Brigas e um dia péssimo.

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Acordei com o barulho estarrecedor do despertador. Ainda com preguiça, não dormi bem noite passada, tudo isso resultado de estresse do trabalho. Aff! Depois do banho de café resolvi terminar meu serviço em casa mesmo, no escritório. Não suportaria mais olhar pra cara daquele infeliz. A noite foi mal dormida sim, mas meu dia hoje será espetacular, ainda mais quando eu olhar pra cara dele, quando disser uma notícia meio. bombástica.

Desço as escadas e me dirijo até a sala de jantar, pra tomar meu café da manhã.

-Bom dia senhorita! - não sei porque ainda me cumprimenta, Maria sabe que não gosto de falar com empregados.

-Bom dia. - respondo a contragosto, com um sorriso fraco. Tomo um gole de café e lembro do meu pai e da minha mãe aqui comigo. Como eles fazem falta. Ainda mais o papai que resolveu lascar com tudo. Porque ele resolveu deixar tudo nas minhas mãos? Na verdade eu sei a resposta, foi pra isso que eu estudei minha vida toda. Abdiquei do meu sonho pelo sonho do meu pai. E agora, justo agora ele decide ir dar a volta ao mundo e me deixar controlar tudo sozinha! Pelo menos a mamãe embarcou nessa loucura, ela precisava mesmo de férias ilimitadas.

-Senhorita, já não está atrasada? - a olhei com raiva, não posso mais nem pensar em paz?

-Maria, eu sou a dona daquela empresa, posso chegar quando bem entender! - disse tomando mais um gole sem olhá-lá nos olhos. -E cuide da sua vida! - a encarei e me levantei. -E cuide também dessa mansão, é para isso que você é paga, entendeu? - ela baixou a cabeça e assentiu com um "sim, senhorita."

Peguei meu carro, coloquei meus óculos e fui pra Bittencourt Cosmetics. Sim! Nossa empresa é de cosméticos, sem querer me gabar, mas é uma das maiores e melhores empresas de cosméticos do mundo.

Entrei na empresa, e logo, todos param pra me dar bom dia e esses tipos de cumprimentos, mas eu nem dou moral e nem sequer abro a boca para desejar o mesmo. Afinal, estão aqui para trabalhar e não pra cumprimentar.

Passo pelas mesas dos funcionários e vejo um certo alguém mais a frente e o ódio me sobe a cabeça. Mas um dia é da caça, outro do caçador, e sem dúvida alguma, hoje eu sou a caçadora que irá esmagar a caça.

-Na minha sala agora, senhor Montanari. -digo com um sorriso nos lábios, e sem ao menos olhá-lo. Hoje fiz questão de tratá-lo com formalidade ao chamar pelo seu sobrenome sem tom de deboche, mais coitado, nem sabe o que o espera. Na verdade sabe, a bruxa o espera. Fiquei sabendo de vários apelidos que eu tenho intitulado pelo infelizão do Montanari, mas isso não é nada, já que minha lista de apelidos a ele é infinita.

-Sim? - idiota, ainda ta com sorriso debochado. Mal sabe que daqui alguns minutos eu estarei debochando de sua cara.

-Senti-se Montanari, temos algo pra conversa! - sorrio, apontando para cadeira.

-Nossa Bittencourt, você sabe sorrir? - e como sei querido.

-Hoje é um dia especial, por isso não consigo conter o riso, sabe? - encostei-me na cadeira e cruzei as mãos, ele já havia sentado na cadeira a minha frente.

-Ou ou, hoje ainda não é 31 de Outubro, não é dia das bruxas, então porque a felicidade? - pode rir seu desgraçado, quem rir por último rir melhor.

-Que gracinha, então esse é um dos meus apelidos?

-Sim, tenho outros, como megera, mulher do capeta, o próprio capeta, são infinitos Bittencourt. - gargalhou o mais alto que pôde, eu apenas o observei e lancei um sorriso de lado. Chega de brincadeiras.

-Pra mim seria um prazer citar alguns dos seus apelidos também Montanari, mas não tenho tempo pra ficar de conversinha com funcionários insignificantes, então vamos ao que interessa. - lancei-lhe um olhar vitorioso, e acho que ele percebeu, pois vi preocupação em seus olhos. -Já que eu não posso te demitir, porque você é o braço direito do meu pai, aliás só dele mesmo, porque desde o dia em que pisei aqui, você não passa de uma pedra no meu sapato. Mas voltando, você ontem derramou café em mim de propósito -ele aqueou as sombracelhas -E já que eu não posso te dar tchau e te ver saindo daqui de cabeça baixa, pensei em outro castigo. - o encarei e sua reação não era nada boa. Como eu to amando isso. -Vou baixar seu salário - proferi essas palavras, e dei uma pausa, esperando ele esbravejar, mas parece que ele está digerindo ainda. -Meu pai não disse nada sobre eu não poder fazer isso, então você terá seu salário cortado por tempo indeterminado.

Meu Noivo De MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora