Intervenção Pt. 2

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... Continuação...

Crac, crac.

Eu me levantei de uma só vez. Será que foi o cascalho no asfalto? O shawn já tinha voltado? Olhei ao redor. Nada.

Chequei a porta do lado do passageiro. Estava trancada. Encostei a cabeça no banco e peguei o taco de hóquei do Shawn, que estava entre os dois bancos dianteiros.

Quase morri quando lembrei que Ed Sheeran perguntou se podia ir comigo e com o Shawn no carro. Ainda bem que Dinah me salvou colocando a caixa de casacos femininos no banco de trás.

-Não tem mais lugar - ela disse, e convenceu Ed a se espremer na caminhonete com ela e meu pai.

Mas nada me assustava mais do que saber que depois de ter pego um atalhos pela rua Markham nosso carro havia dado problema justo agora, isto era uma decisão da qual me arrependia totalmente naquele momento.

Tudo andava calmo nos últimos anos mas, essa parte da cidade tinha ficado famosa por acontecimentos estranhos e desaparecimentos. Na época, todo mês surgiram cadáveres nas ruas. A polícia e os jornais chegaram a pensar que se tratava de um serial killer - mas, outras pessoas falaram de um animal peludo assombrando a cidade à noite. Logo o batizaram de monstro da rua Markham.

Já fazia um bom tempo que nada de estranho acontecia por aqui mas, me perguntei pensando se não teria sido melhor se Ed tivesse vindo também. Será que eu ficaria com mais ou menos medo se estivesse sozinha nessa rua com Ed?

-Mais!- com certeza.

Crac, crac.

Era aquele barulho do cascalho de novo. Agora o barulho vinha dos dois lados do carro. Segurei firme o taco de hóquei.

-Shawn?
Nenhuma resposta.

Crac, crac, crac.

A maçaneta da porta!!! Senti um tremor percorrer minha espinha e sair por meus braços. Meu coração acelerou no peito, e meus pulmões doíam com a respiração pesada.
Olhei pela janela. Por que não conseguia ver nada?

Crac, crac, crac.

O carro balançou. Gritei. Um som alto e ardido ecoou lá fora. As janelas gemiam e gritavam como se estivessem prestes a estourar.
Tapei os ouvidos com as mãos e gritei mais alto ainda.

O barulho parou. Alguma coisa caiu no asfalto do lado de fora da porta. Meus ouvidos latejavam - então ouvi passos de alguém correndo.

Silêncio.

Meus nervos estavam à flor da pele. Mudei a posição e ouvi o barulho de cascalho de novo. Era só o meu joelho que tremia contra o chaveiro na ignição.

Soltei uma risadinha e fechei os olhos. Esperei, escutando o silêncio até não conseguir mais prender a respiração. Então finalmente soltei o taco de hóquei.

Toc, Toc, Toc.

Meus olhos se arregalaram. Meu braço pulou e bati com o taco na minha própria cabeça.
-Cacete !!!!

Meu coração disparou novamente quando dei por conta de um um rosto sombrio me encarando pela janela embaçada.

-Abre o capô - disse uma voz abafada. Não era Shawn.

-Sai daqui! - gritei, tentando fazer minha voz soar mais grossa.

-Abre! a voz disse. - Vai ficar tudo bem, Camz. Eu prometo.

Tapei a boca com a mão. Eu conhecia aquela voz, aquele jeito de chamar o meu nome. Sem perceber eu disse "tudo bem" e puxei a alavanca do capô.

O Divino Uivo Da Meia Noite - Amor Proibido-Onde histórias criam vida. Descubra agora