Capítulo Quatro

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Após conversamos um pouco ainda no bar do hotel, mas saímos para dá uma volta. Estavamos em silêncio, só o barulho das ondas. E insetos se comunicando na escuridão.

Mas após esse pequeno tempo Otávio fala:

- Então você esta de férias... E quanto tempo pretende ficar?

- Duas semanas.

- Só... - ele disse

- Meu trabalho não para.

Ser enfermeira sempre foi meu sonho e ter conseguido exercer essa profissão foi realmente uma realização pra mim. Saber que você pode ajudar a salva uma vida é a das causas mais maravilhosas do mundo.

- Então agora estou tirando alguns merecidos dias para descansar. - digo

- E venho sozinha?

- Há, não com um amigo.

- Amigo?

- Amigo. - repito, sem esclarecer a parte que meu amigo era 'gay' - Hugo, talvez você o tenha visto por aí...

- Com toda certeza, não é difícil.

Han... Pensei o que ele quis dizer

- Bom - ele continuou - 'turistas' digamos, não são difíceis de reconhecer vocês mal estão brozeados, ou estão vermelhos ou se escondendo do sol. Diferente das pessoas que vivem aqui.
   
- Haaa... - digo como se tivesse matado uma charada - Então foi assim que descobriu onde estou hospedada

- Sim turistas precisam se hospedar e se não foi no meu hotel... Bom.. Que tal se nós dessimos um mergulho.

- Ha... Não, melhor não.

- Porquê?

- Eu nao sei nada.

- Você escolheu tira férias em uma praia e não sabe nadar

- Bom... Eu amo o mar, mas eu tenho medo.

- Medo? Porque?

- Porque... Bom... - respirei fundo

- Se não se senti a vontade não precisa responder.

Ele tentou ser compreensível. Notei pelo tom de sua voz. Fiquei em silêncio por um instante escutando o respiração dele. Sem saber se poderia confiar nele. Mas também sem saber, o porque de não falar, afinal ele estava ali disposto a me escutar

- Não, tudo bem eu quero falar.

Andei até bem perto da água onde molhei os meus pés, era tão boa aquela sensação. Me sentei na areia ainda com a água batendo aos meus pés. Otávio se sentou ao meu lado.

Olhei para o mar, respirei fundo e comecei a falar com a voz ainda um pouco abafada, sem querer saí da garganta.

- Meu pai era o comandante de um navio... Ele era muito querido por toda a sua tripulação e toda vez que havia uma viagem de pouca duração, minha mãe deixava eu ir com ele. Até que um belo dia nós estávamos navegando mais a passeio que a trabalho - fiz uma pausa - para encurtar a história, o navio sofreu uma perfuração em seu casco e afundou. Eu acabei me afogando, eu não sabia nada e estava sem colete. Água me puxava para baixo e despois me jogava para cima, eu não me lembro de muita coisa antes de fica inconsciente.

- Quantos anos você tinha?

- Oito...

Ele ergue as sobrancelhas.

- Eu sei que faz tempo.

- Eu não estou te julgando, é que eu tive uma ideia.

- Qual?

- Eu posso te ensinar a nada.

Não me aparecia uma mal ideia, eu tinha que vencer meu medo e eu ìa. E que mal faria se fosse com um gato desses.

- Eu topo!

- Então a gente começa amanhã.

- Então te espero amanhã.

 
   

Te Espero AmanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora