Nunca me vou arrepender de me ter mudado para Atlanta. Gosto de viver aqui, é ótimo.
- Haylie acorda. – Ouvi a minha mãe a gritar no andar de baixo. Raio da mulher sempre teve uma boa dicção.
Peguei na almofada e coloquei-a por cima da minha cabeça, pressionando-a contra os meus ouvidos para abafar o som. Fechei os olhos por um pouco e abri-os pouco depois. Não me apetecia muito ir para as aulas.
Vesti-me, peguei na minha mala e desci para tomar o pequeno-almoço.
- Bom dia mãe, bom dia pai. – Disse com um pouco de sono.
- Bom dia filha. - Responderam em conjunto.
- Eu e o teu pai vamos indo para o trabalho, tem um bom dia Haylie. – Disse a minha mãe dando-me um beijo na testa.
Vi os meus pais saírem, sentei-me num banco alto da cozinha, apoiando os braços na banca para começar a comer os meus cereais com leite, que habitualmente a minha mãe já os deixava pronto assim que me ouvisse descer as escadas. Adorável.
Passado algum tempo, vesti o casaco e fui para a escola.
Demoro cerca de dez minutos a pé para chegar à escola. Parece aborrecido mas é a parte do dia que mais gosto. Quando chego, tenho sempre a Margo e o William á minha espera no passeio à face da estrada.
- Bom dia. – Disse assim que os vi, sorrindo um pouco.
- Bom dia Haylie. – Disseram.
Começamos a andar até ao interior da escola.
- Como correu o teu passeio ontem á noite? – Perguntou-me a Margo.
- Bem, acho. – Respondi.
- Como não disseste mais nada fiquei um pouco preocupada. – Continuou.
- Correu tudo bem Margo, não cheguei muito tarde, tive foi um sonho muito esquisito. – Disse fazendo uma cara confusa.
- Conta! – Disse Will olhando para mim.
- É um pouco estranho, acho que tive um pouco de imaginação a mais. – Respondi, retribuindo o olhar.
- Conta lá, vá. – Insiste.
- Ia na rua e vi um rapaz com bastantes tatuagens no braço, e depois, quando voltei a olhar para ele, as tatuagens tinham desaparecido.
- Bem, realmente tem um pouco de imaginação a mais, Hay. – Disse Margo rindo-se um pouco.
William acompanhava-a com um pouco de riso também.
- Parem, eu avisei que era um pouco estranho. – Disse irritada.
- Um pouco... - Diz Margo gozando com a situação.
- Um pouco um bocado grande... - Continua William com o gozo.
- Oh, vamos entrar, já tocou. Amuei.
A primeira aula era Inglês. Gostava da disciplina mas hoje não estava com muita paciência. Agora que tinha tocado no assunto, não fazia ideia do porquê de ter sonhado aquilo. Nunca sonhei algo tão estranho, pareceu tão real.
- Haylie?
- Desculpe professora, estava distraída. – Fiz uma cara um pouco confusa e aluada.
- Vê se estás mais atenta por favor.
- Claro, desculpe. – Respondi, rabiscando no caderno.
Tocou para fora. O corredor principal encheu-se rapidamente de adolescentes doentios que me faziam querer sair dali. Despedi-me da Margo e do Will assim que saí da aula. Atravessei o corredor principal e dirigi-me à paragem para apanhar o autocarro que passava daqui a 10 minutos. Assim que cheguei sentei-me no passeio a pensar novamente na porcaria do sonho que tinha tido. Nunca dei tanto valor a um sonho como estou a dar a este. Na verdade, nunca nenhum sonho pareceu tão real como este também. Sinto que estou a enlouquecer.
O autocarro chegou. Vou ouvir musica, pode ser que isto desapareça por um momento.
Fodasse. Fiquei sem bateria. Odeio andar de autocarro sem ouvir musica, fico com o crânio cheio de vozes irritantes.
Entrei no autocarro e encostei a cabeça ao vidro até chegar.
Tirei a chave de casa da mala e abri a porta.
-Mãe? Pai? -Gritei
Ainda não tinham chegado, o que é ótimo. Gosto muito deles, mas passar um bom bocado sozinha é o máximo.
O telefone começou a tocar.
-Sim?
-Haylie? Esqueci-me de te dizer, vai haver uma festa na casa do Max esta noite, vem connosco, vai ser incrível. A Margo também vem, vai ser a festa do ano. Não podes faltar, passo em tua casa ás 18h para te ir buscar. Não te atrases. Fica bem, beijo.
Nem tive oportunidade de responder ao W. , falou rápido de mais. Só me restava aceitar.
*
Passado algumas horas, comecei-me a preparar para sair. Vesti as minhas calças pretas justas, um top branco e um casaco de couro preto. Faltavam 15 minutos para o W. chegar.
Peguei nas chaves, liguei para a minha mãe a avisar que ia a uma "pequena" festa com o W. e a M. e dirigi-me para a porta de casa.
Assim que a abri, deparei-me com um monstruoso corpo humano vestido de preto, totalmente de preto que me fez engolir em seco e me tapou a boca assim que o confrontei.
Caí.
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THE ORDER.
Fantasy"Vivemos entre os humanos há milhares de anos. Desta vez a ORDEM está a ser posta à prova e as guerras vão sendo cada vez mais frequentes. A raça e a humanidade estão a unir-se." - Em PT -