Capítulo Dois

22 1 0
                                    


- E então quem é esse cara, Bruna? - Hugo me perguntou

Hugo é meu melhor amigo 'gay' na vida e no trabalho, nós dois fizemos faculdade de medicina juntos e hoje estamos tirando nossas merecidas férias do trabalho na beira da praia. Nada melhor do que descanso e sossego.

- Eu nao sei...

- Como ele descobrir que a gente, "no caso" você esta hospedada nessa casa? - encolhi os ombros como forma de dizer que não fazia idéia - Sabe pelo menos como ele se chama?

A curiosidade de Hugo era tanta que ele estava roendo as unhas. Se ele tivesse chegado um pouco antes, teria pelo menos pegado a parte em que eu batia a porta na cara do indivíduo. O que seria um show espetacular aos olhos de Hugo. Que com certeza acharia graça, se não fosse trágico.

- Otávio, acho... - disse levando as xícaras de café para a pia.

- Você pretende encontrar ele de novo?

Boa pergunta!

- Isso é um interrogatório. Eu não respondo nada sem a presença do meu advogado - falo brincando - Eu nao quero um relacionamento, você sabe disso.

- Ninguém aqui falou em relacionamento.. Só um casinho de verão.

- Ele poderia ser um Deus Grego... - Hugo me encarava com atenção - Eu a-apenas - gaguejo - nao quero falar sobre nada que envolva se relacionar com aquele indivíduo que nem conheço.

- Não tem problema. Essa praia esta cheia de surfistas muito encantadores. Se não pode ser esse, tem tantos outros.

Hugo tentava a todo custo me tirar da fossa que eu me encontrava após ter terminado meu noivado de três anos. Mas eu me recusava a aceitar sua ajuda. Era algo que eu tinha resolver por conta própria.

- Deixar eu ser um pouco mais específica. N-Ã-O-Q-U-E-R-O-U-M-C-A-S-O-D-E-V-E-R-Ã-O. - soletrei

- Querida você estar sendo desagradável. - ele fala sério, mas sei que é apenas uma brincadeira- Vamos sair? Quero sair e me divertir... Isso aqui é um paraíso.

O sair do Hugo era mais : vamos para uma festa que não fomos convidados, em um hotel que nem estamos hospedados.

E agora nos encontramos sentados no bar com cara de paisagem, pois ninguém nos convida para dançar.

Se pelo menos tocasse uma música boa, penso.

- Aí meus Deus aquele cara ali está olhando a horas na nossa direção.

- Pra mim ou pra vc? - digo e bebo um gole da minha limonada

- Pra mim. - ele disse dando um piscadela na direção do rapaz que levantou o copo

- Com certeza é pra você - digo segurando uma risadinha

O rapaz que estava em carando Hugo a quase uma hora ( pelas suas observações, mesmo eu nao concordando que ele estava ali esse tempo todo), estava vestido muito formal um terno azul escuro muito elegante, com toda certeza era um hóspede. Ao contrario de Hugo que estava bem mais relaxado, uma camiza regata branca e uma bermuda azul escuro e sandálias.

Hugo nao era um tipo de 'gay' espalhafatoso que procura a atenção de todos ao seu redor. Ele era mais na dele, se nao fosse meu amigo eu juraria pela sua masculinidade. Ele tinha músculos bem definidos e era muito bonito tanto de rosto, quanto de corpo, cabelos castanhos levemente bagunçados. Ele era sexy, uma pena que era gay.

Era um desperdício... Consigo concluír esse pensamento antes de Hugo me trazer de volta a realidade.

- Vou falar com ele.

- Vai? - por essa eu não esperava

- Querida em que século você vivi? - ele extrala os dedos em frente ao meu rosto

- Entao vai lá, eu posso ficar aqui sozinha sem probl...

Ele saiu antes mesmo de eu concluír a frase. E esse era o Hugo, apenas um ano mais velho, com vinte e nove anos, mas sempre com um espírito de adolescente.

- Oi miss simpatia - disse Otávio sentando ao meu lado

- Você?

Ele ergue as sobrancelhas, e me encara com aquelas duas esferas verdes, que chamamos de olhos.

Te Espero AmanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora