Capítulo 32

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Capítulo 32



Droga! A última coisa que eu precisava agora era sentir os lábios quentes dele tão perto dos meus.

Assim que terminou o exame eu saí como louca com o celular nas mãos ligando para Carla me buscar. eu não queria ficar ali ao lado dele. 

- Droga Carla, como vou pra casa agora? – eu precisava ir para casa e sair de perto dele.

- Desculpa Mel, mas estou acabando de entrar no tribunal agora. Houve uma audiência de última hora e vou ficar te devendo essa. Tem como chamar um táxi? – sua voz estava pesarosa.

- Não se preocupe eu darei um jeito.

Desliguei a chamada e comecei a procurar o número do táxi.

- A Carla não pode te levar de volta pra casa? – ouvi a voz grave atrás de mim. – eu te levo, venha.

- Já estou chamando um táxi. Não se preocupe. – procurei não olhar em seus olhos, não queria ter uma recaída.

Eu sabia que três meses era pouco tempo para conseguir esquecê-lo, ainda mais carregando uma parte dele dentro de mim. Mas eu estava bem sem tê-lo ao meu lado. Depois que saí do hospital fiquei alguns dias na casa de Carla e por sorte, o inquilino que havia ficado com meu apartamento teve que devolver com todos os meus móveis ainda lá. Ele iria para o exterior e conseguiria ficar com tudo de novo. A casa da Carla ficava em um edifício sem elevadores e subir escadas estava acabando comigo nessa reta final. Já no meu antigo apartamento o edifício era mais novo e não precisava me cansar tanto por ter elevadores.

- Não vou deixar você pegar um táxi, quando posso fazer isso Mel. Venha o meu carro está ali, não seja teimosa.

Eu não estava com disposição para retrucar. Estava com muitas dores nas costas, que tinham começado na noite anterior e chegar em casa logo era a única coisa que eu queria agora.

- Tudo bem. Fico te devendo uma.

Ele sorriu e estendeu o seu braço para que eu me apoiasse nele. Eu estava como uma pata e andar já estava virando um sofrimento. Meus pés estavam completamente inchados. Caminhamos por cerca de cinquenta metros até o carro dele e quando chegamos ele abriu a porta para que eu entrasse. Eu virei para ele antes de entrar e vi um brilho em seus lindos olhos. Sorri e agradeci. Ele deu a volta entrou logo em seguida.

Estávamos há uma distância de sessenta quilômetros de casa, que ficava do lado oposto da casa dele.

- Você não deveria estar no escritório? Eu não quero te dá trabalho. – senti uma pontada nas costas e arfei segurando um gemido.

- Eu posso demorar um pouco. Mel, eu queria te pedir desculpas...

- Não começa Álvaro! – ele suspirou.

- Ok.

Ele ficou em silêncio por metade do caminho. E quando estávamos bem próximos ao apartamento uma dor ainda maior começou a surgir em minhas costas e irradiando para o pé da minha barriga e não consegui segurar gritando com a dor que senti.

- Álvaro! – o desespero estava estampado em seu rosto, quando segurei seu braço e apertei na mesma intensidade da dor que eu estava sentindo.

- Calma querida! Vou fazer o contorno e vamos voltar para o hospital.

No contorno seguinte ele retornou e voltou em alta velocidade até o hospital mais próximo. No meio do caminho liguei para a obstetra que estava seguindo para lá também.

- Nossa menina tá com muita vontade de conhecer a gente. – ele falou sem olhar para mim, que ainda estava com minhas unhas cravadas em seu braço. – fica calma querida que já estamos chegando. Respire com calma.

A Irmã Errada (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora