?

Vermelha?

Amarela?

  Quando estava chegando à conclusão que era laranja o pequeno fósforo caiu no feno. Lembrava-se claramente das freiras o socorrendo e levando ele no colo, enquanto elas o carregavam ele se atreveu a olhar para trás e concluiu.

O fogo era Laranja.

  A única coisa que sentiu falta durante o tempo em que teve que ficar trancado no quarto por dias foi de olhar para o céu. Sam se sentou e voltou a lembrar dos dias de castigo.

  Aquele quarto era uma réplica limitada inferno, tinha que suportar as freiras relembrando e dando broncas sobre o que ele fez todo santo dia, observar os outros pela janela brincando no jardim em um belo domingo de sol enquanto ele estava preso, e o pior de tudo. Suportar Luke que era a pior pessoa daquele orfanato.

- Eu só queria ser uma criança normal, com um pai, uma mãe e talvez até irmãos. – Ele disse sozinho na sacada para ninguém em particular.

- Era tudo que eu queria também! – Disse uma voz conhecida e no mesmo momento Sam se levantou assustado, o dono da voz saiu da sombra e ele reconheceu que era Cam, seu único amigo no orfanato.

- Que susto! Poderia avisar. – Ele disse para Cam que agora se sentava ao seu lado rindo.

- Você tinha que ter visto sua cara!

- Não tem graça! – Ele disse empurrando Cam de brincadeira.

Os dois ficaram por um longo tempo apenas olhando para o céu estrelado.

- Você sabe que eu sou seu único amigo aqui, não é? – Cam disse.

- Claro que eu sei, e temos uma promessa de nunca se separar, nunca mesmo!

- Sam, acho melhor voltarmos ao dormitório antes de alguma freira acordar com fome e vir até aqui! – Cam disse se levantando.

  Sam olhou para o céu mais uma vez, e pergunta para Cam enquanto os dois voltavam silenciosamente para os dormitórios.

- Cam qual é a cor das estrelas?


                                                                                                 ...


Dois anos depois...

- Um, dois... Três...Quatro...LÁ VOU EU – Disse Sam se virando a procura dos outros na brincadeira de esconde-esconde.

Wild | Selvagem (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora