Capítulo 9

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Cortez se encontrou com a equipe de peritos na propriedade de Bennett, onde acharam um homem espancado e inconsciente no escritório. Era o supervisor da obra, Anda Longe, e estava coberto de uma leve camada de pó. Eles ensacaram suas roupas e botas como evidência antes que o levassem ao hospital em uma ambulância. De acordo com os relatórios mais recentes dos médicos, a condição de Anda Longe era crítica.

— Um policial de folga que passava pelo local percebeu as luzes ligadas e achou aquilo suspeito. — Alice Jones, a perita técnica, apontou um policial que vestia jeans. — A perícia indica que o homem não foi atacado aqui — falou ela para Cortez com decisão.

— Diga o que você acha que aconteceu — sugeriu ele. Alice inalou o ar por um longo momento, semicerrando um dos olhos.

— Algo como uma pedra foi usado para infligir esse tipo de trauma na cabeça.

Cortez apertou os olhos.

— E o pó nas roupas?

Ela se curvou na direção das roupas retiradas da vítima e fungou.

— Não é nada que estivesse na superfície — disse ela, quase que para si mesma. — Há um cheiro de algo úmido. Ele estava cavando ou esteve debaixo da terra. As botas estão molhadas — acrescentou, percebendo traços de lama e água já seca nos calçados de couro. — E havia teias de aranha em seu cabelo. — Alice lembrava do sangue seco e das teias de aranha. — Se fosse para apostar, eu diria que ele estava perto de uma fonte de água e dentro de uma caverna.

O coração de Cortez saltou no peito e ele se ergueu.

— Vou andar por aí — falou ele, pegando uma lanterna emprestada de um dos policiais de Chenocetah. — Preciso de cobertura — acrescentou, olhando para os homens, três dos quais com metade de sua idade.

— Vou com você — disse o policial louro que vestia jeans e estava de folga, o mesmo que lhe emprestara a lanterna. — Dawes — falou ele para um colega —, empreste-me sua lanterna, sim?

— Aqui — disse Dawes. — Tenho outra de reserva em minha viatura.

— Não vamos demorar. Dawes, dê-me seu número de celular — acrescentou Cortez, sabendo que os policiais locais haviam recebido celulares recentemente porque seus equipamentos de comunicação estavam muito ultrapassados.

Dawes anotou para ele em um pedaço de papel retirado de seu talão de multas.

— Se eu não lhe ligar a cada 15 minutos, venha procurar por nós — falou Cortez para ele sobriamente. Deu ao homem Orientação sobre como chegar à caverna aos fundos do terreno de Bennett.

— Cuidado com os ursos — alertou Dawes.

— Qualquer urso que consiga me pegar, pode se servir de mim com prazer — murmurou Cortez, distraído. — Jones, assim que terminarem os exames do pó, das botas e daquele negócio na camisa, eu quero saber.

Jones olhou para a camisa mais de perto e franziu a testa.

— O material parece desconfortavelmente familiar — murmurou ela, devolvendo-o ao saco de evidências.

— Vou checar com você depois — murmurou Cortez quando ele e o policial safam pela porta.

Havia marcas de pneus à entrada da caverna. Cortez se inclinou com a lanterna para examiná-las. Em um dos rastros faltava uma listra vertical, Ele sorriu para si mesmo, avisando ao policia! para evitar pisar no rastro e caminhou para a caverna. Ele estava

indo contar a Jones sobre a descoberta no minuto em que voltassem à cena do crime, para que ela pudesse fazer um molde de gesso. Por sorte, sua van com equipamentos estava totalmente equipada, pensou ele. Ela trazia espátulas, palhetas, escovas e uma imensa pá, além de sacos de papel para coleta de provas e evidências. Jones raramente usava os de plástico, porque eles permitiam umidade e, portanto, mofo.

Antes do sol nascerOnde histórias criam vida. Descubra agora