Capítulo 14

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CORTEZ SENTIU O coração fraquejar.

— Ela está sozinha? — repetiu como se não pudesse acreditar.

— Estou indo para lá agora mesmo — prometeu Drake. — Vá e apanhe a tal Bennett. Pode confiar em mim. Não deixarei que nada aconteça a Phoebe!

— Tudo bem — disse Cortez, pesadamente.

— Escute, Phoebe e eu somos amigos — acrescentou Drake.— Nunca fomos nada mais que isso. Nós pensamos que talvez Tina tivesse algo com você...

— Tina é minha prima de primeiro grau — interrompeu Cortez com severidade. —

Nossos pais são irmãos.

Drake se sentiu enjoado.

— Ela foi rude com Phoebe, odiosa. Phoebe e eu conversamos sobre isso. Não fazia sentido, a não ser que ela estivesse com ciúmes do tempo que você estava passando ao lado de Phoebe. Ela começou a falar sobre você constantemente, sobre como você era ótimo. Não sabíamos que vocês eram primos de primeiro grau. Pensamos que ela decidira querer você em vez de mim.

— Ela estava com ciúmes, seu idiota! — devolveu Cortez.

— Ela está apaixonada por você!

Drake inspirou profundamente.

— Ela... ela está apaixonada? Ela me ama? Involuntariamente, Cortez sorriu.

— Aquele beijo que ela viu você trocar com Phoebe a deixou dilacerada.

— Ora! — Drake se sentiu eufórico. — E foi apenas um beijinho na testa!

Cortez se sentiu melhor. Tudo não passara de um mal-entendido. Ele poderia ter Phoebe de volta, e lhe explicaria isso. Mas antes tinha de se certificar de que ela estava protegida.

— Vá até lá e mantenha Phoebe segura! Vou ao trabalho.

— Pode deixar!

— E, por garantia, ponha um alerta de procura em cima daquele utilitário — acrescentou, referindo-se ao sistema de alerta via rádio da polícia. — Vou passar no departamento de polícia local e conseguir um policial para me acompanhar até a casa de Bennett com ü mandado. Estarei a caminho da casa de Bennett. A irmã dele e Anda Longe estavam hospedados lá.

— Farei isso.

Ele desligou, entrou no carro e ultrapassou todos os limites de velocidade no caminho até fora da cidade.

Phoebe estava feliz por ter um tempo para si mesma. O rompimento com Cortez, a discussão com Tina e as pressões do trabalho haviam contribuído para que ela se sentisse triste. Ela planejara fazer a poda de que há muito tempo necessitavam suas rosas. Mas não podia fazer isso vestindo uma frágil calça cinzenta e uma blusa branca sob o terninho que usava com sapatos rasteiros. Tinha que trocar de roupa antes. Ela ainda tinha a pistola que Drake lhe emprestara e acreditava sinceramente que o assassino não seria louco o suficiente para ir atrás dela em plena luz do dia.

Mas quando entrou em casa, logo após se desfazer da jaqueta e da bolsa, ela ouviu um clique ameaçador enquanto atravessava o corredor em direção à cozinha.

— Fique parada aí mesmo — disse uma voz feminina por trás dela.

Ninguém precisava dizer a Phoebe de quem se tratava. Ela reconheceu a voz. E começou a se virar.

— Não faça isso — disse a mulher, com uma voz fria e calculista. — Eu já matei antes e posso fazer de novo. Apenas siga em direção à porta dos fundos. Não pare.

Antes do sol nascerOnde histórias criam vida. Descubra agora