Capítulo 35

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boa noite Pessoas.
Quero agradecer a todos que oraram de alguma forma para o meu sobrinho. Ele teve alta naquele mesmo dia! A médica disse que ainda está tossindo e não é bom. Mas já parou com os antibióticos e só continua com a bombinha. Continuo agradecendo as orações.
Enfim, estou postando esse capítulo e o próximo será o último, seguido do epílogo.
Espero que gostem.
.;)



No instante seguinte Álvaro estava no estacionamento do consultório e sua cara não era a das melhores. Estava completamente irado. Quando desliguei a chamada com a babá, a próxima ligação foi para ele. Precisava dele ao meu lado por vários motivos. Ele deveria ter pressentindo que algo de ruim aconteceria no exato momento em que soube que Melina estava em liberdade.
Corri ao seu encontro e em seus braços tive um momento de consolo e segurança, mas nossa filha não estava segura.
- Como você soube que Melina estava livre? - perguntei ainda abraçada à ele.
- O advogado de defesa dela me devia alguns favores e me avisou que estaria livre essa semana, só não me disse que já estaria por aí. - seu rosto estava completamente transtornado, mas acho que para não me deixar ainda mais nervosa, ele tentava aparentar calma.
- Querido é nossa filha que está com ela, preciso ir para casa agora.
- Temos que pensar antes de agir Mel. Ela é passional e pode ferir nossa menina só para atingir nos dois. - ele tinha razão, mas nada me importava.
- Preciso ir para casa agora.
- Eu sei meu amor. Mas vamos pensar antes de agir, ok?!
Apenas concordei, sem muita convicção.
- Ela está se passando por você mais uma vez e preciso que ela pense que está conseguindo nos enganar.
Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, onde ele queria chegar com aquilo. Mas se tinha uma pessoa que eu teria que confiar agora era o Álvaro.
- Confie em mim, eu vou trazer nossa pequena em segurança para você.
Suspirei e enterrei meu rosto em seu peito. Eu não sabia o que fazer e o que a Melina poderia fazer com nossa filha.
Dois carros pararam ao lado do dele e de um saíram Marta e João. Eles correram para me abraçar, Marta com os olhos cheios de água e vermelhos.
- A nossa menina! Como ela pôde fazer isso?
E com apenas alguns passos ela estava agarrada a mim, um abraço de mãe, de família. O senhor João abraçou nós duas.
- Fiquem calmas, tudo vai se resolver!
Do outro carro saíram Afonso e Augusto. Eles conversaram entre eles e depois os dois me abraçaram dando-me mais conforto. Eu não poderia mais negar que fazia parte daquela família. Eu me sentia bem no meio deles.
- Não se preocupe Mel, vamos trazer nossa sobrinha em segurança. - Augusto disse com uma certeza que acalmou meu coração.
- Fique calma que nós vamos dar um jeito nisso. - Afonso disse beijando minha cabeça.
Por fim Álvaro chegou mais perto e segurou meu rosto com suas mãos para que eu olhasse em seus olhos.
- Vou buscar nossa pequena e tudo vai ficar bem.
E eu tinha que confiar nele.



[Álvaro]

