Capítulo 1

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Assim como prometido, o primeiro capítulo da história.

São capítulos pequenos, por não querer estender muito a trama.

Espero que gostem... ;)

boa leitura!!

JTArieiV



(anos depois...)

Depois de um dia exaustivo no escritório, uma tarde inteira de pé, numa audiência de um cliente novo, agora deitada em minha cama - lendo pela enésima vez - o livro de Jane Austen, Orgulho e Preconceito. Sim, sou daquelas românticas incorrigíveis. E mesmo vivendo minha solteirice, sonho com meu "Mr. Darcy", na verdade, eu acho que toda romântica sonha.

Meu telefone toca ao lado da cabeceira em meu criado mudo e na hora me espanto. Melina!

- Mel! Estou no hospital meridional e preciso que você venha agora. - sua voz autoritária me irritava como sempre.

- Hospital? O que você está fazendo num hospital Melina? O que você aprontou agora?

- Venha logo! - e desliga a ligação sem mais explicações.

Melina sempre foi assim mandona, autoritária, e por isso estamos há mais de cinco anos sem comunicação. E agora, do nada ela me liga no meio da noite dizendo que está num hospital.

Me levanto num pulo e começo a correr em busca de algo pra vestir. O pijama de Betty Boop não é a roupa mais adequada para o momento. Depois de estar devidamente vestida entro em meu Fiat 500, que dormia sereno na garagem do meu edifício. Eu moro numa cidade que fica mais ou menos quarenta minutos do Hospital Meridional, de onde Melina ligou. Não vou negar que estou procurando não ficar preocupada ou nervosa demais. Me ligar no meio da noite, e de um hospital? Trinta minutos depois, após vários faróis furados e com certeza alguma multa no final do mês, eu chego ao Meridional indo direto para a bancada de atendimento.

- Boa noite, ou bom dia. Já nem sei ao certo. - A menina que me atende dá um sorriso forçado, com uma cara de sono sem muita vontade, mas com um ar de interrogação e seu rosto, como se não fosse à primeira vez a me fazer um favor.

- Em que posso ajudar agora?

Não sei se percebeu minha cara de desespero, afinal, era minha irmã que estava internada, e eu nunca estive naquele hospital. E a cara de má vontade dela, me trouxe para a realidade.

- Minha irmã está aqui, ela me ligou há pouco. Como faço para falar com ela. O nome dela é Melina... Melina Baptista. - e como se tivesse solucionado um grande desafio, ela sorri e depois fecha de novo o semblante.

- Aguarde um pouco, por favor. - ela pega o gancho do aparelho de telefone e aperta um botão, e faz uma pergunta à pessoa que a atente. - O casal que chegou com o SAMU... Sim, a irmã dela está aqui... Ok! Avisarei. Obrigada.

Ela desliga o aparelho e olha com aquela cara de sono.

- Você vai encontrá-la no setor particular. Segue a linha amarela pelo corredor até o elevador, e vá até o quarto andar, depois siga pela linha amarela novamente à sua esquerda. Alguém estará lá e dará maiores informações. - Agradeço e faço exatamente o que ela me mandou fazer. Chego ao quarto andar e quando a porta do elevador se abre, uma placa na parede indica que estou na área particular e também no setor da UTI do hospital, começo a ficar preocupada e não mais com raiva de Melina. O que aconteceu com ela? Ela estava sendo operada?

Saí do elevador e segui até o posto de enfermagem, onde uma pequena senhora está mexendo em alguns papéis de internações e quando paro para abordá-la, ouço a voz estridente de Melina logo atrás de mim. Ela continuava a mesma. Poderiam passar meses ou anos, mas ela sempre seria a mesma Melina.

A Irmã Errada (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora