Capítulo 2

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- Larga ela!!

Ouvi essa voz em um tom ameaçador. Kaio olhou para  trás ainda me segurando, fingi meu choro novamente. Kaio me solto fazendo aquela pose de valentão, me afastei para o lado e vi um garoto diferente, nunca vi ele na minha vida, cabelo vermelho quase vinho, com as raízes pretas. Olhos claros e a roupa bem despojada. Kaio empurrou uma mesa indo até ele.

Kaio: e quem é você?! O príncipe encantado que veio salvar a donzela?
Henry: É, talvez... E como todo bom príncipe...

Ele não terminou de falar, deu um soco em cheio na cara do Kaio que logo caiu. Ele me olhou passando a mão no cabelo, veio até mim dando uma olhada pra trás.

Henry: Você tá bem?
Maya: Unrum... Desculpe eu não sou boa pra agradecer.
Henry: Tudo bem, esse cara é um idiota.
Maya: Eu nunca te vi por aqui. Quem é você?
Eu tinha que perguntar. Estava muito curiosa, enxuguei as falsas lágrimas e ele me ajudou passando o polegar no meu rosto.

Henry: Eu, vim fazer minha matrícula. Resolvi conhecer a escola e olha só o que encontrei... A primeira garota totalmente diferente das que eu vi no corredor. A maioria são loiras. E você... Uma cor de cabelo bem ousada, de olhos... Roxos?

Ele estranhou ao perceber a cor de meus olhos.

Maya: Acredite ou não, cabelos, olhos... Tudo é natural. De nascença.
Henry: Tá brincando né? Mano isso é impossível.
Maya: Bom, não quer acreditar, não acredite.
Henry: Bom, já vi que nada é impossível nesse mundo né? Prazer, Henry...

Ele estendeu a mão e eu apertei o mesmo.

Maya: Maya.
Henry: Nome bonito...
Maya: Ih, olha a hora. Tenho que ir. Tchau.

Peguei minha bolsa e ele falou alguma coisa que eu não entendi. Saí as pressas, não sabia que sentimento era aquele. Precisei matar um esquilo na floresta pra me sentir melhor e esquecer aquele sentimento. Fiquei com ódio do Kaio, ele ia pagar caro pelo que tentou fazer. Rasguei minha blusa, e criei mais lágrimas falsas, bagunça o cabelo e segui meu caminho. Cheguei em casa e meus pais estavam se beijando na sala, meu pai estava sem camisa, e minha mãe, apenas de roupa intima. Bati a porta e eles se levantaram rapidamente. Mamãe se cobriu com o travesseiro do sofá e meu pai vestiu a camisa.

Jeff: Maya... Perdi a hora.
Maya: E a cabeça também né? Já falei que tem quarto pra isso.
Mieko: Desculpe filha. Achamos que ia demorar pra chegar. Como foi a aula hoje?
Maya: Mae, quero sair da escola. abusaram de mim.
Jeff: O que?!!

Meu pai veio até mim me segurando no ombro.

Jeff: Como assim?! Que história é essa?! Diga logo quem foi e eu o mato!
Maya: Foi um idiota da minha sala. Na hora da saída ele... - Comecei a chorar feito uma idiota. Eles estavam acreditando. Meu pai me abraçou, olhando preocupado para a mamãe. Ela veio até mim me abraçando também. Enquanto eu fingia o choro. Meu pai fez carinho nos meus cabelos, enquanto minha mãe enxugava minhas lágrimas.

Jeff: Eu vou acabar com esse garoto. Quem é ele?
Maya: Kaio. - Falei entre soluços. -
Jeff: Tudo bem... Eu já volto.

Ele tirou a faca das costas e saiu. Sorri levemente ao saber que ele ia ter o troco. Virei pra minha mãe tirando o sorriso e fingindo mais choro. Ela me abraçou acariciando minha cabeça. Abri um sorriso de ponta a ponta enquanto minha mãe me abraçava.

Mieko: Vai ficar tudo bem querida, seu pai não vai deixar isso barato.
Maya: Ele é muito mal mamãe... Eu não queria. - Falei entre soluços. Mais queria rir em vez de chorar. Juro que estava me segurando. Minha mãe me soltou enxugando minhas lágrimas. -
Mieko: Vá para o quarto. Descanse... Amanhã tem aula.
Maya: Mãe, eu vou ter que ir?! E se outro me atacar?!
Mieko: Não vai querida... Ainda existem homens em quem possamos confiar.
Maya: Pois me diga o planeta certo. Porque nesse mundo, nenhum homem presta.

Falei seria e firme. Saí correndo para o quarto, tranquei a porta e comecei a rir. Baixo mais ri. Olhei pela janela e por coincidência vi o Henry jogando bola com alguns garotos. Não consegui desviar o olhar, os cabelos dele voava com o vento enquanto ele ria junto dos colegas. Talvez ter amigos não seja tão ruim...

Maya: O que?! Não, não! Você não precisa de amigos Maya, tira essa ideia absurda de sua cabeça! - Briguei comigo mesma. Voltei minha atenção para o Henry que jogava bola perto da floresta. Logo vi algo entre as árvores. Uma pessoa talvez... Alto, muito alto. De terno e muito magro. A pele era branca, o rosto... Não tinha rosto! Ele estava observando os garotos jogar e aquelas características só podia ser.... O SlenderMan. Me espantei ao vê-lo. Ele ia matar o Henry, não sei porque, mais eu não queria que fizesse mal a ele. Ele me ajudou. Peguei o skate e pulei a janela, passei entre os garotos e puxei o Henry pelo braço fazendo ele subir no skate. Os meninos começaram a rir achando que eu era a "garota dele"  Não liguei e continuei. Logo algo cortou a cabeça daqueles garotos. Henry se assustou e eu acelerei no skate. Parei em uma praça me encostando no poste segurando o skate na minha frente. Henry não soltou uma palavra, estava muito assustado. Ele olhada pra mim é depois para o caminho que vinhos, fez esse gesto várias vezes. Logo caiu a ficha e ele se aproximou de mim.

Henry: O... O que foi aquilo?! Você sabia que ia acontecer não é?! Quem é você?! O que é você?!
Maya: De nada viu... E sim, eu sabia que ia acontecer. Eu sou uma pessoa normal que acaba de salvar sua vida. Feliz? Ou tem mais perguntas?
Henry: Como você fala isso com essa calma?! Meus amigos acabaram de ser mortos e você fala assim? Como se nada tivesse acontecido... Se sabia que ia acontecer, podia ter salvo eles.
Maya: Ai, você reclama demais, se eu soubesse que ia dar esse ataque teria deixado você lá.
Henry: Maya... O que era aquilo? Eu vi...
Maya: É... - Pensei em dizer tudo que sabia, sobre o SlenderMan, meus pais... Sobre mim! Mais eu mal o conhecia. Não, não vou dizer nada! Virei o rosto tentando parecer o menos tensa possível! -  Eu não faço ideia. - Foi tudo que consegui dizer. Ele segurou meus braços e aos prantos. -

Jeff The Killer - Um Amor Proibido.Onde histórias criam vida. Descubra agora