17-Her

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- Ok! Vamos lá! Tu consegues sobreviver a este inferno!

Respiro fundo, ajeitando a minha estupida farda, que apesar de fofa, acho estupido o facto de ter de usar um vestido apenas para servir bebidas. Principalmente champanhe. A nossa farda habitual não servia?

- Meninas! Estão muito demoradas!

Niall grita do outro lado da porta do mini vestuário. Suspiro e avanço até à porta. Ele assim que me ve, bufa e segue o seu caminho para a galeria.

- Bella, vai abrir a porta.

A sério? Não devia de ser ele a fazer isso?

- Estupido do irlandês!

Caminho até ela e assim que a abro, oiço a voz irritante da francesa, minha patroa, a falar com os tais empresário ou o que quer que são, dizendo-lhes as boas vindas e tretas falsas sobre a galeria. Tudo publicidade enganosa!

- Venham meus queridos! Este quadro é de um amigo meu, da França...

Blá blá... e lá vai a Isabella Payne fazer de bandeja de champanhe.

- Não deixes cair isso.

Mary, uma colega de trabalho, brinca comigo. Ela tem a mesma bandeja de prata, com uns 10 copos de champanhe em cima. Ambas rimos e suspiramos de tédio e de medo. Se algo falhar, a francesa é capaz de nos despedir.

-Nós só temos que ter sorte. É só ter sorte.

Ela segue o seu caminho e eu sigo o meu. Ando por entre o corredor das artes contemporâneas, cheios de convidados vestidos de longos vestidos brilhantes e fatos perfeitamente engomados. A cada 2 passos que dou, dois seres vivos tiram da minha bandeja o tão alto copo de champanhe.

- Vejam este! Por aqui!

Ouvi a minha patroa guinchar para dois homens. Um deles vinha acompanhado por uma jovem rapariga, muito bonita. Mesmo muito bonita.

- Isabella! Champanhe!

A estupida francesa grita para mim, fazendo-me saltar e fazer figura de parva diante dos homens. Eu cheguei-me perto deles, recebendo dois sorrisos calorosos de ambos os homens, que em seguida tiraram as respetivas taças de champanhe.

- Não é amorosa a sua empregada? Digna de ser pintada por Picasso.

A francesa quase me faz deixar cair a bandeja com ainda alguns copos, quando se abraça a mim.

- É linda! Uma das melhores que eu tenho a trabalhar comigo. Todos a adoramos aqui, não é Isabella?

Larguei, literalmente, um sorriso desajeitado.

- O que achas da pintura, Melody?

Quase que caí. Melody? Como assim Melody? A mulher que está aqui, é a ex namorada do Harry?

- Está tudo bem, Menina Isabella? Está um tanto pálida...

- Isabella, querida? Está tudo bem? Realmente estás um pouco pálida...

Não, não pode ser ela. Quero ver o seu rosto, ver se realmente ela é bonita e delicada, mas ela está além da cena triste que eu estou a fazer aqui. Ela ainda não deixou de observar a maldita pintura.

- Vai respirar um pouco, Isabella. Quando te sentires melhor, podes subir.

Eu apenas assenti e corri para o balneário. Olhei-me ao espelho, vendo a minha cara, mesmo cheia de base, um pouco mais pálida do que é costume.

- Não pode ser ela, não pode ser mesmo ela. Ok, respira! Existem muitas pessoas com esse nome. É apenas uma coincidência. E afinal, se fosse mesmo ela, viria acompanhada com o James, certo? E ele não está aqui, porque se não iria estar com ela, a ver as obras de arte...

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