Autor: Leandro Barcellos
O fogo ardente crepitava sobre as casas pobres de Matsgar,um pequeno vilarejo que vivia às custas do rei. Passos rápidos e estridentes mostravam a preocupação dos bravos jovens que lutavam para conter o incêndio. Todo esforço parecia em vão, as labaredas só aumentavam gerando mais preocupações.
Toda reserva d'água da mísera população fora dedicada no combate às chamas, eles sabiam que após o término do incidente teriam que prestar seus serviços laborais ao rei em troca da água gasta.
- Não temos mais suporte d'água – gritou uma mulher vestida em farrapos – essas chamas são provenientes de evocações, vamos fugir!
Rezava a lenda dos povos antológicos que todo efeito elemental causado por magia não poderia ser destruído por elementos comuns. Apenas fluidos mágicos poderiam deter o fogo.
Partindo da premissa mágica, a população fugiu. Homens carregavam em seus colos suas crianças desesperadas e clamavam por tranquilidade, as mulheres mais jovens pegavam o que restara de roupas e mantimentos para sobreviver. Com pouca organização e muita pressa a cidade de Matsgar era abandonada aos poucos.
Eis que um milagre surgiu dos céus evidenciando uma luz branca e fúlgida. Todos aqueles que fugiam interromperam suas ações para dedicar suas admirações à luz. Uma torrente de água varreu o céu e apagou instantaneamente o fogo para a alegria da população.
Um menino de roupas futurísticas e com um enorme óculos negro preso em seu cabelo desceu para saudar as pessoas que ele havia salvado.
- Estou em Ozyha? – perguntou o menino, timidamente.
Não houve uma resposta clara, a euforia do povo contaminou Matsgar, a cidade acabara de ser salva por um distinto jovem vindo dos céus.
- Qual o nome do nosso salvador? – perguntou um velho homem que ajoelhava diante das calças brancas do menino.
- Meu nome é Brilik Ghuntert – o primeiro feiticeiro raro do sistema solar.
O espanto de todos foi ouvido em uníssono. A feitiçaria rara era apenas uma lenda sem grandes pretensões, ninguém acreditava realmente na existência de um controlador de magia que poderia evocar três elementos mágicos de uma única vez.
- Impossível – praguejou o homem – não existe possibilidade de haver um feiticeiro raro, a alquimia de Matsgar já provou isso.
Um outro habitante se aproximou da conversa.
- É verdade, não há uma prova mágica dessa existência, mas estamos agradecidos pelo seu feito de bravura, posso lhe dar pequenas pedras de topázio.
Brilik Coçou a cabeça e andou para frente; talvez quisesse um pouco de privacidade. O jovem herói era realmente bem diferente daquela população: seu cabelo era negro e bem tratado, todos os cidadãos de Matsgar eram loiros e com seus cabelos em trapos, sua pele era morena e a pele dos habitantes era albugínea, suas vestimentas eram mais novas, bem cortadas, e seu óculos parecia um objeto criado com alta tecnologia, já em Matsgar as roupas eram completamente medievais.
- Eu preciso de três confirmações – disse o menino. – Se colaborarem eu posso mostrar um pouco do meu poder e provar que existe feitiçaria rara.
***
O Choque matinal atormentava a cabeça de Brilik. Ele não era o tipo de criança que gostava de acordar cedo. As aulas em sua escola começariam naquela manhã, mas um sonho recente martelava sua mente que não o fazia pensar em mais nada.
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Antologia: Clube de Autores de Fantasia
FantasiEste é um projeto que visa reunir contos dos participantes do Clube de Autores de Fantasia. Os contos são dos mais diversos tipos e subgêneros de fantasia: fantasia medieval, horror, dark, RPG, distopia, ficção história, steampunk e ficção científic...