Khali: o Reino do Olimpo | Degustação

Capítulo 06: O País das Amazonas

A Grécia fica em uma península ao sul do maior continente de Khali, batizado por Kalel de Galen. Tal península fica próximo ao trópico do mundo, portanto, está relativamente ao sul, contudo, ainda está ao norte do deserto Dizámmo, que fica no trópico, quase no centro do mundo. A península grega, como é conhecida, tem mais de três mil quilômetros de extensão, sendo, portanto, a maior de Khali.

O país da Grécia estende-se mais dois mil quilômetros continente adentro, apesar de não ir tão distante assim ao norte. A maior parte do seu território vai de leste a oeste.

A capital, Atenas, fica no litoral ao extremo norte da península, enquanto o vilarejo de Mikrio está a três dias de viagem para o oeste da capital. Entretanto, para seguir de viagem às Montanhas Ypsi̱lóteri̱ e, depois ainda, à Agnoó̱i, a cidade governada pela Rainha Mia Únxia, a pessoa que Dante precisa para capturar o coração da Fênix, eles teriam que passar por um dos lugares mais hostis de Galen: a Amazônia.

Um país formado pelas guerreiras Amazonas, que decidiram que não mais seriam governadas por Reis. O País das Amazonas é formado por centenas de feudos, onde as Senhoras Feudais governam com punho de ferro sua pequena sociedade e, como era de se esperar, escravizavam a todos os homens, independente se haviam nascido ali ou tinham sido capturados nas fronteiras do país; fazendo-os cozinhar, cuidar dos afazeres domésticos e sendo objetos de prazer e reprodução para elas. O maior desses feudos, que poderia então chamar de "cidade", chamada Ártemis, em homenagem a deusa patrono das amazonas.

Felizmente, para Dante e seus companheiros, o país era pequeno. A rota que eles escolheram levaria uma semana para cruzar do sul ao norte do país, e, terminada a estrada, entrariam nas Terras Brancas, um lugar inóspito aos pés das Montanhas Ypsi̱lóteri̱ e que era coberto de neve durante nove ou dez meses do ano. As Terras Brancas são uma terra sem governante ou lei, onde apenas os mais corajosos dos corajosos optam em ir.

A fim de sair da Grécia, o trio precisou viajar quase três semanas até chegar à fronteira com a Amazônia. Durante o percurso, cruzaram com homens do Rei Galates V, que perseguiam o semideus foragido, Dante. As batalhas, apesar de intensas, não resultavam em mortos, apenas em guardas feridos. Por alguma razão, o filho de Hades não gostava de matar os homens da lei, mas isso era diferente dos saqueadores que também encontraram no caminho. Cada um deles tinha o pescoço degolado, ou o coração perfurado.

Toda vez que faziam uma pausa, tanto para dormir, quanto para descansar os cavalos ou dar de comer a eles, Sofia insistia para que Dante ensinasse-a a lutar com uma espada. Ele recusou a princípio, mas Sofia sempre vencia os argumentos, então ele acabou por ensinar; mais porque não queria ficar protegendo a mocinha indefesa o tempo todo. Chegaria uma hora em que ela teria que se defender sozinha. Ela também treinava com seu chakram, mas quando o usava, era muito mais natural. Tinha uma boa mira, sempre acertando seus alvos em cheio.

Todavia, conforme Dante havia explicado, o chakram era uma arma multiversátil, podendo ser usada para lançar, como ela fazia, ou para combates mano a mano. O chakram tinha outra habilidade especial, mas tudo dependeria de seu usuário. Ele, se lançado da maneira e ângulo corretos, voltaria à mão de seu dono, como um bumerangue, mas até agora, Sofia não tinha descoberto como fazê-lo, ao menos, ricochetear. Dante também não sabia e, consequentemente, não poderia ensinar.

Eles haviam montado acampamento em uma gruta que encontraram há cerca de duas horas da fronteira com o País da Amazonas. Dante ficaria de vigia naquela noite, enquanto Hádrian e Sofia descansavam. Entretanto, a menina não conseguiu pregar os olhos; algo a incomodava. Talvez tenha sido a profecia dita pelo Oráculo de Delfos, depois de setenta anos de silêncio ou então o mistério que sua mãe guardava. Por que ela tinha uma arma tão mortal quanto aquela escondida?