Capítulo 16 - Ação e Reação

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'' A verdadeira violência...

a violência que eu percebi que era indesculpável...

é a violência que fazemos com nós mesmos,

quando temos medo de ser quem realmente somos. ''



Abro os olhos lentamente encontrando o olhar calmo e sereno de Peter me encarando, ele sorri no canto da boca e beija minha bochecha.

- Queria que quando acordasse sempre fosse dessa maneira. - Digo despertando maior interesse de Peter.

- E porque não poderia ser? - Ele indaga.

Não respondi, pois sabia que Peter já sabia a resposta, a vontade de viver sempre ao seu lado era demasiada.

- Nervoso? - Pergunto.

- Talvez... Um pouco, hoje eles divulgam os resultados das provas, acho que sou um pouco ansioso.

- Um pouco?

- Ta legal, talvez bastante! - Ele diz sorrindo.

- Você já pensou sabe... No futuro? Qual faculdade vai fazer, por exemplo?

- Bom... - Ele interrompe fechando os olhos e pensando - Sempre despertei interesse na área da Medicina, não necessariamente poderia ser ela, mas quero ajudar as pessoas! E você Arthur?

- Tenho interesse na área de Direito e Psicologia, talvez eu faça as duas!

- Ah claro, como posso chamá-lo? Dr. Arthur Gregory?

- Para seu idiota! - Digo rindo junto a ele.

O silêncio paira no ar, e permanecemos encarando o teto, sinto a mão dele encostar na minha embaixo da coberta.

- Sabe Arthur, tava pensando em uma coisa. - Ele diz com o olhar distante.

- No que exatamente?

- Como hoje é domingo, dia de visita, estava pensando em contar para os meus pais sobre a gente!

Isso desperta curiosidade em mim, teria coragem de fazer o mesmo?

- Você acha que... Eles aceitariam? - Pergunto prevendo uma resposta.

- Minha mãe sim, mas acho que meu pai de jeito algum, iria me expulsar de casa! Mas de qualquer forma não penso em voltar para lá! Tenho vontade de sei lá, me tornar independente de vez. - Ele diz sério.

- De qualquer forma vou ter que fazer isso, não tenho mais ninguém fora da escola - A palavra ninguém me leva a ter uma vaga lembrança de Sam sorrindo e posso sentir novamente a dor no coração - Queria que tudo fosse diferente.

Também começo a pensar em Sara.

O que eu fiz?

Acabei com os sonhos daquela garota a colocando em uma cadeira de rodas, ela sem movimento algum.

Sim, esse era meu ponto de vista sobre o ocorrido.

Peter se levanta vestindo sua bermuda e caminha até o banheiro, procuro meu óculos na mesa e em seguida o coloco, tiro e coloco, percebendo diferença alguma no uso, talvez a miopia tenha diminuído com o uso constante e opto por o deixar guardado. Visto outra roupa e espero Peter, de acordo com o aviso começaria às dez horas da manhã a divulgação dos resultados que estarão na parede de avisos.

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