Assim que deixei a Mel com meus pais, saímos do estacionamento, meus irmãos e eu para o apartamento dela. Eu estava com as chaves dela e estávamos com o plano completamente esquematizado. Antes de sair do consultório, liguei para a casa da Mel e pedi para ver minha filha usando a desculpa de estarmos separados e que estava com saudades delas, e a nossa atual separação iria ajudar e muito. Chegando lá entrei no edifício normalmente como na noite anterior cumprimentando o porteiro e seguindo para o elevador. Respirando fundo e esperando cada batida de meu coração se acalmar, então tomei coragem e apertei a campainha da porta. Alguns minutos se passaram até que ouvi passos do lado de dentro e alguém ninando minha filha.
Mais alguns segundos e a porta abriu.
- Oi querido você não sabe como fiquei feliz com sua ligação. Venha, entre! - ela estava muito parecida com a Mel.
Seus cabelos estavam mais compridos, mas ainda eram mais curtos do que os da Melissa. Ela estava mais magra, com olheiras e notei um traço vingativo nela. Suas palavras queriam ser doces, mas o ódio emanava junto de cada sílaba proferida por sua boca.
Tentei parecer o mais casual possível, puxei-a pelos ombros e beijei sua testa. Ela tentou recuar no momento em que a segurei, mas relaxou quando a beijei.
- Deixe-me segurar minha filha um pouco, já estou com saudades. - Rebeca estava adormecida em seus braços e seria bem mais fácil pegá-la e sair dali, do que eu havia imaginado.
- Ainda não, ela está bem em meu colo. - ela apertou a pequena em seus braços e meu coração palpitou. - vamos conversar um pouco, já que estamos separados me conta o que está acontecendo em sua vida.
Ela não sabia mesmo o que havia acontecido comigo e a Mel na noite anterior e fiquei mais aliviado para seguir o plano. Se ela desconfiasse que eu estava vendo a Mel tudo poderia dar errado.
- Tudo no escritório está bem, minha vida tem sido fácil na parte profissional, bem diferente da amorosa. - um sorriso frio brotou em seu rosto, o que fez os pelos dos meus braços arrepiarem.
A Beca se remexeu em seus braços e falta de paciência dela também fez meu coração congelar de medo do que ela poderia fazer.
- Deixe-me segurá-la um pouco Mel. - sua expressão se contorceu quando disse seu nome, mas segundos depois o sorriso falso estava em seu rosto novamente.
- Você está com fome? Eu estou. Vamos até a cozinha. Não te ofereci nem água. - ela estava levantando da poltrona para ir até a cozinha.
Meu celular começou a vibrar em meu bolso e eu sabia que era uma mensagem dos meus irmãos. Se ela fosse até a cozinha estaria tudo perdido. Levantei mais rápido que ela é tentei tirar minha filha dos seus braços, mas ela foi mais rápida que eu e desviou ficando parada olhando para mim. - não tente isso de novo.
- Só quero pegar minha filha. - ela soltou uma gargalhada fazendo a pequena chorar em seus braços.
- Você deve achar que sou besta, não é Álvaro? Onde está a tonta da Melissa? -  droga, ela era mais esperta do que eu me lembrava.
- Não faça nenhuma bobagem Melina. - dei um passo em sua direção, mas ela recuou em direção oposta da que queria: a cozinha.
- Só vai depender de você amorzinho.
- Se fizer qualquer coisa com a Beca, eu...
- Eu o quê? Você não passa de um babaca que não tem coragem de nada Álvaro. Não tem pulso forte para segurar nem a mulher que você ama. Não vai ser a mim que você vai segurar aqui. Tá vendo essa garotinha aqui. - ela disse segurando uma das mãozinhas da minha pequena. Vai ser minha passagem para a liberdade total, não essa condicional que meu advogado de merda conseguiu. E você vai me deixar sair daqui com ela, sem fazer muita gracinha.
- Você não vai sair daqui com ela Melina, você vai sair desse apartamento direto para a cadeia de novo.
Uma gargalhada ecoou pela sala fazendo a pequena chorar ainda mais em seu colo.
- Fica quieta garota! Parece sua mãe, chora por tudo e tão indefesa.
Meu saber ferveu e deu um passo em sua direção.
- Não faça isso, se fizer não ligo de quebrar alguns ossos dessa garota chorona.
Pelo tempo que o celular havia vibrado em meu bolso, deduzi que estavam a postos e que poderia por em prática o plano.
Dei alguns passos à sua frente, de modo que ela ficasse de costas para a cozinha e completamente de frente para mim. Suas mãos estavam segurando a Rebeca de modo bruto e quando dei mais um passo em sua direção uma de suas mãos foi ao pescoço de minha filha.
- Nem mais um passo engraçadinho. - ela apertou a garganta de Beca, de modo que ela estava começando a ficar sem ar.
Eu tinha apenas uma chance de fazer a coisa certa. Seu olhar era mortal e ela não estava brincando, se precisasse ela mataria minha filha.
- Ok! Tire a mão dela, deixe -a respirar.
Ela começou a gargalhar acordando de vez minha pequena.
Ela começou a se remexer em seu colo e a Melina já estava com sua paciência se esvaindo.
- Fica quieta menina chata! - e deu outra gargalhada. - nunca que você seria minha filha, garota. Você é chata e nem tem estilo.
Deu mais um passo para a cozinha e eu na frente dela.
- Ela poderia ser nossa filha Álvaro. Nós poderíamos ter sido felizes. Mas você teve que se acidentar e estragar tudo.
Porquê?
Ela deu mais um passo até a cozinha ficando bem no umbral da porta ainda segurando a garganta da Rebeca. Ainda não era o momento e apenas acenei com a cabeça negativamente.
- Você ainda pode ter seus filhos Melina. Não faça mal a sua sobrinha, ela é inocente.
- Ninguém é inocente Álvaro, sempre alguém tem culpa por alguma coisa. - ela abaixou a cabeça por um segundo, tirando a mão da garganta da minha pequena e foi o exato e perfeito momento para agir, então gritei como se minha vida dependesse daquele grito.
- Agora!
E quatro braços enormes a agarraram por trás, dois deles segurando-a em seus ombros e outros dois arrancando a Rebeca de seus braços.
Agora ela estava se debatendo com um peixe fora d'água nos braços do Augusto. Enquanto Rebeca estava com o tio Afonso.
Pude então arriar todo meu corpo no chão.
Minha filha estava salva.














Rebeca: Significa "união", "ligação", "aquela que une" ou "mulher com uma beleza que cativa (ou prende) os homens".

O nome Rebeca vem do hebraico Ribhqah, que literalmente significa "união", "ligação", "aquela que une".

Na tradução para o grego, o nome de origem hebraica se alterou para Rhebekka, que depois ganhou outras versões, como RebekahBecaBeckyRebèque, entre outros. 

Na Bíblia, no Antigo Testamento, no livro do Gênesis, Rebeca é descrita como a esposa de Isaque e mãe de Jacó e Esaú, considerada uma mulher de muita beleza. Por associação a essa personagem, o nome Rebeca passou também a significar "mulher com uma beleza que cativa (ou prende) os homens".

A Irmã Errada (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora