Meu Noivo De Mentira

Lembranças dolorosas.

–Bom dia! — acordei cedo, tomei um banho relaxante e fui até a padaria, fiz um café da manhã delicioso pra Pamy.

–Bo...bom dia! Não me diga que você fez isso? — perguntou boquiaberta.

–Mas é claro que eu fiz! Fiz pra mulher mais linda desse mundo. E ainda não acabou, tenho mais uma surpresinha pra você.

– Rodrigo, você sabe que não precisava disso né?

–Eu sei, mas eu quis fazer, então espera aí que eu já volto. — fui até a sala buscar a segunda parte da surpresa. Entrei no quarto com as mãos atrás das costas. – Esta preparada? — ela fez que assim com a cabeça, e no mesmo instante mostrei-lhe um lindo buquê de lírios, seus favoritos. Ela ficou bem surpresa, com lágrimas nos olhos.

–Você é um amor. Eu adorei. Obrigada. – entreguei-lhe as flores e ela me beijou emocionada. Sentei na cama e segurei sua mão.

–Leia o cartão. — ela sorriu e pegou o cartão e começou a ler em voz alta.

"Nunca pensei que poderíamos nos completar dessa forma. Você faz eu me sentir bem, sempre fez. Eu adoro você e ontem para mim foi maravilhoso, obrigado, por tudo."

Uma lágrima escorreu em seus olhos eu a enxuguei.

–Não chore!

–É de felicidade. Ontem para mim foi perfeito, a melhor noite da minha vida e eu gosto muito de você, obrigada por tudo também.

Tomamos café da manhã com calma. Fomos juntos para empresa. Ao chegarmos, a primeira cara que vi foi da Bittencourt, e pra falar a verdade era a última que gostaria de ver, mas isso é impossível.

–Montanari, na minha sala! – ela disse antes mesmo que eu pudesse sentar na minha mesa. Arrumei meus papéis, peguei a agenda e fui pra sua sala.

Quando cheguei ela estava de costas para a porta e de frente a imensa janela, olhando a paisagem.

–Passarei sua agenda! – ela apenas fez um manuseio de sim com a cabeça, sem ao menos me olhar. Nem dei importância e comecei a ditar seus afazeres do dia. –Às nove uma conferência com o Sr. Nakamura, às dez, uma reunião sobre a parceria com agência Apple, às duas outra conferência com o Sr. Reymond o restante do dia só assinaturas de documentos. — em nenhum segundo sequer ela me olhou ou falou alguma coisa. Ficou inerte, eu até estranhei esse seu comportamento. Fechei minha agenda e fui andando em direção a porta.

–Montanari! – eu parei na porta, virei-me e esperei ela prosseguir. Nesse momento ela já estava de frente.

–Te darei até amanhã pra você pensar melhor na proposta que te fiz. — nos encaramos por um instante, virei-me de costas e antes de sair dei minha última palavra.

–Eu não preciso de tempo Bittencourt, pensei que tinha sido bem claro ontem. Com licença.

Bittencourt on

Estou perdida! Definitivamente o Montanari não cederá a essa loucura. E o jantar será em três semanas. Devo partir para o plano B então, quando eu souber qual é.

Passei o dia em compromissos, mas felizmente acabou tudo bem. Comecei a arrumar minhas coisas pra ir pra casa quando ouço meu celular vibrar.

"Hoje, às 21:00 no Chopp Bar , sem falta, reunião de amigas. Bjs, Kah."

Era só o que me faltava! Em plena terça-feira ir pra bar encher a cara. Isso é porque elas não tem o que fazer. Mas definitivamente não posso me ausentar, pois elas iriam me encher o saco até eu ir.

Peguei minhas coisas e fui pro elevador, e graças aos céus não tinha ninguém pra dividi-lo comigo. Cheguei no estacionamento e entrei no carro. Antes que eu pudesse dar partida vi uma cena inacreditável. Rodrigo e Pâmela aos beijos. Mas eles não eram só amigos?? Então foi por isso que ele não aceitou a proposta. Bem, por isso e porque ele me odeia, claro! Eu também sinto o mesmo por ele. Os pombinhos entraram no carro e partiram, logo em seguida eu fiz o mesmo.

Vesti uma roupa bem confortável. Uma sainha, blusinha e um colete. Sandália básica, fiz um rabo de cavalo no cabelo, peguei minha bolsa e fui pro bendito bar. As meninas já haviam chegado, e pelo meu ver pareciam um pouco embriagadas.

–Oi Juh!! — disseram em uníssono, e já me puxaram pelo braço.

–Oi suas loucas, pra onde vocês estão me levando?? — passamos por uma porta bem escondida ao fundo do bar e quando dei por mim, estávamos em um local do bar que eu nunca tinha visto antes. Um salão repleto de cadeira e no centro um palco com homens seminus com dancinhas bem sexy. Algumas mulheres eram chamadas pelos gostosões e se esfregavam neles. Olhei para as mãos de algumas e todas que olhei tinham aliança no dedo. Só mulher safada, pensei. Sentamos em uma mesa e no mesmo instante um homem vestido de policial veio em nossa direção e me puxou pelo braço.

–Isso Juh vai lá. — a Kah gritou.

–Aproveita esse gostoso. — Foi a vez da Vally. Eu olhei aquele homem seriamente e ele sorriu malicioso. Revirei os olhos.

–Olha aqui querido ou você me solta agora ou se arrependerá.

–Calma meu bem, só vamos nos divertir. — o idiota que se acha a última coca-cola do deserto disse. Eu ri, ri muito.

–Nem se você fosse o último homem da face da terra eu me divertiria com você. Você é ridículo e não faz meu tipo, então seu idiota, vai me soltar ou não?? — ele fez careta e me soltou, depois me olhou indignado.

–Qualquer mulher morre por mim gata. – sorriu se achando.

–Acontece que eu não sou qualquer mulher. E muito menos igual essas otárias safadas que passam a noite se esfregando em vocês e quando vão dormir ainda tem coragem de se deitarem com seus maridos, sem o mínimo peso na consciência. Todos aqui são pessoas fúteis e inúteis, igual você. — ele ficou sem palavra e se retirou.

Voltei pra mesa e as duas me olhavam incrédulas.

–O que aconteceu? — Kah perguntou.

–Posso saber o que significa essa palhaçada aqui? Que vocês são doidas eu sei, mas a esse ponto?

–Qual o problema Juh? Não gostou da sua despedida de solteira? Quer dizer, a primeira porque ainda faremos outras até o casório. — Vally disse e ambas caíram na risada, duas bêbadas sem noção.

–Aqui é lugar pra mulher sem vergonha, que não respeita seus maridos e que muito menos respeitam a si próprias, e francamente, não sabia que vocês eram assim. — as duas apenas riram da minha cara, e me subiu um ódio tão grande. Peguei minhas coisas e fui embora, deixei aquelas duas loucas se afundarem sozinha.

Entrei no meu carro absorta, dei partida e sai daquele local que pra mim, estava sufocante. Enquanto dirijo consigo lembrar-me apenas daquelas mulheres casadas se esfregando em outros homens, e das que ainda vão casar ali naquela safadeza, traindo antes mesmo do casamento. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Por que elas fizeram isso comigo?? Elas sabem melhor que ninguém que eu odeio traição, odeio ver gente traindo e sendo traída.

Cheguei em casa destruída. Tomei uma ducha demorada, mas nem isso me fez esquecer de lembranças que essa noite vieram à tona. Deitei e a última coisa que lembro antes de adormecer é da cama molhada. Molhada de lágrimas.

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Minhas lindas e lindos, mais um capítulo pra vcs! Sei q prometi postar um por semana, mas é que eu ando muito atarefada! Faculdade e serviço tomam  muito tempo. Mas prometo tentar sempre postar aqui.
Bjs! Espero que gostem. Não esqueçam de comentar e votar ok! 😘😘